O alto executivo e o frentista do posto de gasolina

Thomas Wheeler, alto executivo de uma multinacional, viajava com sua mulher por uma estrada quando notou que o carro estava com pouca gasolina.

Ele parou num posto e pediu ao único atendente que enchesse o tanque e verificasse o óleo enquanto ele dava uma volta para esticar as pernas.

Voltando ao carro, percebeu que o frentista e sua mulher estavam num papo animado. A conversa parou enquanto Wheeler pagava pela gasolina. Mas, ao retornar ao carro, ele viu o rapaz acenar e dizer:

- Foi ótimo falar com você!

Ao sair do posto o marido perguntou à mulher se ela conhecia o atendente. Imediatamente ela admitiu que sim. Tinham freqüentado a mesma escola e ela o namorara por cerca de um ano.

- Puxa, você teve sorte de eu ter aparecido! - Wheeler se vangloriou. - Se tivesse casado com ele, seria agora a esposa de um frentista de posto de gasolina em vez de ser esposa de um alto executivo!!...

- Meu querido... - respondeu a mulher - Se eu tivesse me casado com ele, ele seria o alto executivo e você, o frentista do posto de gasolina.

Quem fica com o filho?

Em um julgamento de divórcio, o casal briga pela guarda do único filho.

A mãe, muito emocionada, tenta se defender:

- Meretíssimo Juiz... Esta criança foi gerada dentro de mim.... Carreguei ela durante nove meses... Ela saiu do meu ventre... eu mereço ficar com ela!

O juiz, emocionado e quase convencido, passa a palavra para o marido, um engenheiro que resolve usar o seu lado lógico:

- Senhor Juiz, tenho apenas uma pergunta: Quando coloco uma moeda em uma máquina de refrigerantes, a latinha que sai é minha ou da máquina?

Qual a mensagem dessa foto-grafia?



Falar demais, escutar de menos

"Lembrem disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva." (Tg 1:19 - Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

Pense nisso!

Em Cristo,que teve domínio próprio.

Jairo Filho

A grande omissão

Era uma vez uma ilha paradisíaca rodeada por um mar bravo e perigoso; habitada por uma vila de pescadores.

Conta-se que estes pescadores eram bons trabalhadores, amigos uns dos outros, conservavam um caráter impecável, valorizavam e preservavam a natureza e a vida em comunidade.

Tudo corria muito normal, até que em um dia pacato, surge uma notícia urgente que abalou a rotina dos pescadores:

- "Aconteceu um naufrágio! Aconteceu um naufrágio! Tem muita gente ferida se afogando. Vamos ajudá-los". Gritou um pescador desesperado.

Sem pestanejar, todos os pescadores unidos foram ajudar os sobreviventes daquele terrível naufrágio engolidos pelo mar bravo daquela ilha.

No fim das contas, aqueles simples nativos se transformaram em heróis ao pescarem os feridos e afogados com muito sucesso. Após esse salvamento, os pescadores reconheceram que sua missão na vida era de resgatar náufragos daquele mar perigoso.

Então, os pescadores se reuniram e resolveram se preparar e se organizar melhor para um outro possível naufrágio.

E foi isto mesmo que aconteceu: um outro naufrágio apareceu. E os pescadores, agora de plantão, preparados e organizados, se lançam ao mar para pescar as pessoas engolidas pelas ondas. Com muito mais rapidez e eficiência, o resgate é feito com muito mais sucesso do que o anterior. E esse resultado contagia todos os pescadores com muita alegria, pois confirma mais ainda a missão que eles receberam da vida.

Animados com o sucesso dos resgates que fizeram, os pescadores decidem construir uma casa que servirá de pronto socorro e escola para treinar novos pescadores salva-vidas. E assim, eles fazem uma arrecadação mensal para cobrir as despesas da construção e manutenção dessa casa de salvação.

Depois de algum tempo, a casa de salvação está pronta. Chega o dia da inauguração. Quando todos estavam apostos para cortar a faixa inaugural, surge, de repente, a notícia de mais um naufrágio.

O desespero e a indecisão tomam conta de todos. O desespero pela emergência do resgate e a indecisão para saber se continuam ou não com a inauguração. Diante desse impasse, uns decidem continuar a tão esperada inauguração para depois fazer o resgate. E assim, demoram tanto para entrarem no mar que a salvação dos náufragos não tem o mesmo sucesso que as anteriores. Apesar do resgate ter sido feito, alguns náufragos chegam à praia com muitos ferimentos graves, e, como conseqüência da demora do resgate, morrem agonizando de dor nas areias da ilha.

