Texto 5: Como reagir as dores da vida - Parte 2

Quero, baseado no primeiro momento da doloria experiência do sofrimento de Jó, convidar você a se preparar para quando chegarem as inevitáveis dores da vida. Pois nós sabemos que as dores da vida podem surgir de repente a qualquer um sem distinção de caráter (parace irônico, mas imediatamente após eu trazer essa mensagem, soube que tinham acabado de assaltar e roubar 15 mil reais da casa de um diácono/tesoureiro de nossa igreja). A história de Jó mostra esse fato quando apresenta uma sucessão imediata de roubo, morte e catástrofes atigindo um homem que Deus testifica que “...ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.” (Jó 1:8b). Fico imaginando Jó sossegado acordando para mais um dia feliz com sua família, quando é abordado de repente por noticias que relatam a perda de suas posses, funcionários, bens e filhos. E no outro momento, seu luto é adicionado a um câncer de pele que tritura Jó por dentro e por fora. Enfim: Jó perdeu bens, família e saúde. Como alguém pode reagir a dores tão terríveis assim?

Ouso afirmar, baseado nos 2 primeiros capítulos do livro de Jó, que a adoração a Deus é a melhor reação para vencer o sofrimento dos justos. Uma vez que todas as tentativas de explicar as origens e causas do sofrimento não passam de esforço intelectual e, que dessa forma, o sofrimento se torna a criptonita dos filósofos e teólogos, super-crentes e ateus, vamos tentar aprender a reagir ao sofrimento baseado nas primeiras reações de Jó ao seu sofrimento. Como? Adorando a Deus.

Assim, quero compartilhar com você 3 implicações e conseqüências que a adoração promove diante do sofrimento dos justos.

1. Adoração vence a barganha com Deus com o amor livre e incondicional

Não podemos esquecer que Jó não leu o livro de Jó enquanto estava sofrendo. Jó é a própria história. Ele sente literalmente na pele as mais terríveis dores da vida que um homem pode experimentar. Jó não sabe absolutamente nada do que aconteceu nos bastidores das regiões celestiais entre Deus e Satanás. E por isso, suas reações não são ancoradas pela presença concreta, visível e clara de Deus. Jó não estava ouvindo Deus dizer: “Meu filho Jó, você está sofrendo porque eu fui insultado por Satanás a fazê-lo sofrer. Ele disse que você é incapaz de me amar e de me obedecer incondicionalmente, e me agrediu quando disse que eu subornava você com proteção, riqueza, status social para receber teu amor. Assim, você está sofrendo para vencer essa maligna suspeita cínica contra o meu caráter. Este sofrimento é um teste para você e para mim. Eu estarei com você o tempo todo e não deixarei você sofrer muito. E eu prometo que no final do teste eu restituirei em dobro tudo o que foi tirado de você. Agüenta firme que a recompensa final vale a pena todo o sofrimento”. Não. Deus não disse nada disso e nem Jó suspeitava de nada e nunca soube dessa aposta cósmica entre Deus e Satanás. Resumindo, Jó não sabe do passado nem do futuro, só experimenta o presente com toda intensidade e suas crueldades.

O que podemos perceber é que muitas vezes o sofrimento dos justos não tem uma razão exata e explicada. Quando nos colocamos no lugar de Jó, podemos nos identificar com ele pelo fato de que nós sofremos no escuro. Nós não temos uma visão clara das razões por trás de nosso sofrimento. E como reagir nessa situação? Acredito que a mais sadia e esperada reação seja a adoração.

Entendo que o sofrimento dos justos é um convite a adoração. Mas parece que é ao contrário. Justamente quando perdemos tudo e sentimos as piores dores da vida somos induzidos a murmurar e blasfemar contra Deus. E é justamente contra a blasfêmia que Jó tanto lutava e evitava que seus filhos pecassem. E parece que o zelo com a devoção de seus filhos tem um toque irônico na trama do livro: O pecado que Jó temia que seus filhos cometessem, amaldiçoando a Deus no seu coração, é exatamente aquele que as perdas e as dores da vida induziam agora a Jó cometer. Eis a questão: Blasfêmia versus Adoração. De que lado Jó vai ficar? Como Jó vai reagir?

Para nossa surpresa, Jó, após receber as más notícias das sucessivas catástrofes, perdas e luto, “não pecou e não culpou a Deus de coisa alguma”. (Jó 1:22). Mesmo se vendo só, doente, gemendo de dores, e sem nada que possa motivá-lo a servir a Deus com devoção e fidelidade, Jó, em momento algum, pecou, nem atribuiu falta alguma a Deus. Ele continua mostrando seu temor a Deus, reconhecendo que a sua vida revela a grandeza de Deus e a limitação humana em qualquer circunstância. Humildemente ele demonstra que seu temor a Deus é maior do que os bens que ele possui.

A reação de Jó nos ensina que o sofrimento dos justos é um convite à adoração. Em vez de pecar contra Deus por meio da blasfêmia e da murmuração, Jó adora atribuindo a Deus todo o controle dos fatos, tragédias e perdas recentes. Tudo tem origem em Deus. E todos os bens da vida são passageiros, finitos, limitados, supérfulos diante do maior bem da vida: O relacionamento com Deus. E assim, Jó nos ensina a reagir às perdas da vida com adoração, mesmo que seja com lágrimas, lamento e dor.

2. Adoração vence a suspeitas cínicas do Diabo com integridade a toda prova de sofrimento

Jó não leu o livro de Jó. Mas nós estamos lendo. E lemos que houve uma assembléia celestial onde aconteceu um bate-papo entre Deus e Satanás que fabricou toda a trama cósmica em relação a história do sofrimento de Jó. E porque esse detalhe foi revelado somente a nós e não a Jó? Acredito que é para nós sabermos que, muitas e/ou algumas vezes, o sofrimento revela as mais íntimas motivações e intenções de nosso coração em construir e preservar nossa integridade, fé, temor e obediência a Deus. E Satanás incita, provoca e lança uma armadilha venenosa de uma suspeita cínica contra o caráter de Deus e contra a liberdade do homem de amar a Deus incondicionalmente.

A acusação feita por Satanás de que Jó ama a Deus só porque “o tens protegido de todos os lados” é, na verdade, um ataque contra o caráter divino. Implica dizer que Satanás afirmava em sua suspeita de que Deus não é digno de ser amado em si mesmo, que as pessoas o seguem somente porque lucram com isso ou estão sendo subordinadas por suborno corrupto para agir assim. A acusação de Satanás atingiu o caráter de Deus e, Deus escolheu Jó para responder a Satanás que o homem é livre para amar a Deus sem ser por medo, culpa ou busca de recompensa.

Satanás suspeita das secretas expectativas e interesses do coração de Jó em ser tão temente e íntegro a Deus. Ao mesmo tempo Satanás considerava Deus indigno de ser amado em si mesmo, porque subornava as pessoas dando algum prêmio em troca de seu amor. Philip Yancey disse que: “Na concepção de satanás, Deus lembra um político que só ganha a eleição porque manipula os resultados, ou um mafioso que tem uma mulher interesseira e não uma esposa dedicada. As pessoas amam a Deus, disse certa vez um sacerdote, “assim como o camponês ama sua vaca, pela manteiga e pelo queijo que fornece”. “Satanás crê que nada pode ser genuinamente bom nem Jó na sua piedade desinteressada, nem Deus na Sua generosidade igualmente sem interesse”.

O ponto decisivo da dúvida levantada por Satanás nos faz refletir e (re)ver nosso relacionamento com Deus. Pode o homem adorar e servir a Deus por nada? Desinteressadamente? Sem nenhuma recompensa? Simplesmente porque Deus é Deus? É possível haver entre Deus e o homem um encontro onde somente o amor e o afeto são as únicas motivações? Satanás pensa que não. E você como responderá essas perguntas? A sua resposta pode vencer ou não Satanás.

Para Satanás, o homem se aproxima de Deus por causa das vantagens que esta relação lhe proporciona e, uma vez tiradas as vantagens, não lhe sobraria nenhuma motivação para buscar a Deus. É exatamente nessa armadilha que a mulher de Jó cai por causa de sua fraqueza em seu desespero, depressão e luto. A mulher de Jó não vê mais vantagem ou lucro em preservar a integridade, uma vez que Deus não estava mais fazendo sua parte no negócio-contrato: Jó seria integro e Deus protetor. Mas agora, para a mulher de Jó, Deus deixou de ser o protetor. Assim sendo, a lógica de causa e efeito da teologia da mulher de Jó, conduz ela a tentar seu marido a amaldiçoar a Deus e se suicídar.

