Um mês para viver

Imagine: O que você faria se tivesse apenas mais um mês de vida? Considerando que você tivesse as últimas doses de saúde por apenas um mês antes de partir, como você faria a despedida da tua vida?

A maioria responde que aproveitará seus últimos dias de vida desfrutando de todo tipo de prazer, como compras, sexo, viagens, degustando deliciosas refeições, experimentando a realização de sonhos e etc. Outros buscam ficar o máximo de tempo com a família e amigos para amá-los e acertar as contas com alguns erros do passado. Alguns outros caem em desespero e apressam a chegada da morte enterrados no túmulo da depressão. Já outros, continuam fazendo e (sobre)vivendo do mesmo jeito, sem mudar absolutamente nada em sua rotina existencial esperando a chegada da bem-vinda morte.

Muitos, quando escutam essa pergunta, se sentem jogados contra a parede. Porque essa pergunta parece ser fatalista, mas na verdade nos lembra que o relógio da vida passa rápido demais e que a vida é “como uma névoa que aparece por pouco tempo e logo se dissipa” (Tg 4:14b). Não importa quem você seja, a mortalidade nos nivela por baixo. Porque não podemos negar que a vida é finita, limitada, frágil e vulnerável diante da existência. Por mais lógico que seja, só basta estar vivo para morrer a qualquer momento. E isso é fato comprovado, porque a morte não avisa quando chegará.

Por outro lado, como disse Alan Sachs “A morte é mais universal que a vida; todo mundo morre, mas nem todo mundo vive.” Dessa forma, se soubéssemos que temos apenas mais um mês de vida, acredito que viveríamos de maneira diferente. Saber que temos um mês de vida nos faz pensar sobre o sentido da nossa vida. Harold Kushner acertadamente disse que “o medo de morrer, de nossa vida chegar ao fim não tira tanto o sono quanto o medo que atinge a todos de que talvez não tenhamos vivido”. Penso que a maior tragédia da existência é olhar sua vida no retrovisor e perceber que viveu sem sentido nem propósito.

Por isso, acredito que essa é a hora para pensar sobre como temos vivido. Assim, venho convidar você para participar conosco da série de mensagens bíblicas: “UM MÊS PARA VIVER”. Vamos aprender com Jesus como viver bem com mensagens todos os domingo e quintas-feiras a partir de 04 de janeiro de 2009 às 20:00H. Acredito que Deus vai falar muito com você. E você aprenderá pistas de como viver com qualidade de vida do útero à sepultura. Espero que no final dessa série de mensagens, você não tenha mais medo de morrer nem de viver.
Venha receber a vida em abundância que Jesus prometeu e viva com qualidade de vida em 2009.

Em Cristo, a vida em abundância de graça.

Jairo Filho

A importância de um elogio

O marido nu, olha-se no espelho e diz para a esposa:

- Estou tão feio, gordo, broxa, acabado! Preciso de um elogio...

E a esposa responde:

- Sua visão está ótima, querido

Qual a mensagem dessa foto-grafia?



O Retorno do Filho Pródigo - Obra de Rembrandt.

Leia Lucas 15, olhe para esse quadro e volte-se para Deus.

Qual a mensagem dessa foto-grafia?



Desmascare-se

Quem você é quando ninguém está olhando?

O que você faz, não faz ou desfaz quando está sozinho?

Esta é a nossa escola dominical...

"Essa é a nossa escola
A escola dominical;
essa é a nossa escola
A escola sem igual;
Escola sem igual que faz bem a muita gente;
Quem não vem à essa escola com certeza esta doente;
Com certeza está doente ou estava trabalhando;
Quem trabalha nesse dia do senhor está roubando;
Do senhor está roubando quem aqui chega atrasado;
O seu nome fica ausente e ele fica envergonhado;
Ele fica envergonhado por não saber a lição;
Professor faz a pergunta ele diz: eu não sei não!
Não sei não..não sei não ..(2x)
Professor faz a pergunta ele diz: eu não sei não!”


Essa é a letra de uma música que eu cantava quando criança todo domingo antes da divisão de salas na EBD.

Que letra terrível né?

Quem trabalha no domingo é ladrão? Rouba do Senhor?

A pergunta que o professor faz da lição é para envergonhar o aluno?

Quem é o aluno hoje que fica envergonhado por não saber a lição?

