Quem é meu próximo?



E perguntaram a Jesus: "Quem é o meu próximo?" E ele lhes contou a seguinte parábola:

Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, UM GARÇOM que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste. A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco. Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: "Vá passando a carteira". O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira. Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.

Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um PADRE no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: "Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você." Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: "Ego te absolvo..." Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.

Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um PASTOR evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: "Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!" O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, "aleluia!" e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.

Uma hora depois passava por aquela rua um LÍDER ESPÍRITA que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: "Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram. Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir." Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.

O sol já ia alto quanto por ali passou um TRAVESTI, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.

Terminada a estória, JESUS se voltou para seus ouvintes. Alguns já o olhavam com ódio. Jesus, porém, os olhou com profundo amor e lhes perguntou: "Quem foi o próximo do homem ferido?"

Escrito por Rúbem Alves

Premonição

Um homem vai ao quarto de seu filho para dar-lhe boa noite. O garoto está tendo um pesadelo. O pai o acorda e pergunta-lhe se ele está bem. O filho responde que está com medo porque sonhou que a tia Suzana havia morrido. O pai garante que tia Suzana está muito bem e manda-o de novo para a cama. No dia seguinte a tia Suzana morre.

Uma semana depois, o homem volta ao quarto de seu filho para dar-lhe boa noite. O garoto está tendo outro pesadelo, e desta vez diz que sonhou que a avô havia morrido. No dia seguinte o vovô morre.

Uma semana depois, o homem vai de novo ao quarto de seu filho para dar-lhe boa noite. O garoto está tendo outro pesadelo. Desta vez o filho responde que sonhou que o papai havia morrido... O pai garante que está muito bem e manda-o de novo para a cama.

No dia seguinte ele está apavorado. Tem certeza de que vai morrer. Sai para o trabalho e dirige com o maior cuidado para evitar uma colisão. Não almoça com medo de veneno; evita as pessoas, com medo de ser assassinado, tem um sobressalto a cada rua...

Ao voltar para casa, ele encontra sua esposa e diz:

- Meu Deus... Tive o pior dia de minha vida!

E ela responde, toda chorosa:

- Você acha que o seu foi pior... Meu chefe, morreu hoje de manhã assim que chegou ao escritório...

Observações sobre a unção do leão

Veja o vídeo da unção do leão no youtube: http://br.youtube.com/watch?v=J3leVA6j2P0

Agora leia o diário da Ana Paula Valadão sobre o Show do Diante do Trono em Anápolis-GO, ocasião da unção do leão. 10º Dia - 26 de maio - O Cordeiro e o Leão Blog do Diante do Trono: http://www.diantedotrono.com.br/blogrio/index.htm)

Agora, escrevo algumas observações sobre a unção do leão:

1. Não há registro bíblico nos ensinando que o Espírito Santo é o costureiro, o design de moda e o camareiro do crente. Pelo contrário, Paulo nos ensina que nossa roupa é uma armadura espiritual composta pela verdade, justiça, evangelho da paz, fé, salvação, Palavra de Deus (Ef 6:10-20). E, além disso, Paulo ainda ensina que o que deve ornar as mulheres adoradoras são suas boas obras (I Tm 2:9), que é fruto de um coração manso e moderado (I Pe 3:5).

2. Não há nenhum registro bíblico nos ensinando que a expressão maior de um crente cheio do Espírito é pular, levantar as pernas, ter alucinações, ter um “click” para ficar de quatro e imitar animais etc.

3. Não há registro bíblico nos ensinando que devemos obedecer às ordens proféticas de revelação e visão de um discípulo que diz está vendo um leão a fim de receber a unção do leão. Em nossa Confissão de Fé (Cap 1) encontramos a seguinte seção:

“VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. Como referências: II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.”

4. Não há registro bíblico nos ensinando que alguém cheio da unção de Deus e da manifestação do Espírito fica inconsciente, insano e em transe. Neste episódio, houve transe para tudo: para virar Leão porque alguém disse, para andar de quatro e para receber direção de palco do próprio Leão. Mas não houve transe para se preocupar com a própria reputação: “É… agora a minha reputação acabou. Agora vou ver quem vai ficar comigo”?, Isso indica que esta preocupação já expressa o reconhecimento de insanidade desse ato. Nesse momento de preocupação com a reputação percebe-se que não houve um transe ou houve um falso transe. Mas esse tal de transe volta quando a a valadão diz que “Quando parei, não sabia como ou que fazer ao me levantar. Ainda no chão, me ergui de meio corpo e gritei: “Um brado de vitória ao Senhor”, (sem saber se alguém responderia), e o som foi poderoso.” Em I Coríntios 14 Paulo nos ensina que o culto deve ser mantido sob controle racional (14.15,32), para que não haja confusão (14.33) e para que tudo seja feito com “decência e ordem” (14.40).

5. Não há registro bíblico nos ensinando que um culto espiritual acontece sempre debaixo dos aplausos do público e das luzes da mídia. Será que essas unções de leão acontecem nos ensaios, no pequeno grupo ou sozinho no quarto? Se acontecer, é pura ignorância, engano e desconhecimento da verdade do evangelho. Mas essa “unção” aconteceu no palco, num show, debaixo dos olhares da mídia, incentivado pelos gritos e aplausos do público, e com a preocupação com a reputação. A reputação espiritual foi o objeto de adoração.

6. Não há registro bíblico nos ensinando que um crente cheio do Espírito num culto espiritual deve viver em transe, alienado e arrebatado na “espiritosfera”. Por que não viver o evangelho puro e simples de Jesus com sobriedade, fazendo um culto racional, fruto de uma mente renovada (Rm 12:1), cheio do espírito, orando com o espírito, mas com o entendimento, cantando com o espírito, mas cantando com o entendimento (I Co 14:15)?

Pense nisso! E tenha discernimento bíblico em oração.

Jairo Filho - Escrito em 17/08/2007

O que é oração

“A oração cristã é orar ao Pai, através do filho, mediante o Espírito Santo”. James Houston

ORAÇÃO É AMIZADE. Orar é uma resposta para o amor e a amizade de Deus. “Oração é a nossa resposta à proposta e chamado de Deus. A primeira palavra é sempre de Deus; a nós nos cabe a segunda, a reposta.” (Ricardo Barbosa– O Caminho do Coração – pág 117). Porque Deus toma a iniciativa de reconciliar consigo mesmo o mundo através de Cristo como prova de seu grande amor e justiça. Isso quer dizer que Deus nos transforma de inimigos em seus amigos. Assim, a oração é possível porque Deus toma a iniciativa de falar conosco primeiro e nós lhe respondemos em oração.

ORAÇÃO É CONHECIMENTO. Oração é um encontro de uma amizade pessoal e íntima com Deus. Nestes encontros de uma convivência amiga de oração, aprendemos a nos conhecer quando conhecemos mais a Deus. Assim, somos transformados a medida em que este encontro intensifica-se.

ORAÇÃO É TRANSFORMAÇÃO DO SER. Sóren Kierkegaard disse: “A oração não transforma a Deus, mas transforma aquele que ora”. Não oro todos os dias para mudar a Deus, a fim de que ele sempre atenda meus pedidos e realize meus desejos. Mas oro a Deus para mudar meu caráter, meu coração, meus desejos, vontades, intenções, motivações, pensamentos, atitudes, vocabulário e meu espírito diante da vida. Assim, orar é dizer “seja feita a tua vontade”, a fim de que, em nosso companheirismo com Deus, como pessoas que oram, realmente comecemos a tornar-nos diferentes. Somente assim, nosso ser inteiro começa a ser transformado pela vida e pelo espírito da oração.