Sabendo que o utilitarismo é o carro-chefe das relações humanas, Satanás acha que não seria diferente na relação de Jó e Deus. O que aconteceria se Jó perdesse riqueza, honra e família? Será que continuaria temendo a Deus e amando-o apesar da miséria e da doença? E você preservaria sua integridade mesmo perdendo tudo o que tem e o que é? Satanás pensa que não. (Lembro agora de uma boa reação diante da provação na história de Sadraque, Mesaque a Abdenego (Dn 3:17, 18). Eles preservaram a integridade a toda prova de sofrimento.

Assim, nos deparamos diante de uma aposta que põe em jogo a relação livre, pessoal, afetiva e desinteressada entre o homem e Deus. Se não amarmos e adorarmos a Deus no meio da dor, simplesmente porque Deus é Deus, fica provado que só adoramos a Deus na expectativa da troca. E Satanás terá razão em suspeitar de Deus e de nós. Se não adoramos a Deus no meio das perdas e dores da vida, Satanás bate o martelo e condena Deus por subornar a nossa devoção a ele. E o resultado seria trágico: Um quadro pintado de um Deus fraco e carente atrás das grades que compra o amor de seus fiéis. E agora? A suspeita cínica de Satanás será vencida quando reagirmos às dores da vida com adoração livre e incondicional.

3. Adoração vence a dor com o lamento do coração despido

O Capítulo 3 do livro de Jó nos mostra que a adoração também pode ser expressa no meio da depressão e que a a fé em Deus também abre espaço para a lamentação. A depressão de Jó, iniciada no capítulo 3, nos leva para um cenário sepucral, frio, escuro, agonizante e doloroso. Jó, como lixo humano, se recolhe só no meio das cinzas. Uma terrível crise existencial assalta a paz de seu coração. E seus gritos de desespero dão o tom de sua crise existencial. Vemos o melhor homem do mundo atolado num abismo escuro de desespero e angústia.

Seus gritos de dor contam a Deus exatamente como se sente o que pensa. Jó não esconde absolutamente nada diante de Deus. Seu coração está despido de toda riqueza, amor familiar e máscaras da religião. Jó está e se sente extremamente solitário, rejeitado e abandonado. Ele é atacado por uma crise de fé sem medidas. As falas de Jó contêm expressões profundas de dor, desespero e indignação. Quase contendo sarcasmo, ele deixa transparecer protestos irados contra Deus, chegando mesmo a beira da blasfêmia e da murmuração. Mas, mesmo assim, “em tudo isso Jó não pecou” (Jó 2:10). Ele questiona justiça, a bondade e o amor de Deus, mas se nega a virar as costas para Deus. Sua busca agora é por Deus, não a restituição de sua riqueza ou sua saúde; mas sim, seu relacionamento com Deus.

Agora imagine comigo aquele homem temente a Deus, agora, olhando para a sua existência, desejando nunca ter nascido (Jó 3;3-10), ansiando pela morte (Jó 3;11-19) e lastimando pela vida que tem (Jó 3:20-23). Imagine essa cena, mas sem esquecer que Jó, assim como nós, não é um homem feito exclusivamente por razão sem sentimento algum. A Bíblia nada afirma sobre tal constituição humana, nem muito menos freia os lamentos e gemidos de dor de nossas emoções feridas.

A reação de adoração de Jó a Deus no meio do vale de lágrimas da depressão vai contra o ensino de muitos religiosos que pregam a aceitação entorpecida da vontade inquestionável de Deus que ordena engolir os soluços de dor. Esses religiosos ensinam que Deus coloca um freio severo e rígido sobre todas as nossas dúvidas e inquietações, desaprovando nossos momentos de desespero, choro e lamento.

Mas Jó é um homem como qualquer um de nós, e no caso, enlutado, humilhado, com dores no corpo e com todo corpo em dores, porque sua pele está em chagas e seus nervos estão em chamas. Ele sofre de insônia, magreza, mau hálito, coceira lavada de pus. É rejeitado pela sua mulher, lambido pelos cachorros e desprezado por todos. Apenas um robô muito bem programado ou um homem de pedra ou de bronze pode permanecer insensível, mas um homem verdadeiro como eu e você é um vulcão turbulento de lamentação no meio da dor.

E é aqui que eu quero chegar: O livro de Jó nos ensina que somente um Deus pessoal escuta nossos gemidos de dor em meio a nossa própria miséria, mesmo que nossos gemidos estejam isentos de lógica e falando tagarelices a cerca de nossa existência. E este é o começo da cura. Logo, lamentar de dor não é pecado. Pelo contrário, a fé se constrói no meio das cinzas da incredulidade e a esperança aparece nos destroços do desespero. Assim, a lamentação é gritar de dor mostrando a ferida aberta, confessar a fragilidade de nossa fé e entregar-se a Deus por inteiro. Esse é o início da cura. Não engula o choro se não seu coração implodirá em cinismo e sarcasmo. Mas que seu coração reaja em explosão para ser reconstruído e curado.

Até a próxima sobre esse mesmo tema.

Em Cristo, que venceu a barganha, o diabo e a dor adorando a Deus.

Jairo Filho.

Frases (evangélicas?) que não agüento mais.