Esse episódio comove muitos pescadores. Como conseqüência disso, é feita uma reunião para apurar os culpados pela omissão do resgate.

Após a apuração dos fatos, bem no fim da reunião, fica decidido sobre a necessidade de eleger uma diretoria da missão dos pescadores para tomar as medidas cabíveis diante de importantes decisões.

Para a felicidade de todos, no outro dia, os pescadores se reúnem mais uma vez para a eleição da diretoria da missão. E no fim desse mesmo dia, a diretoria é eleita com uma grande festa numa balada que dura a noite inteira.

Como parte do primeiro mandato, o presidente da missão e toda a diretoria fazem um novo programa de treinamento e capacitação para novos pescadores. Eles promovem conferências e congressos, criam mais departamentos de finanças, reformam a casa da salvação construindo mais salas, gastam muito dinheiro comprando ar-condicionado, mesas e cadeiras confortáveis, computadores sofisticados de ultima geração, muito material supérfulo para escritório, gastam muito tempo em reuniões criando um regimento interno complexo e legalista, e promovem mensalmente festas comemorativas de confraternização dos funcionários.

Certo dia, em uma determinada reunião burocrática da instituição, os pescadores-executivos receberam mais uma notícia de um naufrágio. Quando souberam do naufrágio, a diretoria decidiu que seria muito arriscado entrar no mar naquela hora. O secretário de obras tomou a palavra e se desculpou dizendo que a casa da salvação estava muito limpa e organizada e as pessoas feridas iriam sujar tudo. Se a casa da salvação receber gente imunda vai acabar com os planos de fazer uma nova plástica e lipo nas paredes novas da casa. O escrivão se justificou dizendo que era necessário ter ordem no processo de entrada dos náufragos na vila; e, naquele momento, já tinha passado seu expediente de trabalho.

Além disso, enquanto acontecia o naufrágio, toda a equipe de resgate estava dispersa ocupada no vício do ócio burocrático das desculpas. Os profissionais de saúde estavam de braços cruzados se preparando para a festa de logo mais a noite. Os salva-vidas estavam fazendo natação e musculação a fim de aprimorar seus músculos no espelho narcisista. Os pilotos dos barcos estavam brincando de desmontar o motor do barco, enquanto os motoristas das ambulâncias estavam no lava-jato numa competição de limpeza. Os alunos do treinamento de salva-vidas estavam na biblioteca fazendo uma pesquisa para a sua tese de final de curso. E os demais voluntários do resgate estavam desocupados experimentando a melhor fantasia para a festa de logo mais.

Enfim, a história termina com o mais trágico naufrágio de todos os tempos. Os feridos que conseguiram chegar à praia morreram agonizando de dor à espera de socorro. No fim de tudo, ninguém sobreviveu.

Aqueles simples pescadores, amantes do mar e da vida, trocaram o barco, os remos e as redes, pela burocracia dos papéis inúteis da institucionalização.

A casa da salvação se transformou na casa da omissão.

Qualquer semelhança com a igreja evangélica não é mera coincidência.


Em Cristo, que resgatou homens pecadores para torná-los pescadores de homens.

Jairo Filho.

A banda do bando de Jesus

Prezado Senhor Nazareno,

Obrigado por enviar-nos o “curriculum vitae”, o “histórico escolar e familiar” e o resultado do “teste psicoténico” dos 12 candidatos a componentes da banda do Messias.

Depois de uma investigação minunciosa, segundo os padrões de sucesso do mercado gospel, informamos que este bando de candidatos está absolutamente inapto a tocar no som do céu para o Cristo.

Nossos testes ofereceram os seguintes resultados: O vocalista principal Simão Pedro é emocionalmente instável e sujeito às explosões intempestivas de um temperamento descontroladamente colérico. Quando pressionado, nega que é músico da banda que faz parte para aceitar propostas de produtoras musicais de todo mundo. É extremamente curioso, pragmático, impaciente, ativista, incrédulo, covarde, atrevido, não tem vocação musical nem sabe trabalhar em equipe.

Os dois irmãos backing vocal, Tiago e João, são egoístas a ponto de colocarem sempre interesse de fama, sucesso e poder acima da lealdade e serviço a banda. Sempre faltam aos ensaios para buscarem a glória para si. E nem se importam com o restante da banda. Além disso, o violonista André não tem nenhuma qualidade de liderança, pois falta muito iniciativa de sua parte para empreender composições musicais e turnês para a banda.