ORAÇÃO É ADORAR AO PAI EM ESPÍRITO E EM VERDADE. Orar é entender que Deus é Pai que procura para si “verdadeiros adoradores que adoram ao Pai em espírito e em verdade”. Deus procura adoradores que oram, não apenas motivados por receber exclusivamente dádivas de Deus, nem para sentir o poder carismático de Deus, mas Deus procura filhos adoradores que oram por causa de seu amor e do desejo de ter um relacionamento íntimo e pessoal de amor com Deus pai.

ORAÇÃO É UM RELACIONAMENTO DE AMOR COM DEUS. A oração tem mais haver com o amor do que o poder de Deus. Porque até mesmo o inferno pode imitar o poder de Deus, mas é incapaz de um mínimo gesto de amor como o de Deus. Assim, no silêncio e na solitude do quarto, Deus não é apresentado como um general, o Todo-Poderoso, o Juiz, o Altíssimo, que está lá longe no alto e sublime trono nos céus e faz apresentações espetaculares de poder, milagres e maravilhas a fim de nos convencer de que é Deus, mas Jesus nos apresenta Deus como o Pai amoroso que sente prazer de está com seus filhos. A oração em secreto a Deus Pai, é o pronunciar singelo do “Aba”, o balbuciar da criança que descansa em absoluta confiança no colo do Pai.

ORAÇÃO É DESFRUTAR DA PRESENÇA DE DEUS ALÉM DAS PALAVRAS VERBALIZADAS. É viver conectado em Deus 24 horas por dias, onde o diálogo - ouvir e falar de ambas as partes – é uma rotina de uma convivência amiga e prazerosa. Assim, a oração deixar de ser exclusivamente um monólogo e passa também a ser uma disposição do coração de estar em silêncio para ouvir Deus. “A oração é muito mais uma atitude de entrega, rendição e disponibilidade do que um monólogo piedoso diante de Deus”. Ed René Kivitz.


Em Cristo, que nos ensinou a orar orando

Jairo Filho

O que não é oração

ORAR NÃO É UMA RELAÇÃO UTILITÁRIA NEM FUNCIONAL – ou seja, Deus só serve quando é útil, ou, Deus é conhecido e procurado exclusivamente por exercer uma função de realizador de meus desejos. Ex: Às vezes, nossas orações transformam Deus num eletrodoméstico usado para resolver nossos problemas ou para fazer mais rápido aquilo que não consigo fazer. E quando esse eletrodoméstico não funciona, descartamos e jogamos no lixo. Assim, conhecemos Deus apenas pelo que ele faz. E quando ele não funciona como nós desejamos, descartamos Deus de nossas vidas.

ORAR NÃO É UM INSTRUMENTO usado para transformar a realidade da minha vida, a fim de extrair o máximo do poder de Deus, nem é um meio ou recurso para mover a mão de Deus ou colocá-lo em movimento, como se Deus fosse um preguiçoso irresponsável, indolente e emburrado, sentado sobre um trono de má-vontade. Jesus disse: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando”. (Jo 5:17).

ORAR NÃO É UM MEIO DE CONSUMO onde transforma a fé daquele que ora em moeda de troca e compra. Não podemos resumir a oração num negócio, barganha ou troca. Às vezes, nossas orações são transformadas em comércio, onde aquele que ora é o consumidor compulsivo e Deus é transformado em vendedor carente que vende favores em troca de amor. Ou, quando oramos, somos como aquela mulher de 20 anos que casa com um bilionário de 95 anos com a intenção exclusiva de herdar toda a sua fortuna. Ou ainda, antes muitas criança oravam para ganhar de presente uma bola, hoje, toda criança ora desejando um computador. Infelizmente, o conteúdo de nossas orações é determinado pela tecnologia do mundo consumista e capitalista.


ORAR NÃO É UMA FERRAMENTA DE MANIPULAÇÃO DIVINA. A oração não pode ser definida numa relação de manipulação da vontade de Deus ao meu favor, como se Deus fosse convencido a mudar de idéia e atitude para conosco, quando é iludido pelos nossos mais inteligentes argumentos de persuasão. Isso significa que orar não é um amontoado de palavras decoradas, repetitivas e vazias ditas com a intenção de convencer Deus a responder a petição do fiel.

ORAR NÃO É UM RITUAL RELIGIOSO verbalizado com palavras decoradas resumidas num monólogo inerte e vazio que mascara a sinceridade do coração. Porque orar não é um evento nem uma realização que tem um intervalo de tempo com início, meio e fim e nos induz a definir uma dicotomia em nossa agenda – onde oração é hora sagrada e não orar é uma hora de pecado mundano e secular. Por isso, orar não é um costume religioso tradicional feito por hábito para manter o costume. A oração que é oferecida “porque eu sempre orei assim desse jeito como sempre me ensinaram” imuniza-nos contra a verdadeira oração, impedindo-nos de encontrar um relacionamento vivo com Deus. O hábito e o costume de orar quando se tornam impensados e automáticos, podem exercer um efeito destrutivo em nosso relacionamento amoroso com Deus. Jesus falou sobre o perigo de “amontoar palavras vazias”, na tentativa de impressionar a Deus em oração. Dizer orações decoradas, sem reflexão séria ou sem intuito pessoal, faz correr o risco de tornarem-se as “vãs repetições”, que Jesus tão severamente criticou. Dá-se esse caso, sobretudo, quando se recita a oração “Pai Nosso”, tão repetida. Ironicamente, foi quando Jesus ensinou essa oração aos Seus discípulos que Ele os advertiu sobre os perigos das orações automáticas e desmentalizadas. O profeta Isaías, falando em favor de Deus, expressou isso perfeitamente quando disse: “Visto que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim...” (Isaías 29:13).

ORAR NÃO É NOTICIÁRIO. Orar não é informar Deus os fatos de nossas vidas, como se nossa oração fosse um noticiário e Deus fosse um ouvinte desinformado que ignorasse os fatos de nossa vida, ignorasse quem somos e aquilo que estamos fazendo, pensando e sentindo.

ORAR NÃO É UMA CHANTAGEM EMOCIONAL para extrair o poder de Deus de realizar nossos desejos, como se Deus fosse tão carente e inseguro que precisasse de nossas orações para sobreviver. Isto significa que a oração não é um jeito de ameaçar Deus de abandono e solidão caso Ele não atenda nossos pedidos.

ORAR NÃO É FAZER GUERRA COM DEUS NEM CONTRA O PRÓXIMO. A oração não deve ser feita como uma arma de guerra jurídica para exigir de Deus que ele devolva o que é meu por direito, como se fossemos dono de nossas próprias vidas e Deus não passasse de um ladrão mesquinho e egoísta que roubou nossos bens. A oração também não deve ser feita como arma de guerra contra o próximo quando usamos a oração como uma “boacumba evangélica” que joga praga para os nossos piores inimigos na encruzilhada dos conflitos.

ORAR NÃO É USAR MÁSCARA DE SUPER ESPIRITUAL. A oração não deve ser transformada num termômetro espiritual que cria comparação e abre as portas do nosso coração para a chegada da febre do orgulho. Porque a oração não é um exercício espiritual de sacrifício para crescer os músculos da justiça própria em nosso coração

“Senhor, ensina-nos a orar”. Precisamos confessar a nossa fraqueza de viver sem orar, a nossa incapacidade de orar com egoísmo e nosso inadequado jeito de orar.