1. Amém? Está fraco. AMÉM? Amém ou não amém?
2. Quem quer receber uma bênção de Deus hoje, levante a mão.
3. Existe a lei da semeadura, e o número da conta é...
4. Isso é roubo, meu irmão; você nasceu pra ser cabeça, não cauda!
5. Esse acidente aconteceu porque você deve ter dado brecha.
6. O Diabo quer lhe destruir.
7. Estou vendo uma obra de bruxaria em sua vida.
8. Vamos quebrar as setas inimigas.
9. Nada vai impedir que você seja um conquistador.
10.Não há nada de errado com o dinheiro; o único problema é o amor ao dinheiro.
11. Nossa denominação ainda vai conquistar o mundo.
12. A partir de hoje São Paulo nunca mais será igual.
13. Nós somos um povo que não conhece derrota.
14. Venha para Jesus e pare de sofrer.
15. Você é filho do Rei e não merece estar nessa situação.
16. Temos a visão de conquistar a Europa para Cristo.
17. Essa doença não existe, ela é apenas uma ameaça do Diabo.
18. Deus está nos dirigindo para abrirmos uma igreja em Boca Raton.
19. Vamos amarrar os demônios territoriais que estão sobre o Brasil.
20. Todos os que fizerem a campanha das sete semanas alcançarão seus sonhos.
21. Compre esta Bíblia fantástica com os comentários de...
22. Estamos num mover apostólico e o avivamento brasileiro é semelhante ao do livro de Atos.
23. Teremos uma explosão de milagres na maior concentração religiosa da história.
24. Vamos ficar em pé para receber o Grande Homem de Deus, fulano de tal, com uma salva de palmas.
25. Quando vejo essa multidão de quinze mil pessoas, só tenho vontade de dizer que amo cada um de vocês.
26. O Reino de Deus precisa de um candidato na Câmara; vamos eleger nosso irmão que vai fazer a diferença.
27. Deus abrirá uma porta de emprego para você, meu irmão.
28. Semana que vem teremos mais uma sessão de cura interior.
29. Enquanto não pedirmos perdão ao Paraguai pela guerra, nunca seremos uma nação próspera.
30. Os Estados Unidos são uma bênção porque o presidente deles é crente.
31. Tudo é miçanga, só Deus é jóia.
32. Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono.
33. Este carro ficará desgovernado em caso de arrebatamento.
34. Crianças, cantemos: “Cuidado olhinho no que vê, cuidado mãozinha no que pega... nosso Pai está olhando pra você”!
35. Olhe para o seu irmão do lado e diga: Eu amo você!
36. O Espírito Santo está me revelendo que existem ladrões nesta igreja que não entregaram seus dízimos.
37. Ah, seu problema é maldição hereditária.
38. Quando você não entrega o dízimo na casa de Deus, Ele não tem compromisso financeiro com você.
39. Quero que vocês dêem uma oferta especial para manutenção do nosso programa de rádio e TV, pois foi Deus quem mandou pregar na mídia.
40. Ora em línguas aí, irmão.
41. Restitui, eu quero de volta o que é meu.
42. A visão da nossa igreja é evangelizar. Obra social é com o governo.
43. Abram suas Bíblias no livro "X". Quem encontrou diga amém, quem não encontrou diga misericórdia.
44. Eu gostaria de cumprimentar a igreja com a paz do Senhor (se gostaria, então cumprimente, ou vai ficar na vontade?).
45. Abra o seu coração (como?).
46. Deus está aqui (que algo mais óbvio que isso).
47 - Deus está curando voê, minha irmã, deste nódulo no seio que você nem sabia que tinha (depois dessa, dizer mais o que).
48. Deus está operando poderosamente (alguém já viu Deus operar "meia-boca"?).
49. Deus vai enxugar suas lágrimas (O que dizer? Como é fácil falar).
50. Tá amarrado! (alguém sabe quanto tempo o Diabo leva para se desamarrar?).
51. Deus vai dar à nossa igreja um programa na Globo (tô com uma pulga atrás da orelha. Acho que esse pastor quer figurar na novela das 8).
52. Irmãos, Deus me deu revelação. Esse será o ano de Elias, de Josué, de Gideão, de João Batista... (Não parece calendário chinês?).
53. Abra a boca e profetize; as palavras têm poder.
54. Hoje eu deixo de ser crente se Deus não operar um milagre. (Por favor, deixe mesmo!)
55. Meus irmãos, estas igrejas que usam rosas ungidas, sal grosso para descarrego, etc., não são de Deus!....Ao final do culto tragam seus documetos, carteira de trabalho, chave de casa e do carro para ungirmos, pois aqui a coisa é diferente, Deus opera!
56. Não diga isso. As palavras têm poder!!
57. Incendeia tua noiva, Senhor.
58. Seja um adorador extravagante!
59. Fui chamado para ser um levita na casa do Senhor. Posso cantar na sua igreja e vender meus CDs?
60. Não podemos fazer da igreja um clube.
61. Sendo dizimista, você pode colocar Deus contra a parede.
62. Meus irmãos, é hora de mudar o Brasil.
63. Quem tem um caroço em qualquer lugar do corpo, levante a mão que Jesus vai curar agora.
64. A Rede Globo conspira contra a igreja.
65. Quanto mais glória você manda pra cima, mais glória Deus manda pra baixo.
65. Não dá o dízimo na casa de Deus, mas acaba "dando" na farmácia (Hum, não sei não!)
66. Você que não dá o dízimo não tem moral pra exigir nada de Deus.
67. Vamos pisar na cabeça do diabo; o Diabo só conhece o número do meu sapato.
68. Quando o crente ora, deve esperar retaliação do Diabo.
69. Sabe qual o nosso problema? O mundo está entrando na igreja.
70.Eu soube que o Anticristo já nasceu e está se preparando para aparecer.
71. Eu soube de um pastor que encontrou uns feiticeiros que estavam jejuando para fazer os pastores caírem.
72. O Rei Leão da Disney é gay!
73. Minha irmã, você precisa da nossa cobertura! (essa é quase pornográfica).
74. Não esqueça de enviar os boletos bancários que eu prometo subir o monte nesta madrugada e interceder por sua vida.
75. Não fique triste com a morte do seu filho (ou com seu divórcio, ou com sei lá o que). Tudo tem um propósito e Deus sabe o que faz.
76. Irmãos, hoje o Senhor falou comigo pela manhã para trazer esta palavra.
77. Orei e a chuva parou.(então ora e manda chuva pro nordeste, não é?)
78. Estou sentindo uma opressão aqui.
79. Hoje vamos ouvir o testemunho do Irmão que era ex-gay, ex-traficante, ex-drogado, ex-macumbeiro, ex-cafetão, ex-morto, ex-satanista, ex-sei-lá-o-que e que agora é crente!!!
80. Todo inimigo, fora daqui!
81. Posso ouvir 3 aleluias e 8 améns?
82. Cuidado para não perder a benção, irmão.
83. Não adianta fugir de Deus, Ele vai ter pegar na curva.
84. Se não vier pelo amor, vem pela dor.
85. Sabe quanto custa uma consulta, uma internação? Dar o dízimo é mais barato.
86. Deus me revelou que 50 irmãos vão contribuir com mil reais cada um. Quem é o primeiro? Se não tem ninguém, então devem existir aqui 50 valentes que vão contribuir com quinhentos... Agora chegou a sua vez, meu irmãozinho querido. Todos vocês que sobraram tragam suas ofertas de um real. (Que leilãozinho ordinário, heim?)
87. Tomara que ao sair daqui um carro não passe por cima de você; vou orar para que Deus lhe dê mais uma chance.
88. Não troque sua salvação por um copo de cerveja.
89. Nesta noite Deus vai disribuir dar sapatos de fogo (Eu prefiro os de couro!)
90. Infelizmente ele preferiu morrer sem salvação do que voltar pra nossa igreja.
91. O diabo tentou impedir que você viesse aqui nesta noite, porque ele sabia que você seria revelado
92. Eu tinha preparado uma mensagem, porém o Espírito Santo quer que eu pregue sobre santidade (...E dê-lhe regrinhas!).
93. Deus confirmou a mensagem desta noite enquanto a irmã cantava aquele hino.
94. Dê o melhor que você tem , Deus não quer troco de ônibus.
95. Tire a melhor nota que você tem e ofereça o melhor sacrificio ao Senhor.
96. Tive uma visão que no estacionamento da igreja só tinha carro zero km.(Acho que ele confundiu a igreja com a concessionaria ao lado).
97. Minha teologia é joelho no chão!!!(Essa teologia é no mínimo esquisita).
98. Deus conhece a sinceridade do meu coração! Eu preciso da sua ajuda para manter este programa no ar e o número da conta é... (Sim, eu sei que Deus conhece tudo. Eu é que estou com alguma suspeita).
99. Se você sair de férias e não deixar o cheque do dízimo vai dar tudo errado na sua viagem. (E agora? Esqueci! Deve ser esse o motivo porque furou o pneu do carro)
100. Deus não escolhe os capacitados mas capacita os escolhidos. (Há muitos pastores repetentes nessa escola de capacitação).
101. Não toque contra o ungido do Senhor. (Chavãozinho para proteger os líderes inseguros).
102. Não diga a Deus que seu problema é grande; diga ao seu problema que o seu Deus é grande. (Poesia de quinta categoria]
103. Você é a menina dos olhos de Deus [com remela?]
104. Aqui é uma igreja diferente (Sério? Então tá].
105. Se vocês confiam em nós, pastores, para trazer a palavra de Deus, devem confiar na nossa administração das ofertas. Não precisamos prestar contas a ninguém, só a Deus [Hummm. Acontece que a palavra foi fraquinha).
106. Chega de esperar; hoje o seu milagre vai chegar (Posso reclamar no Procon?).
107. Plante sua semente que você vai colher a cento por um (Pequenas igrejas, grandes negócios).
108. Deus sabe de todas as coisas (Que clichê cruel, na hora que não tem respostas para uma questão).
109. "Mateus, Mateus, primeiro os teus" [Não entendi, hã?]
110. Comunico o falecimento do irmão Fulano. Infelizmente, perdemos um bom dizimista (A família enlutada agradece pelo gesto de solidariedade...).
111. Depois do culto, compre meus livros e CDs de mensagens. Vão abençoar o ministério infantil que cuido. Tenho quatro filhos (Se a piada é sem graça, imagine a mensagem dos Cds e livros.).
112. Olhe para o irmão do lado e diga "você está bonito hoje" (Por que tenho que fazer esse tipo de coisa? Logo eu que sou gaúcho?).
113.Tem gente que lê muito e só cresce em sabedoria humana. O importante é o conhecimento de Deus ["conhessimento" com dois "esses", provavelmente...]


Acho que chega, não? A lista do besteirol parece não ter fim.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim.(www.ricardogondim.com.br)

Texto 4: Como reagir as dores da vida - Parte 1

No seu livro “Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas”, o Rabino Judeu Haroldo kushner conta sua experiência pessal de enfrentar uma insupertável dor em Família. Ele conta que teve um lindo e inteligente filho chamado Aaron. De repente, Aaron começou a não ganhar peso, seu crescimento se tornou retardatário, seu cabelo começou a cair. Algum tempo depois, os médicos pronuciaram o diagnóstico: Aaron sofria de progéria, uma espécie de nanismo congênito em que o indivíduo apresenta aspectos externos e faciais de velhice precoce, com queda dos cabelos, pele enrugada, magreza etc. O médico disse que Aaron não passaria dos 90 cm de altura, que não teria cabelos na cabeça nem pêlos no corpo, que se pareceria com um velho sendo ainda uma criança e que morreria no início da adolescência.