Então quer dizer que o medo de ficar envergonhado é o maior motivo de não chegar na EBD atrasado?

Essa música parece mais uma "zueira" com aqueles que chegam atrasado.

Imagina essa música sendo cantada com o dedo indicador apontado na cara daqueles que são obrigados a trabalhar no domingo e/ou aqueles que chegaram atrasados na EBD.

Imaginou?

Sentiu-se culpado?

Pronto.

Esse é o objetivo da música: Criar evangélicos cheio de complexo de culpa em relação a EBD.

Vamos pensar sobre as motivações que nos levam a igreja, culto, EBD.

Em Cristo, que me livrou de ir a EBD pela culpa para ir a EBD pela graça.

Jairo Filho

Fé e Obras



Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;não vem de obras, para que ninguém se orgulhe. Pois fomos feitos por ele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, previamente preparadas por Deus para que andássemos nelas. Efésios 2:8-10 (Versão Almeida século 21)

Meus irmãos, que vantagem há se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiverem necessitados de roupas e do alimento de cada dia, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos, e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que vantagem há nisso? Assim também a fé por si mesma é morta, se não tiver obras. Tiago 2:14-17 (Versão Almeida século 21)

Repito e tornarei sempre a repetir quando for necessário: A Religião ensina que devemos fazer boas obras para ser salvo. Mas o evangelho ensina que somos salvos pela graça para fazermos boas obras que evidenciam nossa salvação.

Infelizmente isso não tem sido entendido pelos evangélicos. De um lado, temos aqueles religiosos extremados: Fazem muitas boas obras de caridade na esperança de serem perdoados de seus pecados e garantirem seu terreno no paraíso eterno. E de outro lado, aqueles que dizem que são salvos pela graça, mas não fazem nada para evidenciarem sua salvação, regeneração, conversão e que são discípulos de Cristo para o mundo.

Os dois textos citados são claros e acabam com esses extremos da religião: Pela graça somos salvos; e por isso, fomos criados em Cristo Jesus para fazer boas obras. Sendo assim, aquele que diz ter fé e não a evidencia pelas suas boas obras, essa fé está morta. Este nunca foi salvo. E aquele que diz que contribui para comprar a salvação, anula a graça da cruz de Cristo, nunca foi salvo de si mesmo nem contribui com generosidade incondicional; mas sim, faz doações com segundas intenções, a saber, ganhar créditos no céu para ser salvo.

Aplicando esses textos a tudo o que estamos sabendo sobre a tragédia no estado de Santa Catarina, não podemos cruzar os braços na inércia, exclusivamente dobrar os nossos joelhos e orar com fé, despedindo nossos irmãos alagados dizendo: “Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos”. Nem muito menos podemos dizer: “Vamos todos fazer caridade para que Deus no dê sua vida eterna”. Nem muito menos jogar esse sofrimento humano para a “espiritosfera” e fabricar uma batalha espiritual ilusória, dando gritos de ordem contra os demônios das tempestades, nem soltar verbos imperativos aos quatro ventos contra o demônio dos alagamentos. Não podemos fazer isso de braços cruzados, como sublimação dos demônios da indiferença que estão possuindo o coração de muitos religiosos evangélico que preferem subir nos trio-elétricos na marcha ré do evangelho e soltar suas vozes nos púlpitos e palcos dos shows gospel a estender a mão e levantar os caídos e desesperados de Santa Catarina. Acredito que tem muitos evangélicos dizendo uma coisa ou outra; ou todas elas.

Também, essa não é a hora de fazer uma teodisséia acerca das chuvas, alagamentos, desabamentos, desabrigados e mortes. Fazendo uma teodisséia ou não, o sofrimento humano estará sempre inserido em nosso planeta. Essa não é a hora de ficar na arquibancada analisando o que acontece no campo alagado da vida, nem se esconder nas salas de ar-condicionado escrevendo sobre tragédias, nem muito menos ser inflamado pela verborragia hipócrita do discurso do “faça o que digo, mas não faça o que faço”.

Na verdade, essa é a hora de enxergarmos Jesus no rosto do oprimido e encorajá-lo, na vida do desabrigado e acolhê-lo, naquele que está nú e vestí-lo, nos que tem fome e alimentá-los; enfim, servir às pessoas servindo a Cristo, para que “assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu.” Mt 5:16.