Deus nos convida a aprender a orar a Deus através de nossas fraquezas e debilidades, a fim de crescermos na graça do Senhor Jesus, sendo guiados pelo Espírito Santo que ora em nós e por nós quando não sabemos orar.

Em Cristo, a oração encarnada

Jairo Filho

Pedro Zé e o jornalista

São 15:00. Um jornalista apressado chama o táxi. O táxi chega. E o motorista, Pedro Zé, já começa o assunto.

Pedro Zé: Oi. Boa tarde. Onde o senhor deseja ir?

Jornalista: Leve-me até a avenida principal da cidade.

Pedro Zé: OK!

O jornalista, muito curioso, observa vários versículos bíblicos colados no carro. E pergunta: O senhor é crente?

Pedro Zé responde: Não. Não sou crente não. Eu sou evangélico. Todo mundo é crente, mas só alguns são evangélicos.

Jornalista: É mesmo? E o que é ser evangélico?

Pedro Zé: Ser evangélico é ser um crente fiel da igreja evangélica. É ser membro. É ir a todos os cultos da igreja. Falando nisso, eu queria convidar o senhor a ir no culto de hoje a noite na minha igreja. Hoje vai ser o culto da benção sem fim.

Jornalista: Onde é tua igreja?

Pedro Zé: É aquela igreja grande que fica na avenida principal.

Jornalista: Ah! Eu vou descer perto dessa igreja. E como são os cultos da tua igreja? Em que você Crer?

Pedro Zé: O culto é benção pura. A unção desce naquele lugar. Eu gosto de lá, porque lá prega que só Jesus Cristo é o Senhor. Nessa igreja eu aprendi que Deus salva apenas as pessoas obedientes e santas – por isso eu oro, faço jejum, evangelizo todo mundo, vou a igreja, me santifico. Graças a Deus eu sou um crente muito fiel. E eu falo isso com muita humildade.

Jornalista: E o que se prega nesses cultos?

Pedro Zé: O pastor prega que Deus abençoa somente quem se sacrifica. Quando alguém quer receber uma graça de Deus tem que dar alguma coisa em troca para Deus. Por ex: Você quer aumento de salário, então dê a Deus muitas ofertas em R$ que seja um sacrifício pra você na corrente da fé. Ou seja, o tamanho da benção depende do tamanho do sacrifício. E eu creio nisso. Por isso que sou evangélico.

Jornalista: E mesmo depois de ofertar, se o crente não receber a benção que tanto espera?

Pedro Zé: Se não receber, é porque o crente não cumpriu toda a campanha da fé. São 7 semanas de corrente de fé “bençãos sem fim”. Deus honra somente aqueles que perseveram. Mas, olha, o senhor não pode faltar nenhuma noite, nem desistir no meio da corrente, senão, tem que começar tudo de novo. E se faltar, perde a benção. O senhor não vai querer perder a benção né?

Jornalista: E se o crente faltar um culto ou não ofertar?

Pedro Zé: Deus não vai dar a benção para os infiéis. Deus abomina aqueles que pecam e quem desiste de perseverar na corrente da fé. Por isso, eu não falto a nenhum culto, senão eu perco a benção e Deus pode me castigar.

Reporte: E o senhor já ganhou as bênçãos que tem pedido a Deus?

Pedro Zé: Meu filho ainda não foi curado do câncer, porque eu faltei a dois cultos. Nesses dois dias eu faltei porque precisei ganhar mais dinheiro fazendo duas viagens, pra dar de oferta na igreja, e quando eu cheguei na igreja, o culto já tinha terminado. Eu me sinto culpado até hoje por causa desse meu pecado. Se não fosse isso, meu filho já teria sido curado. Acho que é por isso que meu filho mais velho ainda está nas drogas também.

Jornalista: Então o senhor carrega culpa?

Pedro Zé: O que não dá certo na minha vida é culpa minha. Deus nunca é culpado de nada. Lá na nossa igreja é diferente da outras igrejas. Lá, nós temos muito respeito por Deus. Com Deus não se brinca. Se não houver sacrifício de nossa parte, Deus não abençoa. Deus nos chama a carregar a cruz como sacrifício pra ele. É assim que é, e é assim que deve ser.

Jornalista: Tá bom! Obrigado. Chegamos onde eu queria. Pode ficar com o troco pra você dar na igreja por mim, pra vê se Deus me salva.

Jornalista chega ao seu destino. Ele se encontra com um amigo para uma reunião de negócios. E os dois começam a conversar.

Jornalista: Acabei de ouvir um papo religioso com um taxista careta cheio de culpa. Ele vive indo a igreja pra ser mais santo com medo de Deus. Ele nem sabe, mas ele tá tentando comprar o favor de Deus com seus dízimos.

Amigo do Jornalista: Esses crentes são todos uns loucos. A minha avó vai numa igreja que só tem pessoas esquizofrênicas. Na igreja dela as pessoas se vestem esquisito. Não aceitam pessoas como elas são. Os irmãos da igreja dela nem conversam comigo, só porque eu uso tatuagem e tenho esse cabelo. Eles se acham melhores do que eu.

Jornalista: O taxista crente me passou uma imagem de um Deus muito injusto; um Deus que está 24 horas nos vigiando só para nos castigar. Pareceu-me um Deus corrupto onde um dízimo e uma freqüência assídua a igreja pode apagar a ira Dele. Isso significa que eu posso comprar a benção de Deus. E assim, a benção deixa de ser de graça. Eu não entendo esses crentes. Por isso que eu não vou a igreja. Busco a Deus do meu jeito.

Amigo do Jornalista: Eu não preciso ir a igreja para buscar a Deus. Eu não preciso entregar dinheiro para os pastores, nem ser um santo para ir ao céu. Eu faço caridade uma vez no mês naquela creche. E isso já basta. Além do mais, se minha salvação dependesse da minha santidade eu tava frito. Eu nunca vou ser aceito. Deus não aceita fumantes nem bêbados como eu.

Jornalista: Meu tio foi pastor de uma grande igreja. Mas descobrir depois que ele roubava tanto. Ele era tão rigoroso com as regras da igreja, mas soube que ele tinha várias amantes. Por isso eu não vou a igreja. Deus é injusto, Ele permite tanto sofrimento e nem sequer dá uma mãozinha pra gente. Lembro que quando eu perdi minha mãe, me senti tão só, desesperado e me disseram que minha mãe não foi curada porque eu não tive fé. Eu tive muita paciência para aturar aquele taxista crente. Quase que eu dizia a ele para não acreditar mais em Deus porque não vale a pena servir a Deus. O filho dele pode até mesmo morrer. E a culpa será de Deus. E o coitado fica sacrificando a vida toda e prol de um Deus que não nos ajuda no sofrimento.

Amigo do jornalista: É verdade. Por isso eu curto a minha vida do meu jeito. Não tô nem aí para igreja e pra esse papo careta de religião. Eu sou a minha religião. Eu determino o meu jeito de viver. Falando nisso, marquei com aquelas meninas, uma festa lá na minha casa hoje a noite.

Jornalista: Hoje vai ser a noite da paixão; não a paixão de Cristo, mas a nossa paixão. Vamos lá?

Amigo do jornalista: É isso aí, vamos aproveitar esse feriado longe da igreja e perto da mulheres....