Como alguém reage a notícias como estas? Harold Kushner relata sua primeira reação: “O que eu senti aquele dia foi uma sensação profunda e dolorida de deslealdade. Nada fazia sentido... Como isto podia acontecer a minha família? Se Deus existia, se Ele tinha um mínimo de equidade, pelo menos para amar e perdoar, como podia Ele fazer isto comigo? E mesmo que eu conseguisse me convencer de que merecia aquela punição por algum pecado de negligência ou orgu¬lho de que não tinha consciência, por que Aaron deveria sofrer? Era uma criança inocente, entrando feliz no seu terceiro ano de idade. Por que deveria ele sofrer física e psicologicamente todos os dias de sua vida? Por que deveria ser observado com curiosidade, apontado, onde quer que chegasse? Por que a condenação de chegar até a adolescência, de ver os outros meninos e meninas começarem a namorar e de perceber que ele jamais conheceria o casamento ou a paterni¬dade? Simplesmente, não fazia sentido.” O Rabino ainda conta seu drama de comemorar o aniversário de seu filho com o sentimento de alegria pelo crescimento de seu filho, mas com o sufoco do conhecimento prévio de que aquele aniversário os aproximava mais do dia em que ele seria tirado deles. No fim das contas, Aaron morreu dois dias depois de completar 14 anos.

Confesso que eu não tenho noção da dor desse homem que experimenta esse tipo de dor, tortura, agonia e desespero. Também confesso que se sentisse uma pequena porcentagem desse sofrimento eu não teria respostas para tantas interrogações que a miinha crise de fé iria fabricar. Confesso que não consigo entender por que os mais obedientes e comprometidos jovens cristãos ficam paralíticos por causa de um desastre de carro. Não sei porque pessoas alegres e amáveis são pegos de surpresa e levados ao leito da enfermidade. Nem muito menos compreendo por que bons pais são forçados a gerar e criar filhos deficientes e a conviver com a discriminação social por toda a vida. Nem me pergunte por que crianças inocentes são violentadas por animalescos pedófilos cruéis, porque não sei te explicar. Nem me chame para dar uma palestra na APAE para explicar por que um Deus amoroso e poderoso criou crianças deformadas só para viverem sofrerendo nesse mundo como deficientes e discriminadas. Minha teologia é freada por tragédias como a do dia 11 de setembro no World Trade Center, Tsunami, Auschwitz e muitas outras tragédias históricas. Nunca ousaria explicar as causas do sofrimento e sua relação com o caráter de Deus no leito de hospital para Jaqueline Saburido, uma moça que sofreu um acidente de carro, por culpa de um bêbado irresponsável e homicida que a deixou com quase 60% do corpo queimado e sabe que está sentenciada a (sobre)viver deformada pelo resto da vida.

Assim sendo, a primeira melhor reação ante ao sofrimento é não se contorcer nem se expremer todo buscando fabricar, analisar, formatar, explicar, argumentar e ensinar intelectualmente as origens e causas do sofrimento dos inocentes. Até por que se eu ou você conseguir essa façanha - que é e foi impossível para todos os teólogos e filósofos destes últimos séculos - o sofrimento não acabaria. E além do mais, minhas palavras não passariam de elucubrações abstratas, frias, apáticas e indiferentes ao dolorido e traumatizado coração daqueles que sofrem sedentos simplemente por uma palavra e uma mão amiga e solidária de consolo e compaixão.

Além do mais, quando o coração está dolorido, todo exercício filosófico para explicar o sofrimento dos justos não passa de uma irritação e um arranhão na ferida aberta. Todas as elucubrações intelectuais e cartesianas sobre só fabricam crises de fé, niilismo existencial, desespero, dúvidas, incredulidade, cinismo. Resumindo: Explicar o sofrimento dos justos é como correr atrás do vento ou do próprio rabo. Não chegaremos em lugar nenhum. Poupe suas energias intelectuais e descanse teu coração no colo do Pai.

Em Cristo, que nunca se esforçou intelectualmente para explicar o sofrimento dos justo advogando Deus


Jairo Filho

Texto 3: Deus permite o sofrimento dos justos

É na história de Jó que aprendemos que Deus permite que pessoas boas passem pela experiência do sofrimento. Sofrimento é coisa humana. Nem sempre vem como punição e nos atinge independente de nossa integridade.

Quem foi Jó? Jó é descrito como “um homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava fazer o mal. (Jó 1:1). O caráter de Jó é muito atraente e agradável ao próprio Deus. Deus testifica enfaticamente que não havia “ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal.” (Jó 1:8 e 2:3). A caráter de Jó tinha três aspectos: (1) Era “integro e justo”: Jó reivindicou ser perfeito (Jó 9:21-22 e 12:4) e se apegou a sua integridade (27:5; 31:6). Sua integridade era reconhecida por sua mulher (2:9) e admirada por Javé (1:8; 2:3). “Jó era um produto acabado, bem feito e harmonioso”. (2) Era devoto: “Temia a Deus”, como Abraão (Gn 22:12). Era perfeito em sua dedicação à pessoa e exigências de Deus. (3) Era moralmente bom: Jó “rejeitava fazer o mal”. A conduta nobre de Jó é apresentada a medida que a história progride. A descrição de seu caráter irrepreensível chega ao seu clímax no seu testemunho final (cap. 29 – 31). Jó insiste que suas boas obras são conhecidas publicamente (cap. 29) e nega quaisquer falhas sérias (cap. 31). Era irrepreensível diante dos homens (4:3-6) e de Deus (42:8). Em resumo: A vida de Jó é um exemplo de integridade, devoção e piedade sem precedentes.

É comum recebermos interpretações do nosso sofrimento apresentando a justificativa de que o sofrimento e as nossas reações são de alguém que não conhece e nem confia em Deus. Mas percebemos que Deus permite o sofrimento na vida do íntegro Jó. Deus permite que o sofrimento aconteça na vida de pessoas boas. Deus permitiu que pessoas boas sofressem imerecidamente.

A Bíblia também está encharcada de personagens que sofreram por serem justos. Ao ler as Escrituras Sagradas me deparo com José, resistindo à tentação da mulher de Potifar, e como conseqüência é levado preso por calúnia e injustiça. Vi o povo de Deus sofrendo no Egito e no deserto. Como é possível o povo escolhido de Deus sofrer tantos infortúnios? Vi a fidelidade de Sadraque, Mesaque e Abdnego os levarem para a fornalha de Nabucodonosor, assim como as orações de Daniel o levaram para a cova dos leões. Senti o desespero solitário e doloroso dos salmistas. Li a história sangrenta dos profetas de Deus. Na agonia da crucificação de Jesus, escuto seus gritos de desabafo de dor e de abandono. Aprendo que quem deseja ter a ousadia da igreja primitiva e a coragem de Paulo em levar o evangelho até os confins da terra, assim como eles, sofrerá perseguições. Vejo uma lista de mártires em Hebreus 11 e na história da igreja no primeiro século que “foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar um ressurreição superior, outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos à fio da espada. Andaram errantes, vestidos, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas” (Hb 11: 35 -38). Tudo isso, porque confessavam sua fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

Diante disso, podemos concluir com duas implicações práticas para entendermos como fica o relacionamento com Deus quando pessoas boas sofrem.

(1) Nem sempre as perdas da vida são sinais de castigo – Podemos perceber que Deus não permitiu o sofrimento para castigar Jó. Na verdade, o livro de Jó desconstrói a lógica: bênçãos para os obedientes e bons e castigo para os maldosos e rebeldes. Isso significa que nem sempre quem sofre perdas na vida está sendo castigado por Deus.

(2) Nem sempre as posses da vida são sinais da presença de Deus – Muitos de nós somos treinados a pensar que quem está experimentando prosperidade está desfrutando da presença de Deus. E quem sofre perdas, significa que Deus está longe e distante. Quem pensa assim, pensa como se Deus tivesse ido embora quando perdemos nossas posses, como se Deus fosse reduzido a ser nossos bens materiais. Por isso que o Reverendo Ricardo Barbosa diz: “Para muitos cristãos, o centro em torno do qual giram suas vidas não é Deus e a vontade divina, mas é seu trabalho, posição social, família, estabilidade econômica, realização profissional, etc. Quando uma ou mais destas coisas são abaladas, ou mesmo arrancadas de nós, seja a estabilidade econômica ou familiar, freqüentemente perguntamos: “Onde está Deus?” Como se Deus tivesse ido embora quando se perdem bens de grande valor. A estabilidade, os bens ou mesmo a profissão transformam-se facilmente em nossos ídolos, e Deus não passa de uma força que opera na preservação daquilo que de fato não sustenta nossa crença.”


Assim, quando pessoas boas sofrerem freie sua língua para não lançar condenação sobre os que sofrem baseada na lógica de causa-efeito de nossa justiça. Nem sempre quem está sofrendo está sendo castigado. E nem sempre que sofre perdas na vida está sendo abandonado por Deus. Isso evita enclausurar Deus dentro de nossas idéias religiosas.

Pense nisso!

Até a próxima!