Tomé, sempre está para baixo com seu baixo de 6 cordas. Demonstra pessimismo, dúvida, incredulidade, incerteza que contagia e abala sempre o restante da banda. E não faz nenhum esforço para acreditar na banda, uma vez que só acredita que a banda pode lançar um CD quando seus ouvidos escutarem as músicas gravadas no CD.

Mateus, o baterista, é um consumista de primeira. Ele tem extrema dificuldade em administrar suas finanças, a tal ponto que está com seu nome no SPC. Além disso, soubemos que ele se corrompe facilmente por um punhado de adulação e dinheiro. E é muito mal falado na cidade pelos religiosos. Assim, fica difícil colocar ele na banda e na capa do CD. Ele está sendo caçado por corrupção no banco que trabalhava.

Tiago, filho de Alfeu, e também Tadeu, que são os guitarristas, tem definitivamente inclinações racistas radicais e ambos atingiram uma marca elevada na escala maníaco-depressíva. Gostam de ficar no quarto ouvindo músicas melancólicas e sempre estão andando na periferia da banda. Se entrarem para a banda, poderão faltar a ensaios e shows por causa de uma depressãozinha de nada ou por preconceito com relação ao público que poderão se apresentar. Com certeza o astral da banda vai ser abalado com a chegada deles.

Em relação aos outros candidatos, não sabemos muito acerca deles. Eles são como um zero a esquerda, se escondem no anonimato, fogem dos holofotes da mídia, não tem nenhuma informação de destaque em seu currículum e não sabemos nada de suas origens familiares; enfim, quase ninguém os conhece. Assim, é prudente não aceitar desconhecidos na banda.

Mas, existe um único candidato que, ao nosso ver, tem condições de entrar para a banda do bando de Jesus. Ele é um músico extremamente capacitado. Ele tem muito contato com políticos, líderes religiosos, celebridades, agentes publicitários, diretores de TV e gravadoras famosas. Além disso, ele tem um gênio político muito forte, sabe se relacionar bem com todas as crenças, conserva um espírito empreendedor, e é um ambicioso de mão cheia. O nome dele é Judas. Ele é o único que poderia ser da banda do Messias. Contrate-o. Ele é um bom negócio e um ótimo investimento.

Agradecidos pela atenção,
Consultoria de Recursos Humanos gospel da Judéia.


Será que Jesus aceitaria uma consultoria como essa? Pense nisso!

Em Cristo, que não vê a aparência da cara, mas a transparência do coração para transformá-lo.

Jairo Filho

Qual a mensagem dessa foto-grafia?




A vida como ela é...

Tudo é ilusão, inútil, vaidade...é como perseguir o vento.

No fim das contas, a busca pelo sucesso de uma vida inteira é como o hálito que sai da boca; logo desaparece.

A vida é assim...é a vida como ela é

Olhe bem para esta foto e leia o livro de Eclesiastes.

E depois tire suas conclusões sobre a vida

Pense nisso. E durma com esse barulho.

Em Cristo, o sentido da minha vida.

Jairo Filho

Qual a mensagem dessa foto-grafia?



GERAÇÃO MÚLTIPLA ESCOLHA

Qual é a sua geração?

Qual é a sua escolha?

Você tem escolha?

Você é livre para escolher?

Quais os critérios para suas escolhas?

Quais as conseqüências de suas escolhas?

Qual a mensagem dessa foto-grafia?




As 95 teses de Lutero para nossa atual igreja brasileira

Tolerância Zero

Quando te vêem deitado, de olhos fechados, na sua cama, com a luz apagada e te perguntam:
- Você tá dormindo?
- Não, tô treinando pra morrer!

Quando a gente leva um aparelho eletrônico para a manutenção e o técnico pergunta:
- Tá com defeito?
- Não é que ele estava cansado de ficar em casa e eu o trouxe para passear.

Quando está chovendo e percebem que você vai encarar a chuva, perguntam:
- Vai sair nessa chuva?
- Não, vou sair na próxima.

Quando você acaba de levantar, aí vem um idiota (sempre) e pergunta:
- Acordou?
- Não. Sou sonâmbulo!

Seu amigo liga para sua casa e pergunta:
- Onde você está?
- No Pólo Norte! Um furacão levou a minha casa pra lá!

Você acaba de tomar banho e alguém pergunta:
- Você tomou banho?
- Não, mergulhei no vaso sanitário!