É assim que falam os evangélicos. É assim que falam do "evangelho". É assim que falam dos evangélicos.

Esse é o perfil de nossa geração.

Que evangelho temos vivido e pregado?

Pense bem!

Jairo Filho - Escrito em 07 de abril de 2007 com muitas inquietações no coração sobre a diferença entre evangelho e religião.

As torres do coração


Depois de 5 anos, não tem como esquecer que o mundo todo foi abalado na manhã de 11 de setembro de 2001. Os olhos do mundo viram ao vivo, naquele dia, o World Trade Center ser derrubado por dois aviões seqüestrados por terroristas. Em poucos segundos, as torres do coração dos EUA foram derrubadas num certeiro golpe suicida. E os olhos do mundo choraram ao ver milhares de pessoas mortas soterradas debaixo dos escombros das duas torres gêmeas mais famosas do mundo. Esta data ficou gravada para sempre no calendário do mundo. Porque ninguém nunca vai esquecer esse atentado terrorista que vitimou milhares de pessoas em poucos segundos. E porque ninguém vai esquecer esse dia quando a atual nação mais poderosa do mundo vestiu luto e se prostrou de joelhos com a cara na sua própria limitação, vulnerabilidade, fraqueza e finitude diante das tragédias da vida. Após essa tragédia acontecer, os cemitérios dos EUA ficaram lotados, enquanto eram regados por lágrimas e decoradas por flores murchas e tristes. E nos funerais, os cristãos tentavam consolar os parentes das vítimas e explicar essa tragédia inexplicável. Após 5 anos, ainda escutamos o eco deste lamento nos quatro cantos do império estadunidense. E ainda, ninguém não conseguiu explicar essa tragédia, e nem vai ser hoje que tentaremos dar alguma explicação. O que podemos dizer e que as torres do coração dos estadunidenses foram derrubadas. E é por isso que ate hoje, vestimos luto e lamentamos no inesquecível dia 11 de setembro.

Se olharmos para essa tragédia pela perspectiva da morte de milhares de pessoas, pela perspectiva da violência dos terroristas, pela perspectiva da falha da segurança dos EUA e pela perspectiva da guerra política entre os cristãos estadunidenses e os mulçumanos do oriente, teremos o mesmo olhar: um olhar de lamento, de luto, de revolta e de enfrentamento. Com esse mesmo olhar todo mundo já viu e já falou o mesmo. O que eu quero chamar a atenção é para o significado que tem quando as torres do coração de uma nação é destruída. Ou melhor, quando as torres do nosso coração são destruídas.

Às vezes, essa tragédia e esse luto dos estadunidenses parecem distantes de nossa realidade. Mas se olharmos pra dentro de nosso coração, encontraremos muitas torres erguidas ou destruídas e sentiremos uma empatia que nos aproxima mais deles. Quando as torres caíram, não foi apenas dois prédios desmoronados e milhares de pessoas mortas que os americanos viram naquele dia. Foi muito mais do que isso. A nação estadunidense viu naquele dia seu poder, sua segurança, sua beleza, seu status internacional, sua riqueza, seu império e a glória do seu coração serem destruídos quando as torres caíram. Porque as torres representavam o que o coração dos estadunidenses mais amavam na vida.

Da mesma forma, durante nossa historia, construímos torres em nosso coração e nos abrigamos nelas. E ainda, vemos essas mesmas torres serem destruídas pelos mais variados atentados da vida nos deixarem desabrigados e inseguros. Estas torres do coração podem ser sonhos a serem alcançados, projetos de vida realizados, relacionamentos a serem conquistados ou já conquistados, utopias políticas, religião, esperança de um mundo melhor, busca de um corpo saudável, status social, família, amigos, país, condições morais, políticas e espirituais, uma profissão de sucesso, poder, riqueza, sexo, uma viagem de férias, estilo de vida, uma história de uma vida toda, o que mais amamos na vida, ou tudo aquilo que firmamos nossa vida para nos da segurança de vida. Mas, isso tudo não passa de uma falsa segurança de vida. Porque somos vitimas de muitos atentados quando uma frase ou um gesto maldoso e traiçoeiro nos machuca, quando uma acidente mata quem nos mais amamos, quando nossos negócios nos deixam falidos, quando um filho que nasceu doente paralisa toda a família, quando o exame que deu positivo nos derruba na cama, quando a depressão nos sepulta num quarto escuro, quando um derrame ou uma parada cardíaca chega sem avisar, quando a noticia que sua filha esta grávida ou que seu filho esta se drogando culpam tua paternidade por fracasso, quando seu cônjuge pede o divorcio e te fere o coração, quando o patrão nos demite e nos deixa desempregados, quando ficamos noites sem dormir pela culpa das dividas financeiras, quando o que mais amamos na vida e destruído, ou, simplesmente, quando as torres que construímos em nosso coração são destruídos pelos atentados da vida. Mas quem derruba e destrói as torres do nosso coração? Deus? Alguém? Nos mesmos? Muitas podem ser as respostas dependendo do ponto de vista. Mas podemos ousar dar uma das muitas respostas e dizer que quem nos derruba é a nossa limitação, vulnerabilidade, fraqueza e finitude humana diante da vida. E estas, não fazem aniversario apenas no dia 11 de setembro, mas, fazem todos os dias.

Passamos a vida toda construindo torres dentro do nosso coração. E num piscar de olhos, numa rápida sucessão catastrófica de desgraças, perdemos tudo o que temos e tudo o que somos. Depois lamentamos pela destruição delas, tentamos reconstruí-las ou construímos outras no lugar. Passamos nossa existência buscando abrigo nas torres do nosso coração para encontrar sentido nesta vida soterrada sob os entulhos do sofrimento da vida e sob o terreno baldio e sagrado de nosso coração. Quando as torres de nosso coração são derrubadas e destruídas sofremos pela perda de nosso bem maior e pela destruição daquilo que e nossa identidade e nosso sentido de vida. E inevitável não chegar a conclusão de que as torres do coração não permanecem para sempre, não preenchem nosso coração por não ser nossa identidade segura, nem nos oferecem razão de viver porque sempre é destruída. As torres são sempre destruídas para demonstrar nosso coração vazio e carente, demonstrar nossa fraqueza, insegurança, vulnerabilidade e finitude. Assim, não adianta mais construir nenhum tipo de torre que seja o centro do nosso coração. Ou seja, toda torre construída em nosso coração, um dia cairá.

O livro de Gênesis da Bíblia Sagrada nos conta a história de uma torre inacabada, chamada torre de Babel. Essa historia bíblica nos conta que os homens planejaram construir uma cidade com uma torre que alcançasse os céus a fim de que eles se tornassem famosos e para não se espalharem pela face da terra. Dessa maneira, eles estavam se rebelando contra o mandato cultural de Deus de crescer e multiplicar. Nessa historia, construir a torre era um ato de rebeldia contra Deus. Mas podemos dizer que antes de construírem a torre de Babel no concreto, eles construíram a torre de pecado no seu coração. A torre de Babel representava um ato de rebeldia e de independência de Deus. E como reprovação divina, Deus não permitiu que a construção da torre fosse terminada, e confundiu a língua de todo mundo. E dali o Senhor os espalhou por toda a terra (Gn 11.1-9).