Em Cristo, o santo inocente que sofreu imerecidamente

Jairo Filho

Texto 2: Um retrato das realidades do sofrimento

Quero compartilhar com você algumas conclusões que ouso afirmar baseado tanto na Bíblia como na experiência de viver, observar e conviver com as histórias de pessoas que sofrem.

É fato que pessoas boas sofrem. E sobre isso, quero lembrar 3 realidades visíveis e claras para todos sem distinção.

1. O sofrimento chega sem hora marcada. Há possibilidades que o imprevisível ocorra a você, a mim ou a alguma pessoa próxima a nós. O sofrimento chega quando nasce uma criança deficiente, ou um acidente trágico acontece, ou quando sai um diagnóstico terrível de câncer ou cada vez que a depressão assalta os corações e nos sepulta num quarto escuro. Nunca saberemos quando alguém terá um ataque cardíaco, perderá um ente querido, ficará paraplégico após um acidente, receberá a notícia de que sua filha contraiu HIV, ouvirá do marido ou da esposa um pedido de divórcio ou perderá o emprego. Assim, o livro de Jó é relevante para nós hoje, pois nos leva a pensar sobre a vulnerabilidade e finitude da vida. Jó, o melhor homem do mundo e o homem mais rico do oriente, num dia como outro qualquer, se vê sem nada. Em pouco tempo, numa rápida sucessão catastrófica de desgraças, ele perde tudo o que tem e tudo o que é. Conclusão: Realmente somos vulneráveis e finitos. Num piscar de olhos tudo pode acabar sem nos avisar. O sofrimento é tão surpreso e inesperado quanto a chegada da morte que não avisa quando vai chegar, mesmo que saibamos que qualquer dias desses, seremos alcançados pela dor e pela morte.

2. O sofrimento chega para todo mundo sem fazer distinção de caráter. Estamos inseridos num planeta caído. A queda humana teve implicações e conseqüências cósmicas. Toda a criação está imersa num ambiente de sofrimento. Ariovaldo Ramos disse: “O ser humano tornou-se frágil, propenso a enfermidades e o ambiente tornou-se perigoso, depósito de vírus e demais anomalias que podem ser fatais à existência humana e demais criaturas. Portanto, após a queda, viver é sofrer de alguma maneira. Toda criação sofre. Mesmo os que não têm motivo para se queixar sofrem de algum jeito. O sofrimento tornou-se parte da condição humana”. Temos que aceitar o que Phillip Yancey disse que “talvez Deus não esteja tentando dizer-nos coisa específica alguma, todas as vezes que sofremos. Dor e sofrimento são partes inerentes do nosso planeta, e os cristãos não estão isentos delas”. E além do mais, em um universo caído, como disse Ed René kivitz “...ninguém é totalmente mal. E ninguém é totalmente bom. Assim também o mundo e a vida. A história, que tem como protagonistas pessoas em quem o bem e o mal se misturam e se confundem, não poderia ser tão exata. Por essa razão, de vez em quando acontecem coisas ruins para pessoas boas, coisas boas para pessoas ruins, e ninguém se surpreende mais quando acontecem coisas ruins para todo mundo”.


3. O sofrimento revela a finitude de todo ser humano. O sofrimento humano nos leva a refletir sobre a nossa existência e nos faz olhar para dentro de nós mesmos e nos conhecermos. A dor nos coloca no devido lugar. É nesse momento que (re)avaliamos todo potencial humano. E chegamos a conclusão de que somos limitados e pequenos. Toda prepotência e arrogância humana caem por terra. A vulnerabilidade e a finitude humana gritam em alta voz nos ordenando a enxergarmos nosso lugar na existência, enquanto nossos gemidos de dor, até então, ateus, clamam por transcendência. Assim, o sofrimento é a criptonita do super-crente e do super-homem cético. O sofrimento quebra nossa dura cerviz e nos põe de joelhos carentes mendigando a graça e o socorro de Deus.

Quando olhamos para o sofrimento de Jó podemos perceber um quadro de sofrimento terrível e insuportável. O sofrimento reduz o homem a nada e ao pó. O sofrimento nos lembra que a vida é tão passageira quanto um hálito que é solto numa manhã fria e logo se dissipa.

Jó foi afligido “com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça” (Jó 2:7). Tudo começou com uma simples coceira, logo depois surgiram manchas sobre a pele, e da noite para o dia se transformaram em tumores e em úlceras malignas que jorravam pus. Todo seu corpo se torna uma ferida purulenta. Somente a gengiva não foi afetada. Enquanto se raspava com caco de louça, seu corpo inteiro se contorcia de dor.

O Professor Flamínio Fávero, então Catedrático de Medicina Legal na Faculdade de Medicina de São Paulo, ligada ao Hospital das Clínicas sugere que "a doença de Jó fosse um caso de furunculose estafilocócica generalizada [...] ou era pênfigo Foliáceo, ou fogo selvagem.” Mas só mesmo os gemidos de Jó que podem nos dizer o diagnóstico total de seu sofrimento.

Jó gemia de dor lamentando de dermatite aguda que causava infecções por todo corpo. Seus gritos de dor ecoam em nossos ouvidos: “Meu corpo está coberto de vermes e cascas de ferida, minha pele está rachada e vertendo pus” (Jó 7:5). Sua pele estava escurecida e descascando, e a febre queimava seu corpo: “Perambulo escurecido, mas não pelo sol [...] minha pele escurece e cai; meu corpo queima de febre” (Jó 30:28,30). Jó estava muito magro: “Não passo de pele e ossos; escapei só com a pele de meus dentes” (Jó 19:20). Crises de depressão tiravam a vontade e o sentido de viver: “É melhor ser estrangulado e morrer do que sofrer assim; sinto desprezo pela minha própria vida. Não vou viver para sempre; deixa-me, pois os meus dias não tem sentido” (Jó 7:15, 16). Rolava na cama em noites de insônia: “Quando me deito fico pensando: Quanto tempo vai demorar para levantar? A noite se arrastava, e eu fico me virando na cama até o amanhecer”. (Jó 7:4). Pesadelos o perturbavam: “me assustas com sonhos e me aterrorizas com visões”. (Jó 7:14). Seu corpo se desintegrava a cada dia que passava. O mal hálito apodrecia sua boca e seus dentes: “Minha mulher acha repugnante o meu hálito; meus próprios irmãos tem nojo de mim. Até os meninos zombam de mim e dão risadas quando apareço. Todos os meus amigos chegados me detestam; aqueles a quem amo voltaram-se contra mim [...] escapei apenas com a minha gengiva” (Jó 19:17-20b). Suas lágrimas enterram toda sua existência num leito sepucral, enquanto avermelham seus olhos e embaçam sua visão: “meu rosto está rubro de tanto chorar, e sombras densas circuncidam os meus olhos”. (Jó 16:16). Enfim, este é o quadro horripilante de um homem torturado por uma desfiguração degradante e pela dor insuportável, é uma gélida lembrança de que o homem é carne, feito do pó tirado da terra.

Totalmente destruído, podre e nojento, Jó se isola no pó e nas cinzas como sinal de humilhação. Esta auto-abnegação era mais provavelmente sua própria maneira triste de aceitar sua nova condição social de lixo humano a ser jogado fora com outros detritos.

Esse é apenas um retrato real e bíblico do que o sofrimento pode fazer em qualquer homem.

Em Cristo, que também experimentou o sofrimento

Jairo Filho

Texto 1: Por que pessoas boas sofrem?

Li o relato de uma mãe dizendo que sua alegria se tornou em amargura e profunda tristeza quando deu à luz a uma menina com spina bífida, um defeito de nascimento que deixa exposta a medula vertebral. Ela relatava como as contas médicas esgotaram as economias da família e como o seu casamento ruiu quando seu marido passou a ficar ressentido com o tempo que ela devotava à filhinha enferma. À medida que o corpinho de sua filha se desintegrava, ela começou a duvidar do que antes havia crido acerca de um Deus amoroso.

Acompanhei muito de perto o drama de um casal cristão que assistia seu filho caçula sobrevivendo há 7 anos por meio de aparelhos no hospital. Era impossível, ao encontrá-los, não ver suas lágrimas e as grandes interrogações de sua crise de fé. E em 2004 o menino faleceu com apenas 12 anos.

Conheci uma mulher empresária com boas condições financeiras, piedosa, bondosa e serva do Senhor que compartilhava suas finanças em projetos missionários e assistindo amigos carentes e de baixa renda. Mas ela sofria de depressão. Ela dizia que não tinha motivos alguns para ficar deprimida. Gozava de uma boa saúde, tinha uma ótima situação financeira, tinha um excelente casamento e lindas filhas. Mas na maioria dos dias, quando acorda, ela não consegue imaginar uma única razão para continuar vivendo. Já não se importa com a vida ou com Deus. Quando ora, não se sabe se alguém está de fato ouvindo.