Você ta na frente do elevador da garagem do seu prédio e chega um que pergunta:
- Vai subir?
- Não, não, tô esperando meu apartamento descer pra me pegar.

O homem chega à casa da namorada com um enorme buque de flores. Até que ela diz:
- Flores?
- Não! São cenouras.

Você está no banheiro quando alguém bate na porta e pergunta:
- Tem gente?
- Não! É o cocô que está falando!

Você chega ao banco com um cheque e pede pra trocar:
- Em dinheiro?
- Não, me dá tudo em clips.

Sujeito entrando em uma agropecuária.
- Tem veneno pra rato?
- Tem!, Vai levar? - Pergunta o balconista.
- Não, vou trazer os ratos pra comer aqui!

Casal abraçadinho, entrando no barzinho romântico.
A pergunta: Mesa para dois?
- Não, mesa para quatro, duas são pra colocar os pés.

O sujeito apanhando o talão de cheques e uma caneta.
- A pergunta: Vai pagar com cheque?
- Não, vou fazer um poema pra você nesta folhinha

Sujeito no elevador (no subsolo-garagem).
- A pergunta: Sobe?
- Não, esse elevador anda de lado.

Sujeito na praia, fumando um cigarro.
- A pergunta: Ora, ora! Mas você fuma?
- Não eu gosto de bronzear os pulmões também.

Sujeito voltando do píer com um balde cheio de peixes.
- A pergunta: Você pescou todos?
- Não, alguns são peixes suicidas e se atiraram no meu balde.

Homem com vara de pescar na mão, linha na água, sentado.
- A pergunta: Aqui dá peixe?
- Não, dá tatú, quatí, camundongo.... Peixe costuma dar lá no mato...

Sujeito no caixa do cinema.
- A pergunta: Quer uma entrada?
- Não, é que eu vi essa fila imensa e queria saber onde ia chegar.

O Paradigma: Tornando-me mais semelhante a Cristo

Qual é o propósito de Deus para o seu povo? Uma vez que tenhamos nos convertido, uma vez que tenhamos sido salvos e recebido vida nova em Jesus Cristo, o que vem depois? O Breve Catecismo de Westminster afirma que "o fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre". A síntese do Novo Testamento é "ama a Deus e ao teu próximo". Mas o entendimento que pacificou minha mente à medida que me aproximo do final de minha peregrinação neste mundo. Esse entendimento é: Deus quer que seu povo se torne semelhante a Cristo. A vontade de Deus para o seu povo é que sejamos conformes à imagem de Cristo.

Sendo isso verdade, quero propor o seguinte: em primeiro lugar, demonstrarmos a base bíblica do chamado para sermos conformes à imagem de Cristo; em segundo, extrairmos do Novo Testamento alguns exemplos; em terceiro, tirarmos algumas conclusões práticas a respeito. Tudo isso relacionado a nos assemelharmos a Cristo.

Então, vejamos primeiro a base bíblica do chamado para sermos semelhantes a Cristo. Essa base não se limita a uma passagem só. Seu conteúdo é substancial demais para ser encapsulado em um único texto. De fato, essa base consiste de três textos, os quais, aliás, faríamos muito bem em incorporar conjuntamente à nossa vida e visão cristã: Romanos 8:29, 2 Coríntios 3:18 e 1 João 3:2. Vamos fazer uma breve análise deles.

Romanos 8:29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito - mas não tudo - da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo.

O segundo texto é 2 Coríntios 3:18: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito". Portanto é pelo próprio Espírito que habita em nós que somos transformados de glória em glória - que visão magnífica! Nesta segunda etapa do processo de conformação à imagem de Cristo, percebemos que a perspectiva muda do passado para o presente, da predestinação eterna de Deus para a transformação que ele opera em nós agora pelo Espírito Santo. O propósito eterno da predestinação divina de nos tornar como Cristo avança, tornando-se a obra histórica de Deus em nós para nos transformar, por intermédio do Espírito Santo, segundo a imagem de Jesus.

Isso nos leva ao terceiro texto: 1 João 3:2: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é". Não sabemos em detalhes como seremos no último dia, mas o que de fato sabemos é que seremos semelhantes a Cristo. Não precisamos saber de mais nada além disso. Contentamo-nos em conhecer a verdade maravilhosa de que estaremos com Cristo e seremos semelhantes a ele, eternamente.