No Novo Testamento da Bíblia Sagrada, em vez de encontrar abrigo e segurança nesse tipo de torres do coração, Jesus nos ensina a morar na casa do Pai. A torre do coração é um lugar de prepotência, independência e de rebeldia contra Deus. Já, a casa do Pai é um lugar de salvação, um lugar de segurança e dependência e de relacionamento intimo de amor com Deus Pai. A parábola dos dois filhos perdidos contada por Jesus no livro de Lucas 15. 11-32 registra Jesus indicando a casa do Pai como um lugar seguro de relacionamento de amor com Deus Pai para nossa vida aqui e agora com Ele. Alem disso, no livro de João 14.2, Jesus promete que irá para o Pai que esta nos céus, mas voltara em breve para buscar os que são seus para morarem eternamente na casa do Pai, a fim de viverem ao lado de Jesus por toda a eternidade. Para completar, Jesus ainda disse no livro de Mateus 7.24,5 que quem ouve as palavras dele é como um homem prudente que construiu sua casa alicerçada sobre a rocha. E quando a caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa, mas ela não caiu. Isso quer dizer que a Palavra de Deus é segurança e sabedoria para não nos perdemos durante os atentados da vida. E se Deus não edificar nossas vidas, todo nosso esforço, trabalho e mérito para nos dá a nós mesmo a segurança que queremos, será em vão. “Porque se o Senhor não for o construtor da casa será inútil trabalhar na construção” (Salmos 127. 1a).

Não tem como negar que nossa vida esta cheia de datas como 11 de setembro que marcam grandes perdas, tragédias e destruições em nossas vidas. Quando Jesus nos apresenta sua casa como o melhor lugar para se viver, ele não esta falando de mais um lugar físico de concreto que pode ser derrubado a qualquer momento, nem falando de templos religiosos feitos por mãos humanas. Mas em vez disso, a casa de Deus é a figura usada por Jesus para nos ensinar a desfrutar de um relacionamento com Deus, para crer nele para a salvação eterna e para obedecer suas palavras a fim de nos proteger com prudência das catástrofes da vida. Isso quer dizer que datas como 11 de setembro podem destruir as torre do nosso coração, mas nunca poderão destruir nosso amor incondicional e desinteressado por Deus.

Mesmo vivendo em cenários de insegurança, vulnerabilidade e finitude, o amor que Deus tem por nós nunca se acabará. E mesmo que dias como aquele 11 de setembro nos atinjam com tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez perigo ou espada, nada será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 8.35 e 39). Esta é a grande segurança que podemos ter: morar na casa de Deus Pai tendo o nosso coração preenchido pelo seu infinito amor.

Assim, quando as torres do seu coração for mais uma vez destruída, reconstruída e você viver lamentando pelos cantos, lembre-se de voltar sua atenção para sua condição humana de pecador afastada de Deus e voltar para casa do Pai. Lembre-se que fomos criados por Deus e para Deus. Assim, nossa vida terá sentido e nosso coração será preenchido quando Deus entrar em nosso coração. Porque é somente em Deus que encontramos segurança eterna, sentido para vida e amor para viver. Quando Deus entra em nosso coração, ele se torna nossa fortaleza, nosso refúgio e nosso socorro nos dias das tragédias, perdas e destruições da vida. Por isso podemos dizer que “No dia da adversidade ele me guardará protegido em sua habitação, no seu tabernáculo me esconderá e me porá em segurança sobre um rochedo” (Sl 27. 5). E somente “Deus e o meu aliado fiel, a minha fortaleza, a minha torre de proteção e o meu libertador, e o meu refúgio, aquele em quem me refugio" (Salmos 144.2). Porque quando moramos na casa do Pai, nada poderá nos separar do amor de Deus que está em Jesus Cristo, nosso Senhor. E quando Deus está em nosso coração, nossa vida inteira passa a ser de propriedade exclusiva de Deus (I Pe 2.9). E mesmo quando sofremos pelas perdas, sabemos que nunca perderemos Deus, porque ele é nosso bem maior e nunca vai se separar de nós. Por isso, saia da torre do seu coração e venha morar na casa do Pai. Esse é o melhor lugar pra se você viver. Oremos: “Tu és o meu refugio e a minha fortaleza, o meu Deus em quem confio" (Salmos 91.2). Por isso, “uma coisa peco ao Senhor e a buscarei: que eu possa viver sempre na casa do meu rei”.


Jairo Filho
Escrito em setembro de 2006.

Charges de versículos bíblicos

Charges de versículos bíblicos

Charges de versículos bíblicos

Charges de versículos bíblicos

Deus não existe

"God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him." Paul Tillich

“Deus não existe. Ele é Ele mesmo pra além de toda essência e existência. Portanto, argüir acerca da existência de Deus é o mesmo que negá-Lo”. Paul Tillich

Deus não existe. Ele é. Eu existo. Pois existir não é algo que seja pertinente ao que É. Existir é o que se deriva do que sendo, É de si e por si mesmo.
Deus não existe. O que existe tem começo. Deus nunca começou. Deus nunca surgiu. Nunca houve algo dentro do que Deus tenha aparecido.
Deus não existe. Se Deus existisse, Ele não seria Deus, mas apenas um ser na existência.

Se Deus existisse, Ele teria que ter aparecido dentro de algo, de alguma coisa, e, portanto, essa coisa dentro da qual Deus teria surgido, seria a Coisa-Deus de deus.
Existem apenas as coisas que antes não existiam. Existir surge da não existência. Deus, porém, nunca existiu, pois Ele é.

Sim, dizer que Deus existe no sentido de que Ele é alguém a ser afirmado como existente, é a própria negação de Deus. Pois, se alguém diz que Deus existe, por tal afirmação, afirma Deus, e, por tal razão, o nega; posto que Deus não tem que ser afirmado, mas apenas crido.

Deus É, e, portanto, não existe. Existe o Cosmos. Existem as galáxias. Existem todos os entes energéticos. Existem anjos. Existem animais e toda sorte de vida e anima vivente. Existem vegetais, peixes, e organismos de toda sorte. Existem as partículas atômicas e as subatômicas. Existe o homem. Etc. Mas Deus não existe. Posto que se Deus existisse dentro da Existência, Ele seria parte dela, e não o Seu Criador.
Um Criador que existisse em Algo, seria apenas um engenheiro Universal e um mestre de obras cósmico. Nada, além disso. Com muito poder. Porém, nada além de um Zeus Maior.

Assim, quando se diz que Deus está morto, não se diz blasfêmia quando se o diz com a consciência acima expressa por mim; pois, nesse caso, quem morreu não foi Deus, mas o “Deus existente” criado pelos homens. Tal Deus morreu como conceito. Entretanto, tal Deus nunca morreu De Fato, pois, como fato, nunca existiu — exceto na mente de seus criadores.

Assim, o exercício teológico, seja ele qual for, quando tenta estudar Deus e explicar Deus, tratando-o como existente, o nega; posto que diz que Deus existe, fazendo Dele um algo, um ente, uma criatura de nada e nem ninguém, mas que também veio a existir dentro de Algo que pré-existia a Ele, e, portanto, trata-se de Algo - Deus sobre o tal Deus que existe.

A Escritura não oferece argumentos acerca da existência de Deus. Jesus tampouco tentou qualquer coisa do gênero. Tanto Jesus quanto a Escritura apenas afirmam a fé em Deus, e tal afirmação é do homem e para o homem — não para Deus —; pois se fosse para Deus, o homem seria o Deus de Deus, posto a existência de Deus dependeria da afirmação e do reconhecimento humano. Tal Deus nem é e nem existe; exceto na mente de seus criadores.