Fiquei impressionado quando li a história de Ricardo, um jovem cristão universitário, que conheceu a Cristo por meio de sua melhor amiga, e ela logo se tornou depois sua namorada. Ele relatou que orava sem cessar para que seus pais se reconciliassem. Mas seus pais se separaram. Quando tinha que tomar decisões importantes, ele lia a Bíblia e orava pedindo orientação. E chegou a conclusão: “Deus me orientava, mas sempre em todas às vezes eu acabei me dando mal”. Certa vez, numa entrevista de emprego, o empregador contratou outro candidato com menos qualificações, deixando Ricardo desempregado e com dívidas. Na mesma época sua noiva o largou sem dar nenhuma explicação para ficar com outro. A maior dor foi saber que ela havia tido um papel importante no seu crescimento espiritual e, no momento que ele mais precisava, o abandonou e o trocou por outro.

Testemunhei o drama do seqüestro de um casal de amigos. Em certo domingo de 2002, este casal estava cantando na igreja num culto muito especial. Relataram que neste domingo a noite, a presença de Deus estava sendo muito percebida. Mas ao saírem da igreja de volta para casa, foram abordados por quatro homens armados que interceptaram o carro do casal e os levaram para dentro de um canavial. E mulher ficou sozinha com os quatro homens armados no canavial sombrio e deserto, enquanto o marido foi mandado embora para buscar dinheiro e pagar o seqüestro. E tudo isso aconteceu imediatamente após o culto de louvor a Deus no domingo a noite.

Marina tirou a sorte grande ao casar com Marcelo, diziam as amigas com uma certa dose de inveja. Conseguiu o marido dos sonhos: bonito, rico, bom caráter, e melhor de tudo, um cristão sério. Algumas diziam que merecia: uma obediente filha de pastor, bonita, séria com Deus e dedicada na igreja. Era uma menina que estava se recuperando de um luto inesperado - seu primeiro noivo, com quem teria se casado, faleceu. Agora estava feliz. Um novo recomeço estava surgindo. Marcelo era o marido perfeito de um casamento perfeito que já durava 5 anos. Numa noite de quinta-feira, Marina desconfiou de uma mensagem deixada no celular do marido, e no domingo seguinte estava sozinha. Marcelo confessou que a traía havia mais de 3 anos com várias mulheres, e que agora estava apaixonado por uma namorada do trabalho, com quem estava se relacionando nos últimos 3 meses.

Poderia continuar contando muitas histórias como essas e a lista seria muito grande. E com certeza, você nem precisa ser um excelente observador da vida para acrescentar mais histórias. Talvez você seja um personagem de um história assim.

Mas as perguntas que não querem calar em meu coração eu deixo agora com você: Por que Deus permite que pessoas boas sofram? Onde Deus está diante de nossa dor? Deus é injusto? Por que ele não age com coerência, punindo as pessoas más e recompensando as boas? Deus está calado? Por que Deus não fala comigo quando eu mais preciso de sua orientação? Deus está escondido? Por que ele não se revela através de milagres, para calar os incrédulos? Ouvi e fiz muitas vezes esse tipo de pergunta. E você já fez perguntas assim? Você está fazendo um coro uníssono comigo agora? Ou não tem coragem de perguntar? Ou quem faz perguntas assim é incrédulo e/ou ateu? Ou um cristão íntegro e temente a Deus nunca formularia essas interrogações a Deus? Leia o livro de Jó e busque entender por que pessoas boas sofrem. Se você quiser, me acompanhe nessa leitura nos próximos textos.

Em Cristo, que nos chama a crescer na fé sem esconder nossas mais íntimas dúvidas de fé a Deus.

Jairo Filho

Um milagre escolhido a dedo - Lucas 17: 11-19

INTRODUÇÃO

Não podemos esquecer que nem tudo o que Jesus fez ou falou está registrado na Bíblia, uma vez que, "Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fosse relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos". (Jo 21:25) Assim, podemos concluir que Jesus fez muitas outras obras, milagres e ensinamentos que não foram registrados. Mas essa conclusão, nos conduz a uma interrogação: Por que este e não aquele milagre foi registrado? Entendo que os milagres de Jesus foram escolhidos a dedo pelos evangelistas guiados pela inspiração do Espírito Santo. Mas quais os critérios usados para escolher e registrar os milagres de Jesus? Ouso afirmar que todos os milagres de Jesus registrados nos evangelhos nos apontam para a seguinte conclusão-tese: OS MILAGRES DE JESUS REVELAM O CARÁTER DE DEUS E A RESPOSTA DOS QUE RECEBERAM O MILAGRE.

O evangelho de Lucas 17:11-19 registra um milagre de cura que é mais um dos milagres que nos ajudam a conhecer mais a Deus e aprender a resposta que devemos dar ao milagre recebido. Este texto registra Jesus indo para Jerusalém a fim de ser crucificado, andando no meio do povo pelas estradas que ligam Samaria e Galiléia. Nesse ínterim, ele entra numa aldeia e encontra dez leprosos que, de longe, clamam por compaixão. Jesus manda os dez leprosos se apresentarem ao sacerdote para serem curados e declarados curados para serem aceitos pelo povo. Mas antes de chegarem no sacerdote, os leprosos se viram curados. Nove deles ficaram mais maravilhados com a cura do que com o curador. E continuaram seu caminho. Mas um deles, reconhece que o milagre veio de Jesus e volta para agradecer e adorar a Deus prostrado aos pés de Jesus. Jesus fica admirado com a volta de apenas um homem. E este que voltou recebe outra benção: a salvação. O que agradece é curado da lepra da pele e da lepra da ingratidão. Corpo e alma são curados. O ser inteiro é salvo. Mas diante desse texto, que lições podemos aprender? Vamos dividir em duas partes as lições. A primeira parte vamos destacar as lições que Jesus nos apresenta para conhecer o caráter de Deus por meio de seu filho. A segunda parte, vamos destacar as lições que nos conduzem a dar uma resposta positiva e aprovada a iniciativa da graça de Deus em Cristo Jesus.

O QUE JESUS NOS ENSINA ACERCA DO CARÁTER DE DEUS QUANDO FAZ MILAGRES?

(1) JESUS REVELA QUE DEUS SEMPRE PROCURA OS MISERÁVEIS. Jesus sempre esteve envolvido no meio da ralé do mundo. Jesus via e convivia com lunáticos, endemoniados, cegos, paralíticos, ladrões, prostitutas, estrageiros, criminosos, políticos, publicanos, pescadores, fariseus e etc. Assim, nesse texto, como em tantos outros, Jesus toma a iniciativa ir ao encontro do povo e encontra 10 leprosos. Sabendo que os leprosos sempre estavam alienados do convívio social, Jesus vai ao encontro deles e se revela próximo a eles. Nunca aqueles leprosos poderiam, por si só, sair de onde estavam e encontrar Jesus, se Deus não tomasse a iniciativa de se revelar aos leprosos na pessoa de Jesus. Porque os leprosos eram considerados a escória dos miseráveis. Eles eram os miseráveis entre os miseráveis, eram a pior classe social segundo o padrão da cultura judaica da época. Porque, além de estarem doentes de uma doença incurável e contaminável, toda e qualquer doença de pele era sinal de maldição divina e, portanto, castigo merecido dado por Deus. Assim, eles deveriam viver longe da cidade, não ir ao templo adorar junto com todos; e por isso, muitos viviam em cemitérios, amontoados em lixos, isolados em vilarejos e muitos apodreciam em céu aberto sem destino, desesperados, alienados, agonizando de solidão, culpa e coceira, esperando a impiedosa morte chegar.

Assim, entendo que Deus tomou a iniciativa de se revelar aos miseráveis que não tem condição alguma de oferecer algo de bom a Deus, pois estão no estado de extrema miséria e pobreza, incapazes de chamar a atenção de Deus pela sua performance religiosa, pela sua beleza física, pelos méritos de sua justiça própria. Enfim, só resta Deus tomar a iniciativa e chegar ao encontro dos miseráveis e revelar sua misericórdia.

Mas a religiosidade cristã não tem percebido, entendido, crido, experimentado e vivido a graça da encarnação de Cristo e seus efeitos e conseqüências. A religião cristã tem tentado se aproximar de Deus, chamando sua atenção para si mesmo quando se contorce com performances religiosas, aeróbicas espirituais, gestuais de cultos, cerimônias e disciplinas ascéticas a fim de mostrar a Deus uma beleza espiritual forjada pela justiça própria que não passa de propaganda e marketing para comprar a atenção de Deus.