A comunidade cristã onde convivo já arregaçou as mangas e está contribuindo com os nossos irmãos de Santa Catarina. Espero que a motivação da contribuição não seja para merecer a salvação nem para criar um ringue de competições e comparações para saber quem dá mais no leilão da justiça própria; mas sim, doar porque já somos salvos pela graça; e por isso, somos chamados para contribuir pela graça de Deus com os necessitados.

Em Cristo, que nos ensinou a graça de doar doando

Jairo Filho

"Faça por merecer"


Esta é a última frase dita, antes de morrer, pelo capitão John Miller (Tom Hanks) para o James Ryan (Matt Damon) no final do filme “O Resgate do Soldado Ryan”. Este filme retrata uma história da segunda guerra mundial: Após a invasão dos aliados à praia de Ohama na França, acontece a maior batalha da segunda guerra mundial que marca o famoso “Dia D”. O pelotão do capitão John Miller é quase extinto no “Dia D”, restando apenas alguns poucos soldados. Nesse momento um dos generais do exército estadunidense e o presidente do país, recebem a notícia de que 3 de 4 irmãos da família Ryan, filhos de uma viúva solitária, foram mortos durante a Guerra. Apenas um filho estava vivo, mas não se sabe onde ele está.

Com isso, o capitão John Miller recebe a missão de resgatar o último soldado Ryan em troca do direito de seu pelotão voltar para casa. Durante a procura pelo soldado Ryan, muitos soldados do pelotão morrem. E assim, começa uma discussão entre os soldados, se vale a pena sacrificar todo o pelotão por um soldado desconhecido. Durante uma conversa entre os soldados, o capitão Miller diz mais ou menos assim: “Espero que esse Ryan seja um bom soldado e invente a cura para o câncer, para valer a pena o sacrifício do resgate”.

Na parte final do filme, o capitão Miller, encontra e conhece o tal soldado Ryan. O Capitão percebe que ele é um bom e fiel soldado. E por isso, decide protegê-lo contra um iminente ataque dos nazistas a uma ponte guardada pelos aliados. Durante esse ataque, o capitão Miller é baleado um pouco antes do fim dessa batalha. Quase morrendo, o capitão Miller balbucia no ouvido do Ryan suas últimas palavras antes de morrer: “Faça por merecer”.

Essa última frase é levada pelo Ryan por toda a sua vida. O filme mostra o Ryan já idoso, com esposa, filhos e netos o acompanhando ao cemitério para homenagear os soldados mortos. Em frente ao túmulo do capitão Miller, o Ryan diz mais ou menos assim: “Eu tentei ser o melhor homem durante toda a minha vida. Tentei fazer por merecer o seu sacrifício de me resgatar”. Com muitas lágrimas, o Ryan, cheio de aflição, insegurança e desespero, diz repetidamente a sua esposa: “Diga que eu fui um bom homem.” Ele precisava de uma aprovação da esposa para lhes aliviar a dor da consciência de que devia sua vida ao seu salvador, o capitão Miller; e ainda, não tinha certeza se tinha conseguido pagar a salvação, fazendo por merecer o resgate recebido.

Percebo que esse soldado Ryan carregou dentro de si, durante toda a sua vida, uma dívida impagável e uma responsabilidade nervosa e cheia de culpa de fazer por merecer o resgate recebido sendo um bom homem. Ou seja, o capitão Miller salvou o soldado Ryan para que ele pudesse pagar o resgate sendo um bom homem. Mas é possível pagar a salvação?

Esse filme pode ser uma ótima ilustração que retrata exatamente a religiosidade cristã evangélica brasileira. Os evangélicos recebem a salvação de Deus e passam sua vida inteira tentando quitar a dívida com suas boas obras de justiça própria. Passam sua vida imaginando que Cristo disse antes de morrer: “Faça por merecer meu sacrifício por vocês. Faça por merecer a salvação”.

Dessa forma, é importante afirmar que toda religião ensina: obedeça para ser salvo. Ou seja, obedeça para receber a salvação. Isso é a teologia do mérito da religiosidade: Faça algo para Deus ou para o próximo para merecer a salvação e/ou as bênçãos de Deus. Assim, o religioso vive fazendo sacrifícios para comprar, conquistar, adquirir e ganhar a salvação de Cristo como retribuição e/ou prêmio merecido.