Deus não existe. O que existe pertence ao mundo das coisas que existem OU não existem. Deus, porém, não pertence a nada, e, em relação a Ele, nada é relação.
Defender a existência de Deus é ridículo. Sim, tal defesa apenas põe Deus entre os objetos de estudo. Por isto, dizer: “Deus existe e eu provo” — é não só estupidez e burrice; mas é, sem que se o queira, parte da profissão de fé que nega Deus; pois se tal Deus existe, e alguém prova isto, aquele que apresenta a prova, faz a si mesmo alguém de quem Deus depende pra existir... e ou ser.

O que “existe”, pertence à categoria das que coisas que são porque estão. Deus, porém, não está; posto que Ele É.

Ser e estar não são a mesma coisa, como o são na língua inglesa. O que existe pertence ao que é apenas porque está. Deus, entretanto, não está porque Ele É.
“E quem direi que me enviou?” — perguntou Moisés. “Dize-lhes: Eu sou me enviou a vós outros!” — disse Ele.

Desse modo, Deus não diz “Eu Estou”, mas sim “Eu Sou”. Ora, um Deus que está, não é, mas passou a ser. Porém o Deus que É, mas não está; não pertence ao mundo das coisas verificáveis; posto que Aquele que É, não está; pois se estivesse, seria —, mas não Seria Aquele de Quem procedem todas as existências, sendo Ele apenas um ele, e não Ele; e, por tal razão, fazendo parte das coisas que existem — mas sem poder dizer Eu Sou!

Jesus também falou da sutileza do ser em relação ao estar. Quando indagado acerca da ressurreição pelos saduceus (que não criam em nada que não fosse tangível), Ele respondeu: “Não lestes o que está escrito? Eu sou o Deus de Abraão, eu sou o Deus de Isaque, eu sou o Deus de Jacó. Portanto, Ele é Deus de vivos, e não de mortos; pois para Ele todos vivem”. Assim, os que vivem para sempre são os que são em Deus, e não os que estão existindo. A vida eterna não é existir pra sempre, mas ser em Deus.

Assim, para viver eternamente eu tenho que entrar na dissolvência da existência, a fim de poder mergulhar naquilo que está pra além do que existe; posto que É.
A morte pertence à existência. A vida, porém, se vincula ao que não existe, pois, de fato É.

O que existe carrega vida, mas não é vida. A vida, paradoxalmente, não pertence ao que é existente, mas sim ao que É.

Quando falo de vida, refiro-me não às cadeias de natureza biológica que constituem a vida dentro da existência. Mas, ao contrario, ao falar em vida, refiro-me ao que é para além da existência constatável.

Portanto, Paul Tillich tem razão quando diz: “God does not exist. He is being itself beyond essence and existence. Therefore to argue that God exists is to deny him”.
Ora, usando uma gíria de hoje, eu diria: Tillich tem razão quando diz: “Deus não existe!” — pois é isto que hoje se diz quando algo está pra além da existência: “Meu Deus! Esse cara não existe!”. Assim é com Deus: Não existe! Pois é de-mais!

Um beijo pra você!
Ame-o, e nunca o deixe!

Nele, que não existe, pois É,

Caio Fábio.

Fonte: http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoPagina=0203600004

Aminésia Social

Os fatos ocorridos no final de semana de 12 a 14 de maio de 2006 marcaram a história da violência em nosso país. Uma onda de ataques premeditados do crime organizado se espalhou por algumas cidades do Brasil. Começando com rebeliões nas cadeias de São Paulo e culminando em ataques a bases comunitárias da polícia, a delegacias, bancos e a policiais, bombeiros e civis nas ruas, o crime organizado matou mais de 100 pessoas nesses três dias de violência. Isso evidenciou mais uma vez o alto índice de violência e a fragilidade da segurança pública de nosso país.

A sociedade reagiu com medo, desespero e insegurança. Nossas autoridades reagiram com discursos corajosos e imponentes a fim de mostrar a população segurança e enfrentamento a essa onda de violência. São Paulo, a principal cidade vítima desses ataques, viu seus cidadãos de bem fugirem e se esconderem trancados em suas próprias casas, enquanto os bandidos agiam soltos pelas ruas da cidade. E os policiais valentes marchavam nas ruas para proteger a população e combater os ataques, enquanto ouviam e obedeciam aos discursos enraivecidos e as ordens das autoridades do estado e da polícia, e os protestos da mídia e da população contra os ataques da organização criminal.

Enquanto isso, ainda sob o efeito dos ataques, a mesma população vítima dessa violência relaxa um pouco ouvindo atentamente a lista dos convocados da seleção brasileira de futebol para a copa do mundo na Alemanha. O clima da festa da copa do mundo começa a se criar e a se espalhar no coração dos brasileiros tão sofridos. A mídia se divide em mostrar o luto das famílias que perderam seus parentes policiais que defenderam o Brasil contra a violência no dias das mães, e em mostrar outras famílias comemorando a convocação de seus parentes jogadores para defender o Brasil na copa. Diante disso, surge um sentimento de euforia que se expressa pela alegria do clima da copa e o desespero pelo clima de violência que invade nossa sociedade.

O que mais preocupa é que nós brasileiros sofremos constantemente de amnésia social. É muito fácil esquecermos nossas lutas, desafios e ideais por um Brasil melhor quando somos anestesiados por entretenimento alienante. Parece que a mídia formata e domestica nossa mentalidade crítica, nossas emoções e reações. Se o efeito entorpecente da mídia quiser anestesiar nosso furor de luta e protesto fará com doses de amnésia social e nos levará para onde ela quiser. Isso é fácil: Naquele fim de semana, o brasileiro esqueceu os escândalos políticos dos candidatos à presidência e agora vai esquecer rapidamente a luta contra o crime organizado quando o futebol moleque do Brasil balançar as redes dos campos alemães na copa. O povo cai no esquecimento muito fácil em troca de um punhado de espetáculo e entretenimento alienante. E a mídia se diverte ganhando audiência e capital e nos diverte com aminésia social.

É claro que nem só de lutas, protestos, violência, sofrimento e dramas vivem os brasileiros. Mas também nem só desses entretenimentos alienantes sobrevivemos. Sabemos do poder que a mídia tem de informar e de nos formar. Mas ao mesmo tempo em que a mídia nos mostra a violência e a denuncia, também domestica nossas críticas e ações políticas quando aplica doses de amnésia social a base de entretenimento. E o resultado é que nossos maravilhosos problemas sociais são jogados para debaixo do tapete do esquecimento.

E o que falar dos cidadãos cristãos? Somente a CNBB reagiu apoiando a reação com força da polícia e criticando o sistema judiciário e carcerário do Brasil. E agora pergunto: Onde estão os evangélicos nessa hora? Onde estão agora os milhares de evangélicos que marcham pelas ruas da cidade cantando corajosamente que “o nosso general é Cristo, seguimos os seus passos, nenhum inimigo nos resistirá” e declarando que “O Brasil é do Senhor Jesus”? Onde está o protesto dos protestantes contra a violência? Não vejo a igreja evangélica inconformada com este século violento. Vejo uma igreja alienada, arrebatada e isolada da realidade sócio-político de nosso país.