Os cristãos se esqueceram rapidamente que saíram da classe dos miseráveis pela Graça de Deus e se tornaram burgueses religiosos. Hoje ser cristão é ser elitizado, refinado, chique, famoso. A igreja hoje busca ter um padrão de vida semelhante ao do mundo quando busca fama, glória, status, poder, riqueza e influência política. Mas Jesus nos ensina que onde Deus gosta de andar e estar é perto de gente doente, pobre, miserável, rejeitados, sofredores. Assim, esse milagre foi registrado para revelar a graça, o amor, e a preferência de Deus pelos miseráveis. Pois bem-aventurado os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus.

Assim, se você se encontra hoje no seu pior estado e tem consciência disso, Jesus está indo ao seu encontro. Ele gosta de estar onde você está. Você só pode se encontrar com Deus, porque Deus veio ao seu encontro e se revelou a você. Então, pare de tentar chamar a atenção de Deus com gestuais religiosos e justiça própria. Nada disso atrai Deus, pelo contrário, Deus tem ojeriza de orgulho religioso. Abra teu coração e receba a revelação de Deus.

(2) JESUS REVELA QUE DEUS EXALTA OS HUMILHADOS E EXCLUÍDOS – Interessante notar que Jesus toma emprestado o pior dos leprosos segundo o padrão cultural e religioso dos judeus e destaca a fé madura, completa e salvífica. Quando Jesus destaca a fé do estrangeiro samaritano, estava revelando que Deus exalta os humilhados, desprezados, abandonados, alienados e solitários. Sabendo que os judeus consideravam os samaritanos como uma classe inferior e, por isso, tinha uma inimizade de séculos de preconceito e discriminação religiosa e espiritual, Deus se revela em Jesus para destruir toda esta estigma maligna de discriminação. O que me deixa impressionado aqui, é que a lepra era sinal de pecado, maldição e castigo. Mas, curado por Cristo, o samaritano é reconhecido como aquele que teve a fé mais completa e aprovada por Deus. Aqui, Jesus acaba com todo o preconceito que muitos tinham em relação aos excluídos samaritanos. Assim, Jesus nos ensina que o herói não é necessariamente o melhor segundo o padrão dos homens. O Deus que Jesus nos revela é aquele que aceita, recebe, acolhe, transforma, aprova e exalta os excluídos e os transforma em filhos amados.

3. JESUS REVELA QUE DEUS FAZ MILAGRES SEM A MEDIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA RELIGIÃO - Antes dos leprosos chegarem ao sacerdote, eles foram curados. A cura não veio por mãos dos líderes religiosos, mas sim de Jesus. Os sacerdotes são apenas testemunhas e propagadores do milagre e nada mais. Em todos os milagres, podemos perceber que os sinais do Reino de Deus não precisam da intervenção da religiosidade. Jesus veio manifestar a graça de Deus por seu intermédio e acabar com todo e qualquer que tente se colocar entre o homem e Deus. Só Jesus é o caminho e o mediador entre Deus e os homens. Assim, para receber os milagres de Deus, ninguém precisa de um profissional religioso que se destaque no meio do clero com seu poder retórico e seus gingados e cacuetes de púlpito, nem muito menos o seu currículum de prodígios. Neste texto, Jesus mostra que, sendo Jesus o único mediador e curador, todo e qualquer que nele crê pode orar pedindo cura e será atendido pela graça de Deus. O poder não está naquele que ora, mas em Deus que responde a oração pela graça.


4. JESUS REVELA QUE DEUS OFERECE SALVAÇÃO PELA FÉ AO QUE CRER NELE - Perceba que todos foram curados. Mas somente o samaritano que voltou foi declarado salvo pela sua fé. Aqui podemos entender que Jesus deseja fazer uma obra completa na vida de todos nós. Deus não deseja apenas nos curar de enfermidades físicas. Porque depois de curados, todos vão morrer um dia. A cura é apenas um prolongamento da vida e a revelação de Deus e seu poder, graça, amor e misericórdia em dar mais dias de vida para glorificarmos seu santo nome. Na verdade, aqui nós podemos perceber que os milagres de Jesus não induzem, necessariamente, o incrédulo a crer em Deus. Dos dez leprosos, nove receberam o milagre e não voltaram para Deus. Ficaram mais maravilhados com a benção do milagre do que com o abençoador do milagre. Assim sendo, o maior milagre que Jesus quer nos oferecer é o milagre da redenção de nosso egoísmo perdido e maculado pelo pecado. Esse egoísmo pecaminoso fabrica a ingratidão que é filha da amnésia espiritual em relação à bondade do poder de Deus. E sendo assim, só o poder redentor de Deus para nos salvar por completo. Receba a graça da salvação que te cura por inteiro da lepra da pele e da lepra do pecado.

QUAL DEVE SER NOSSA RESPOSTA AOS MILAGRES DE DEUS?

1. A FÉ NOS LEVA A RECONHECER NOSSA FRAQUEZA – Só procura a cura aquele que toma consciência do fato de que está doente. Se aqueles leprosos não se olhassem no espelho nunca iriam reconhecer sua real condição. Somente quando reconhecemos nossa fraqueza é que estamos prontos para receber o milagre. Quando a dor ainda não nos reduziu ao pó, quando o sofrimento ainda não dobrou e amoleceu a nossa dura cerviz, quando a enfermidade não destruiu nossa arrogância nem nos tornou humildes e cônscios de nossa limitação, vunerabilidade, fraqueza, imperfeição e extrema carência de Deus, ainda não estamos pronto para receber o milagre de Deus. Só quem experimentou na pele a dor de uma lepra física e existencial recebe o milagre. Porque Deus não faz milagres naqueles que se acham merecedores do poder de Deus. Assim, humilhe-se diante do Senhor, porque quando estamos conscientes de nossa fraqueza o poder de Deus se aperfeiçoa fazendo milagres em nossa vida.

2. A FÉ NOS LEVA A RECONHECER A PRESENÇA DE DEUS E CLAMAR PELA SUA MISERICÓRDIA – Os leprosos reconheceram em Jesus a graça de Deus. O texto registra que eles apareceram e começaram a gritar para chamar atenção de Jesus para eles. Mas só fizeram isso porque reconheceram a graça de Deus em Cristo. Este clamor por compaixão foi simplesmente uma resposta a atração que Jesus estava exercendo sobre eles. Os leprosos quando olharam para Jesus não enxergaram um religioso legalista, nem um judeu acusador que iria apedrejá-lo, nem um homem que iria rejeitá-los com discriminação. Mas eles olharam para Jesus com fé. E esta fé foi revelada pela presença de Deus na pessoa de Jesus. Ele só tiveram fé, porque Jesus se apresentou e se tornou acessível a eles quando olhou para eles e escutou seu clamor com o coração cheio de compaixão, graça e poder. Assim, receba e exerça a fé que Deus te deu para reconhecer a sua presença quando você estiver sofrendo á espera de um milagre. Deus está pronto para exercer misericórdia sobre tua vida. Peça e receba misericórdia de Deus.

4. A FÉ NOS LEVA A OBEDECER A PALAVRA DE DEUS – Perceba que os leprosos nem foram tocados por Jesus - como foi o caso daquele leproso que foi tocado por Jesus (Mc 1:41) - mas apenas ouviram sua palavra de ordem e tiveram fé no que ele disse. Eles obedeceram a Palavra de Deus revelada em Jesus quando disse: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados” (Lc 17:14). Perceba a disposição dos leprosos em obedecer com fé a Palavra de Deus. Eles não receberam um toque, um abraço, um gesto, um assopro, um movimento que indicasse a cura. Apenas ouviram e obedeceram Jesus. A Palavra de Jesus obedecida os curou. Assim, creio que a Palavra de Deus tem o poder de operar o maior milagre de nossas vidas. Ouvir e obedecer a Palavra trás cura para todos nós.

5. A FÉ NOS LEVA A GRATIDÃO - Gratidão é quando reconhecemos a desobrigação do milagre e reconhecemos que recebemos imerecidamente o milagre de Deus. E a gratidão é o maior sinal de uma fé completa que entendeu e recebeu o milagre imerecido. Todos os outros 9 leprosos acreditaram e receberam o poder do milagre da cura. Mas apenas um teve uma fé mais nobre e aprovada e esperada por Jesus. O ex-leproso percebeu que Jesus não tinha a obrigação, o dever, o débito de curá-lo. O ato de gratidão foi muito mais do que sinal de boa educação e de ser politicamente correto. A gratidão foi a resposta de fé que recebeu o favor imerecido do milagre da cura.

