Observações sobre a unção do leão

Veja o vídeo da unção do leão no youtube: http://br.youtube.com/watch?v=J3leVA6j2P0

Agora leia o diário da Ana Paula Valadão sobre o Show do Diante do Trono em Anápolis-GO, ocasião da unção do leão. 10º Dia - 26 de maio - O Cordeiro e o Leão Blog do Diante do Trono: http://www.diantedotrono.com.br/blogrio/index.htm)

Agora, escrevo algumas observações sobre a unção do leão:

1. Não há registro bíblico nos ensinando que o Espírito Santo é o costureiro, o design de moda e o camareiro do crente. Pelo contrário, Paulo nos ensina que nossa roupa é uma armadura espiritual composta pela verdade, justiça, evangelho da paz, fé, salvação, Palavra de Deus (Ef 6:10-20). E, além disso, Paulo ainda ensina que o que deve ornar as mulheres adoradoras são suas boas obras (I Tm 2:9), que é fruto de um coração manso e moderado (I Pe 3:5).

2. Não há nenhum registro bíblico nos ensinando que a expressão maior de um crente cheio do Espírito é pular, levantar as pernas, ter alucinações, ter um “click” para ficar de quatro e imitar animais etc.

3. Não há registro bíblico nos ensinando que devemos obedecer às ordens proféticas de revelação e visão de um discípulo que diz está vendo um leão a fim de receber a unção do leão. Em nossa Confissão de Fé (Cap 1) encontramos a seguinte seção:

“VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. Como referências: II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.”

4. Não há registro bíblico nos ensinando que alguém cheio da unção de Deus e da manifestação do Espírito fica inconsciente, insano e em transe. Neste episódio, houve transe para tudo: para virar Leão porque alguém disse, para andar de quatro e para receber direção de palco do próprio Leão. Mas não houve transe para se preocupar com a própria reputação: “É… agora a minha reputação acabou. Agora vou ver quem vai ficar comigo”?, Isso indica que esta preocupação já expressa o reconhecimento de insanidade desse ato. Nesse momento de preocupação com a reputação percebe-se que não houve um transe ou houve um falso transe. Mas esse tal de transe volta quando a a valadão diz que “Quando parei, não sabia como ou que fazer ao me levantar. Ainda no chão, me ergui de meio corpo e gritei: “Um brado de vitória ao Senhor”, (sem saber se alguém responderia), e o som foi poderoso.” Em I Coríntios 14 Paulo nos ensina que o culto deve ser mantido sob controle racional (14.15,32), para que não haja confusão (14.33) e para que tudo seja feito com “decência e ordem” (14.40).

5. Não há registro bíblico nos ensinando que um culto espiritual acontece sempre debaixo dos aplausos do público e das luzes da mídia. Será que essas unções de leão acontecem nos ensaios, no pequeno grupo ou sozinho no quarto? Se acontecer, é pura ignorância, engano e desconhecimento da verdade do evangelho. Mas essa “unção” aconteceu no palco, num show, debaixo dos olhares da mídia, incentivado pelos gritos e aplausos do público, e com a preocupação com a reputação. A reputação espiritual foi o objeto de adoração.

6. Não há registro bíblico nos ensinando que um crente cheio do Espírito num culto espiritual deve viver em transe, alienado e arrebatado na “espiritosfera”. Por que não viver o evangelho puro e simples de Jesus com sobriedade, fazendo um culto racional, fruto de uma mente renovada (Rm 12:1), cheio do espírito, orando com o espírito, mas com o entendimento, cantando com o espírito, mas cantando com o entendimento (I Co 14:15)?

Pense nisso! E tenha discernimento bíblico em oração.

Jairo Filho - Escrito em 17/08/2007

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