E o que devemos fazer? E o que devemos ser? Não é fácil responder, mas temos que propor e agir: Protestar e lutar contra a violência enquanto torcemos pelo futebol brasileiro sem se esquecer dos desafios que estão por aqui. Esperamos que após a copa o brasileiro não continue com o espírito de torcedor nas eleições, mas que seja um eleitor engajado socialmente, um cidadão consciente, crítico e agente de transformação social e histórica do nosso Brasil. Não podemos nos deixar levar pela formatação da mídia em nossas mentes e ações. Temos que ter um olhar crítico e uma ação rápida e urgente para não nos conformar com este momento de violência e corrupção. Assim, só assim, vamos tentar melhorar o Brasil e dá outro rumo a nossa história, além de querer tanto o Hexa.

JAIRO FILHO - Escrito em 15/05/2006

Dê um tcham no seu currículo

Você acha que não te contratam em uma grande empresa porque o seu currículo é muito "fraquinho"? É muito simples, basta fazer algumas substituições no nome de sua profissão! A seguir, algumas dicas para você dar um plus no seu currículo, apenas falando de seus empregos anteriores:

* Especialista em Marketing Impresso (boy da xerox)
* Supervisor Geral de Bem-Estar, Higiene e Saúde (faxineiro)
* Oficial Coordenador de Movimentação Interna (porteiro)
* Oficial Coordenador de Movimentação Noturna (vigia)
* Distribuidor de Recursos Humanos (motorista de ônibus)
* Distribuidor de Recursos Humanos VIP (motorista de taxi)
* Distribuidor Interno de Recursos Humanos (Ascensorista)
* Diretora de Fluxos e Saneamento de Áreas (a tia que limpa o banheiro)
* Especialista em Logística de Energia Combustível (frentista)
* Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil (peão de obra)
* Segundo Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil (coitado...)
* Especialista em Logística de Documentos (office-boy)
* Especialista Avançado em Logística de Documentos (motoboy)
* Consultor de Assuntos Gerais e Não Específicos (vidente)
* Técnico de Marketing Direcionado (distrib. de santinho nas esquinas)
* Especialista em Logística de Alimentos (garçom)
* Coordenador de Fluxo de Artigos Esportivos (gandula)
* Distribuidor de Produtos Alternativos de Alta Rotatividade (camelô)
* Técnico Saneador de Vias Publicas (gari)
* Técnico em Redistribuição de Renda (ladrão)

Silogismos

Silogismo 1

Deus ajuda quem cedo madruga
Quem cedo madruga, dorme à tarde...
Quem dorme à tarde, não dorme à noite...
Quem não dorme à noite, sai na balada...
Conclusão: Deus ajuda quem sai na balada!!!


Silogismo 2

Deus é amor.
O amor é cego.
Steve Wonder é cego.
Conclusão: Steve Wonder é Deus.


Silogismo 3

Disseram-me que eu sou ninguém.
Ninguém é perfeito.
Logo, eu sou perfeito.
Mas só Deus é perfeito.
Portanto, eu sou Deus.
Se Steve Wonder é Deus, eu sou Steve Wonder!!!
Meu Deus, eu sou cego!!!

Silogismo 4

Imagine um pedaço de queijo suíço, daqueles bem cheios de buracos.
Quanto mais queijo, mais buracos.
Cada buraco ocupa o lugar em que haveria queijo.
Assim, quanto mais buracos, menos queijo.
Quanto mais queijos mais buracos, e quanto mais buracos, menos queijo.
Conclusão: quanto mais queijo, menos queijo.


Silogismo 5

Toda regra tem exceção.
Isto é uma regra.
Logo, deveria ter exceção.
Conclusão: nem toda regra tem exceção.


Silogismo 6

Existem biscoitos feitos de água e sal.
O mar é feito de água e sal.
Conclusão: o mar é um biscoitão.


Silogismo 7

Quando bebemos, ficamos bêbados.
Quando estamos bêbados, dormimos.
Quando dormimos, não cometemos pecados.
Quando não cometemos pecados, vamos para o Céu.
Conclusão: vamos beber para ir pro Céu!


Silogismo 8

Penso, logo existo.
Loiras burras não pensam, logo, loiras burras não existem.
Meu amigo diz que não é viado porque namora uma loira inteligente.
Se uma loira inteligente namorasse meu amigo ela seria burra.
Como loiras burras não existem, meu amigo não namora ninguém.
Conclusão: meu amigo é viado mesmo.

Silogismo 9

Hoje em dia, os trabalhadores não têm tempo pra nada.
Já os vagabundos..., têm todo o tempo do mundo.
Tempo é dinheiro.
Conclusão: os vagabundos tem mais dinheiro que os trabalhadores.

De todo meu amor

Minha linda , Lorena,

De todos os amores que encontrei, você e o que eu mais amo.
De todos os sonhos que sonhei, e com você que ainda sonho.
De todos os beijos que beijei, só quando te beijam, meus lábios fazem declarações de amor.
De tudo que vivi, você é minha vida pra viver contigo pra sempre.
De todas as belezas que vi, sua beleza vai ser sempre colírio para meus olhos.
De todas as amizades, você é uma irmã mais chegada que amiga.
De todos os abraços, você é a única que me toca com amor.
De todas as alegrias, só você me faz sorrir com suas risadas.
De todas as felicidades que procurei, só você me faz sentir feliz perto de mim.
De todas as mulheres, você é a mais virtuosa que eu achei.
De tudo o que eu mais desejei, você é o tudo na minha vida que eu mais desejo.
De tudo o que eu mais queria agora, é estar com você aqui do meu lado.
De todas as medidas que medi, não existe sistema de medidas pra medir nosso amor. Por isso, te amo de um tantão assim... que meus braços não conseguem alcançar.

Jairo Filho

Escrito em 28/08/2006 quando namoramos a distância.

SE EU NÃO TE AMASSE DE UM TANTÃO ASSIM...

Lorena, minha linda!

Se eu não te amasse de um tantão assim...

...eu não escreveria mais pra você.
...eu não passaria o tempo todo pensando em você.
...eu não contaria pra todo mundo que eu te amo de um tantão assim...
...eu desistiria agora de tudo o que conquistamos e passamos.
...eu não sonharia em passar a vida toda com você.
...eu não te esperava mais.
...eu jogaria tudo pra cima e nem te ligaria mais.
..eu não te amaria mais assim.

Mas...mesmo assim...

Como eu te amo, de um tantão assim...

...eu te amarei com tudo o que sou.
...eu te amarei pra sempre.
...eu te amarei incondicionalmente.
...eu te amarei com minhas imperfeições, fraquezas e limitações.
...eu te amarei com meu mau humor.
...eu te amarei com minhas piadinhas sem graça e com graça.
...eu te amarei na cama, na chuva, no banheiro, no carro e o dia inteiro.
...eu te amarei todo dia de novo.
...eu te amarei mais, sempre mais.
...eu te amarei servindo a Deus, fazendo missões.
...eu te amarei sem me cansar.
...eu te amarei pra casar com você.
...eu te amarei com minhas palavras.
...eu te amarei pensando em você.
...eu te amarei com meus beijos, abraços e cheiros.
...eu te amarei sem medo.
...eu te amarei com meus presentes e sendo sempre presente.
...eu te amarei te fazendo mãe dos nossos filhos.
...eu te amarei estando ao teu lado e sendo seu apoio.
...eu te amarei ao teu lado no ministério de crianças.
...eu te amarei sonhando com você, seja dormindo ou acordado.
...eu te amarei porque você é tudo pra mim.
...eu te amarei como se você estivesse aqui, mesmo estando ai.
...eu te amarei, mesmo assim.