Aqui há três perspectivas: passado, presente e futuro. Todas apontam na mesma direção: há o propósito eterno de Deus, pelo qual fomos predestinados; há o propósito histórico de Deus, pelo qual estamos sendo transformados pelo Espírito Santo; e há o propósito final ou escatológico de Deus, pelo qual seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. Estes três propósitos - o eterno, o histórico e o escatológico - se unem e apontam para um mesmo objetivo: a conformação do homem à imagem de Cristo. Este, afirmo, é o propósito de Deus para o seu povo. E a base bíblica para nos tornarmos semelhantes a Cristo é o fato de que este é o propósito de Deus para o seu povo.

A conformação do homem à imagem de Cristo é o propósito de Deus para o seu povo. E a base bíblica para nos tornarmos semelhantes a Cristo é o fato de que este é o propósito de Deus para o seu povo.

Prosseguindo, quero ilustrar essa verdade com alguns exemplos do Novo Testamento. Em primeiro lugar, creio ser importante que nós façamos uma afirmação abrangente como a do apóstolo João em 1 João 2:6: "Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou". Em outras palavras, se nos dizemos cristãos, temos de ser semelhantes a Cristo. Este é o primeiro exemplo do Novo Testamento: temos de ser como o Cristo Encarnado.

Somos todos chamados a seguir o supremo exemplo de humildade que ele nos deu ao descer dos céus para a terra. Por isso Paulo diz em Filipenses 2:5-8: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz". Precisamos ser semelhantes a Cristo em sua Encarnação no que diz respeito à sua admirável humildade, uma humilhação auto-imposta que está por trás da Encarnação.

Em segundo lugar, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua prontidão em servir. Agora, passemos de sua Encarnação à sua vida de serviço; de seu nascimento à sua vida; do início ao fim. Quero convidá-los a subir comigo ao cenáculo onde Jesus passou sua última noite com os discípulos, conforme vemos no evangelho de João, capítulo 13: "Tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido". Ao terminar, retomou seu lugar e disse-lhes: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo" note-se a palavra "para que, como eu vos fiz, façais vós também".

Em terceiro lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em seu amor. Isso me lembra especificamente Efésios 5:2: "Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave". Observe que o texto se divide em duas partes. A primeira fala de andarmos em amor, um mandamento no sentido de que toda a nossa conduta seja caracterizada pelo amor, mas a segunda parte do versículo diz que ele se entregou a si mesmo por nós, descrevendo não uma ação contínua, mas um aoristo, um tempo verbal passado, fazendo uma clara alusão à cruz. Paulo está nos conclamando a sermos semelhantes a Cristo em sua morte, a amarmos com o mesmo amor que, no Calvário, altruistamente se doa.

Em quarto lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em sua abnegação paciente. No exemplo a seguir, consideraremos não o ensino de Paulo, mas o de Pedro. Cada capítulo da primeira carta de Pedro diz algo sobre sofrermos como Cristo, pois a carta tem como pano de fundo histórico o início da perseguição. Especialmente no capítulo 2 de 1 Pedro, os escravos cristãos são instados a, se castigados injustamente, suportarem e não retribuírem o mal com o mal. E Pedro prossegue dizendo que para isto mesmo fomos chamados, pois Cristo também sofreu, deixando-nos o exemplo outra vez a mesma palavra para seguirmos os seus passos. Este chamado para sermos semelhantes a Cristo em meio ao sofrimento injusto pode perfeitamente se tornar cada vez mais significativo à medida que as perseguições se avolumam em muitas culturas do mundo atual.

No quinto e último exemplo que quero extrair do Novo Testamento, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua missão. Tendo examinado os ensinos de Paulo e de Pedro, veremos agora os ensinos de Jesus registrados por João. Em João 17:18, Jesus, orando, diz: "Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo", referindo-se a nós. E na Comissão, em João 20:21, Jesus diz: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio". Estas palavras carregam um significado imensamente importante. Não se trata apenas da versão joanina da Grande Comissão; é também uma instrução no sentido de que a missão dos discípulos no mundo deveria ser semelhante à do próprio Cristo. Em que aspecto? Nestes textos, as palavras-chave são "envio ao mundo". Do mesmo modo como Cristo entrou em nosso mundo, nós também devemos entrar no "mundo" das outras pessoas.

Estas são as cinco principais formas de sermos conformes à imagem de Cristo: em sua encarnação, em seu serviço, em seu amor, em sua abnegação paciente e em sua missão.


Sermão pregado pelo Rev. John Stott na Convenção de Keswick em 17 de julho de 2007.