Quem vive assim, corre, pelo menos, 7 perigos e muitas conseqüências:

1. Obedecer a Deus em forma de contrato utilitarista: Cria um acordo com Deus: Só obedece a Deus para cumprir sua parte e espera que Deus cumpra a dele. Assim, faz sua parte (obediência) e espera a retribuição (a salvação/bênção). E quando Deus não cumpre sua parte no contrato, ameaça Deus de abandoná-lo, ou realmente o abandona por que Deus não tem mais utilidade. Ou seja, obedece a Deus enquanto há vantagem.

2. Obedecer a Deus com expectativa de premiação e retribuição: Obedece sempre esperando elogio, aplauso, promoção, benção, milagres, recompensa, retribuição. Tem um relacionamento de barganha, negócio, troca, de toma lá, dá cá, bumerangue. Ou seja, a obediência compra a recompensa e passa ser uma ferramenta e moeda de troca, compra, manipulação e bajulação. Sendo assim, você é capaz de obedecer a Deus quando ninguém está olhando? Você seria capaz de obedecer a Deus mesmo sabendo que não irá ganhar nada?

3. Obedecer a Deus de forma mecânica: Quem obedece esperando receber prêmio de Deus, com o passar do tempo, obedece sem amor, alegria, liberdade e espontaneidade. A obediência é feita sem nenhum afeto e amor para com Deus; mas sim, com a intenção e motivação de ganhar vantagens na relação de troca com Deus. Assim, o desejo pela pessoa e amor de Deus é trocado pela satisfação dos desejos gulosos pelo que o poder de Deus pode dar na troca. O resultado disso é uma fé fria, cultos mortos, vãs repetições litúrgicas, ministérios feitos para aliviar o peso da consciência religiosa, devocionais cheio de rotina, orações decoradas, leituras bíblicas mecânicas etc.

4. Obedecer a Deus por medo de seu castigo: Imagino que se não tivesse inferno ou castigo, muitas pessoas não obedeceriam a Deus. Isso nos leva a pensar que a maior motivação para obedecer a Deus é o medo de Deus e seu castigo. Por isso, quando alguém comete algum pecado (real ou imaginário) imagina que Deus irá castigá-lo e mandá-lo para o fogo do inferno, porque Deus não o ama mais por causa do pecado cometido. Assim, com tanto medo do castigo de Deus, parece que a única saída para uma vida sem dor é a obediência por medo.

5. Obedecer a Deus por complexo de culpa: Aquele que peca por algum motivo, fica se sentindo culpado, ou quando a obediência não gera benção, pensa que fez algo de errado. Assim, carrega dentro de si, durante toda a sua vida, uma dívida impagável e uma obrigação de penitência para se livrar do castigo e pedir perdão. Por isso que existe tanto religioso cheio de complexo de culpa imaginária e fabricada pelos dogmas da religiosidade, vivendo com medo, nervoso, perturbado, condenado pelas grades do passado, apedrejado pela lei, acorrentado pelo perfeccionismo espiritual e cheio de feridas na alma.

6. Obedecer a Deus motivado por orgulho e exigência de direitos: Se aquele que peca fica com medo de Deus e cheio de culpa, então aquele que obedece fica cheio de orgulho por ter feito sua parte no contrato e cheio de direitos diante de Deus, chegando até mesmo a dar ordens reivindicando que Deus faça sua parte no contrato e determinando o agir de Deus.


7. Obedecer a Deus para ser senhor e salvador de si mesmo: Assim, o coração cheio de obediência pelas obras da justiça própria anula o sacrifício da cruz. Ou seja, o sacrifício humano de obedecer a Deus para merecer a salvação, torna inútil e inválido o sacrifício da cruz de Cristo. E assim, a salvação pelas obras faz sermos senhor e salvador de nossa própria vida. Ou seja, aquele que obedece para ser salvo nem precisa da obra da cruz para salvação. Ele é salvador e senhor de si próprio, uma vez que o sacrifício da obediência e da penitência foram feitos por ele mesmo para conquistar sua própria salvação. Dessa forma, nem precisa de ter fé em Cristo; é só exercer auto-ajuda para salvação, porque tem-se fé em si mesmo. E assim, surge a ego-latria, o culto a si mesmo.

Pense nisso!

Em Cristo, que nos salvou de nós mesmos

Jairo Filho