Amo você de um tantão assim...
Seu nego, Jairo Filho

Escrito 25/04/2006 - Esta é mais uma carta escrita quando namorávamos a distância e que deve ficar guardada em nosso coração.

SENTIMENTOS SOLTOS DO MEU CORAÇÃO

Minha linda Lorena...

Quando durmo, sonho com você.
Meu pensamento sempre está em você.
Quando acordo, lembro de você.
Não tem jeito de esquecer você.
Quando lembro dos teus olhos, teu sorriso, tua voz,
Do teu jeito e do amor que existe entre nós,
Eu faço minha prece. Peço ao tempo que se apresse
Pra logo te encontrar, te beijar e pra sempre te amar.

Quando estou com você, peço ao tempo que me dê mais tempo
Pra eu poder te amar mais.
Porque só com você que me contento.
Porque só teus braços me animam e me dominam em paz
Porque só teus lábios me acariciam e afeto me traz

Mesmo quando nosso coração distante reclama saudade
Com pensamentos te beijo e sonho como nossa felicidade
Mesmo quando a distância nos tortura
Com você no meu coração vivo e sigo mais seguro
Mesmo com a tua ausência
Com esperança te desejo encontrar e nunca mais te deixar.
Mesmo com nossas diferenças, com amor e paciência superamos os conflitos da convivência

Não tem como não imaginar e não sonhar com o nosso reencontro.
Como será? Não sei onde, nem quando. Só sei que acontecerá.
E em breve será. Isso eu tenho certeza.
Só sei que não vou mais perder mais tempo com atitudes e palavras insignificantes.
Só sei que vou tirar o atraso. Só sei que vou ter momentos felizes com você.
Só sei que vou aproveitar intensamente cada segundo com você. Só sei que vou te amar.
Só sei que não vou cansar de dizer sentimentos soltos do meu coração a você.
Porque só sei que não me canso de dizer sempre que eu amo você de um tantão assim que meus braços não conseguem alcançar.

Seu nego, Jairo Filho

Escrito em 02/05/2006 quando estava namorando a distância.

Meu discurso: Aula da Saudade - Turma de 2005 - FLAM.

Além de aprendermos a falar de Deus – o objeto-sujeito do discurso teológico – durante esses quatro anos, temos aprendido que as pessoas precisam de Deus e as pessoas precisam de pessoas para serem pessoas. Isto significa que a plena realização humana se dá quando há relacionamentos entre as pessoas. Isso acontece, porque cremos que Deus se manifesta como uma trindade de pessoas iguais em sua essência divina e não existe solitariamente; ele é sempre a comunhão de três pessoas divinas. E isso é a base e o reflexo de nossos relacionamentos humanos e comunitários.

Disso surge o triângulo relacional: eu, Deus e o próximo. Isso implica dizer que a plena realização humana está no relacionamento com Deus e com o próximo. O ser humano será mais humano à proporção de sua capacidade desenvolvida de tornar-se uno com o próximo, quando esquecendo-se de si mesmo, doando a si mesmo, descuidando de si mesmo e concentrando seus pensamentos para além de si mesmo, ama o próximo como a si mesmo.

Hoje é dia de celebração. Hoje é dia de celebrarmos o amor phileos de nossos amigos. Hoje é dia de celebramos a amizade de Deus e de nossos amigos. Essa celebração acontece porque a amizade é a beleza da vida, é o motivo de nossa sobrevivência existencial na comunidade. É o prato principal do banquete da vida como expressão mais elevada do amor humano. Por isso, nós celebramos nossa amizade construída todo esse tempo em que vivemos juntos. E nossa convivência juntos foi construída e curtida por momentos de lágrimas e risos, dores e prazeres, tristezas e alegrias, sofrimentos e felicidades, fé e incredulidade, coragem e medo. Enfim, momentos vividos na medida certa para a promoção de nossa saúde emocional e maturidade cristã.

Esses momentos de crises existenciais foram o palco do encontro da nossa amizade com Deus romper com nossa individualidade. Porque a nossa alma tem dimensões que ninguém é capaz de compreender, lágrimas que não se explicam pela lógica e dores impossíveis de serem compartilhadas e que ninguém é capaz de suportar; e crises existenciais de fé, pelas quais não há empatia possível pra consolar-nos. Nessas horas, a amizade de Deus toca o terreno sagrado de nosso coração para romper nossa solidão existencial e formar nossa identidade singular e particular com a sua amorosa presença em nosso coração.

A presença amorosa da amizade de Deus é o espelho de nossas alianças que fizemos nas interações e convivência com nossos amigos. Esse tempo de convivência juntos foi o cenário para nossas amizades serem construídas. Nossas amizades extrapolaram e ultrapassaram os desapontamentos e fraquezas da convivência. Na verdade, nossas amizades venceram o desejo doentio, imaturo e infantil de tentar mudar o outro. Nossas amizades celebram quem somos, independente do que fazemos ou do que deixamos de fazer. Nossa amizade é o palco para o amor incondicional que aceita o outro como ele realmente é e que abre espaço para a transformação.

É impossível esquecer daquelas noites mal dormidas nos labirintos das crises existenciais, da solidão que assalta nosso coração, da saudade da família e das tristezas e incertezas do amanhã. Mas também, nunca iremos esquecer daquela mão estendida, do consolo do ombro amigo, da empatia que carrega nossos fardos, e da amizade que une nossos laços de amor. Nunca vamos esquecer que a nossa amizade foi a nossa maior força que nos impulsionou a continuar até o fim de nosso curso.

E hoje chegou o fim de nossa jornada juntos. Há quatro anos, nossos caminhos se encontraram pela primeira vez na semelhança de nossa vocação. Nossa vocação nos trouxe para o mesmo lugar e nos uniu para o mesmo propósito. Foram anos que juntos desenvolvemos nossa vocação a serviço do Reino de Deus. Aprendemos que nossa vocação se realiza com nosso serviço a Deus no mundo e se estende e aponta para as pessoas.
Chegamos aqui unidos pela nossa vocação. E hoje saímos daqui unidos pela nossa amizade e pela nossa vocação. Guardamos na memória e no coração a nossa convivência aqui e a mesma vocação que nos uniu um dia e que marcou nossas vidas de uma vez para sempre. E a saudade será uma ilustre testemunha dos nossos momentos juntos e do nosso amor.

E é por isso que celebramos hoje nossa vocação e amizade. Hoje é dia de celebração. É dia de festa e muita alegria. Por isso, celebremos juntos a nossa vitória e amizade.

A Deus toda a glória pela nossa amizade. Amém!

Jairo Filho - Escrito no dia da minha formatura em 03 de Dezembro de 2005 na Faculdade Latino Americana de Teologia Integral

Vírgulas

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.

Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.

2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.

Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.

Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.

Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.

Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.

Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo..

Detalhes Adicionais:


SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

A importância da pontuação

Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e caneta e escreveu assim:

”DEIXO MEUS BENS À MINHA IRMÃ NÃO A MEU SOBRINHO JAMAIS SERÁ PAGA A CONTA DO PADEIRO NADA DOU AOS POBRES“

Morreu antes de fazer a pontuação. Mas a quem deixava ele a fortuna?

Eram quatro os concorrentes:

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Assim é a vida: nós é que colocamos os pontos, e é exatamente isso que faz toda a diferença, portanto, procure pontuar sua vida de modo que ela faça sentido, para fazer valer todo o tempo que você dedica ao que realmente deseja, aquilo que expressa o que verdadeiramente você é.