6. A FÉ NOS LEVA A VOLTAR-SE PARA DEUS EM ADORAÇÃO – Quando recebemos pela fé o milagre de Deus, a nossa única opção é nos prostrar em terra e adorar, falar bem do caráter de Deus e de suas obras, e glorificar a Deus reconhecendo Jesus como Senhor Deus. Quem recebe o milagre e não adora a Deus, apenas acreditou, teve um pensamento positivo, uma torcida, um desejo pela benção sem compromisso com o abençoador, e logo se esquece de Deus. Mas quem recebe pela fé o milagre é conduzido sempre a adoração.

7. A FÉ NOS LEVA A RECEBER A SALVAÇÃO PELA GRAÇA – A fé exercida pelo leproso foi a fé esperada por Deus. Esta é a fé que reconhece a graça da salvação. É a fé que responde a graça com o desejo de ter um relacionamento contínuo com Deus e não apenas com o que ele quer e pode fazer. Assim, Deus espera uma fé completa, madura, excelente, integral em relação, não apenas ao milagre de cura de enfermidade, mas no caráter salvador de Deus.

8. A FÉ NOS LEVA A TESTEMUNHAR PARA TODOS – Os leprosos foram testemunhar para o sacerdote a cura recebida para que este divulgasse sua cura para todo o povo. Acredito que os 9 leprosos falaram da cura, mas se esqueceram de Jesus. Acredito que apenas o leproso que voltou para agradecer e adorar a Jesus pela cura relatou ao sacerdote que tinha sido curado por Jesus. Enquanto os 9 falaram mais da cura, o ex-leproso samaritano falou de quem os curou: Jesus Cristo. Assim, mais importante do que testemunhar da benção é testemunhar do abençoador. Mais importante do que falar do que você fez ou o que aconteceu com você, é testemunhar sobre quem fez. Quando você receber o milagre, fale mais de Deus do que você mesmo. Somos apenas coadjuvantes na história da salvação. Deus é quem deve ser anunciado, pois ele é quem fez e faz todo o milagre. Não crie espaço para você aparecer nos testemunho. Toda glória seja dada a Deus.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que este milagre de Jesus nos aponta para o caráter de Deus e suas obras. E ainda, nos ensina lições preciosas de como devemos responder a graça de Deus na sua operação de milagres em nossa vida. Leia e viva os milagres de Jesus sabendo que todo milagre vem pela graça e responda com fé.

Em Cristo, o milagre de Deus em nós.

Jairo Filho

Imbituva, 23 de abril de 2009. (Mensagem pregada na IPB de Imbituva na série de mensagens "À Espera do Meu Milagre")

Pessoas inteligentes - Arnaldo Jabor

Conta-se que numa cidade do interior, um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.

Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 REIS e outra menor, de 2.000 REIS. (Apenas uma forma de comparação)

Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.

- 'Eu sei' - respondeu o tolo assim: 'Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda.'

Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é:

A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.

'O maior prazer de uma pessoa inteligente é bancar o idiota, diante de um idiota que banca o inteligente'.

Qual é a prova da ressurreição?


A ciência humana determina que uma grande alegação tem de apresentar uma grande comprovação.

Assim, por tal critério, qualquer que seja a manifestação “do extraordinário”, pelas categorias cientificas, precisa se fazer provada por meio de fotos, vídeos ou evidencia de material físico; do contrário, se dirá que o testemunho humano simples e comum, não oferece corpo de evidencia e de credibilidade necessários à determinação de um fato extraordinário.

Ora, a ressurreição de Jesus foi o fato extraordinário mais extraordinário de toda a história humana. No entanto, dela não há qualquer comprovação pelo critério cientifico de verificação do inusitado.

Jesus, no entanto, nunca esteve preocupado em provar nada. Não só não oferece corpo de evidencia material, como também ainda escolhe como testemunhas as pessoas mais improváveis de que recebessem crédito como avalistas de algo tão para além do possível.

Ora, para corroborar e dar credibilidade ao milagre da ressurreição, Jesus determinou que os discípulos se amassem e buscassem viver em unidade que fosse significada pelo testemunho do amor com o qual amassem uns aos outros ante a percepção do mundo.

Somente a prática do amor pode validar a ressurreição; posto que grandes alegações demandam grandes provas; e, por isto, o amor é o único testemunho que o milagre da ressurreição pode ter.

“Amem-se e o mundo crerá em mim”, disse Jesus.

Portanto, o que Jesus ensinou em João 17 quanto a tal aspecto da experiência dos discípulos no mundo, dando testemunho de Seu nome, é simples:

Se os discípulos se amam, a ressurreição aconteceu; porém, se os discípulos não se amam, é porque não houve ressurreição para eles; pois o mundo só crerá na ressurreição se vir o amor ser praticado entre os homens que confessam Jesus; visto que somente o milagre do amor, em um mundo de ódio e indiferença, é o que dá testemunho acerca da “alegação” da ressurreição como milagre.

Assim, a prática do amor entre os irmãos e entre os humanos que confessam o nome de Jesus, é a única apologia possível do milagre da ressurreição.


Caio

14 de agosto de 2008

Lago Norte

Brasília

DF


www.caiofabio.com

O pensador de possibilidades

“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que é amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas”. Filipenses 4.8

Pensar, qualquer pessoa normal pensa. A questão é pensar de tal forma que os nossos pensamentos produzam em nós sentimentos e emoções saudáveis, que resultam em comportamentos equilibrados tanto do ponto de vista emocional como social e espiritual. Hoje, os especialistas do comportamento humano já sabem que tudo em que nos concentramos aumenta e nos domina.

Já é certo que as nossas crenças determinam o nosso comportamento. Isto pode ser bom e ruim: Se eu me concentro no que o texto bíblico acima recomenda, estarei pensando em termos de possibilidades e assim o potencial que Deus me deu, por sua graça, será liberado – vou concluir que posso ir além com a ajuda de Deus. Porque toda boa dádiva vem Dele. O contrário, também, é verdadeiro: Se eu passo grande parte do tempo pensando nos meus fracassos, naquilo que não deu certo na minha vida, concentrado nas minhas frustrações, a idéia da impossibilidade vai dominar a minha mente e assim vai paralisar todo o meu potencial – vou concluir que não posso, que não é possível.


Culturalmente, nós não somos ensinados a pensar de forma saudável. Dizendo de outra forma e na linguagem dos especialistas: Não nos ensinam na família nem na escola a gerenciarmos os nossos pensamentos. O resultado é que aceitamos tudo o que vem a nossa mente sem criticar. E esta falta de critério sobre o que pensamos, produz em nós as mais diversas emoções e sentimentos que vão afetar decisivamente o nosso comportamento. Coisa do tipo: Por que estou me sentindo assim? Por que estou me comportando assim? A resposta está naquilo que venho pensando constantemente.


A Bíblia, antes mesmo da psicologia, já recomendava que exercitássemos o gerenciamento dos pensamentos. É um hábito a ser desenvolvido. E como todo bom hábito, no início é difícil; mas vale o esforço pelos resultados na vida emocional, social e espiritual.

Tem um aspecto nesta questão que deve ser considerado o mais importante: Qual é a fonte confiável de ajuda para que eu “pense direito”? A Bíblia é o recurso mais eficaz para nos ajudar a pensar de forma saudável. Veja o que o Salmista diz no Salmo primeiro : “Como é feliz aquele cuja satisfação está na Lei do Senhor, e nessa Lei medita de dia e de noite...tudo o que ele faz prospera.” Observe que o sucesso dessa pessoa deve ao fato dela concentra-se naquilo que Deus diz.


Sendo mais específico, podemos afirmar que quem quiser pensar de forma saudável ouça Jesus porque Ele é “O caminho, a verdade e a vida”. Jesus é o Deus encarnado que fala aos homens ao ponto de afirmar “Quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas passou da morte para a vida.” (João 5.24). E, noutro lugar do Novo Testamento é dito sobre Jesus:”Deus, nestes últimos dias falou-nos por meio do filho (Jesus)”. Se eu quero gerenciar meus pensamentos, preciso, urgentemente, aprender de Jesus a ter a percepção correta sobre a vida e a vontade de Deus. Então, só resta ler os Evangelhos para entender, aprender e imitar Jesus sobre a forma como Ele pensava sobre tudo. Experimente e você verá os resultados positivos em sua vida aqui e agora , e por toda a eternidade. EM CRISTO, POR CRISTO E COM CRISTO, TUDO O QUE É APROVADO POR ELE É POSSÍVEL.


Rev. Jairo Amaral - Pastor da Igreja Presbiteriana de Prudentópolis-PR. E antes disso, é meu "paistor" amado em que me comprazo.