A fé deformadora da barganha

Toda fé religiosa tem o poder de nos conduzir a práticas muito distantes do comportamento de fé de Jesus. Neste sentido, quero falar hoje que toda fé religiosa tenta reduzir Deus exclusivamente a um grande poder impessoal numa relação de negociação.

Muitas vezes a fé “cristã” é equivalente a toda e qualquer religião (no sentido de ir ao templo só para usar Deus quando necessário). Exemplo: imagine um casal em processo de divórcio. A mulher tem um amante e quer se livrar do marido. E o marido quer a esposa de volta custe o que custar. Cada um dos dois procura separadamente um líder religioso para que possa realizar seus desejos opostos. E o líder cristão propõe para cada um dos cônjuges um contrato de fé: faça um sacrifício de fé para merecer e receber o milagre desejado, sem levar em conta o que Deus aprova ou reprova no caso do casal. Cada um faz o sacrifício no templo entregando ofertas em dinheiro, participando de rituais, fazendo orações, freqüentando cultos e etc. É dito que se for feito o sacrifício é inevitável que Deus realize o pedido. Assim, cada um faz sua parte. O casal faz o sacrifício e Deus é obrigado a responder. Disso, surge a fé de barganha.

A fé de barganha é usada exclusivamente como a tentativa de instrumentalização e manipulação do poder de Deus. A fé de barganha proposta pelo líder religioso pode “amarrar” uma união amorosa, bem como desfazê-la, sem fazer juízo moral de valores sobre o caso do casal. Ele é pago pelo casal por seus serviços religiosos sem consultar a vontade moral de Deus. Assim, o pedido do casal e o serviço do líder religioso demonstram a busca do poder divino solicitado independente da vontade de Deus.

Nesse sentido, tem gente que pede a Deus para furar uma fila ou passar numa prova colando. Há crentes que pedem a Deus para lucrar com muita vantagem na venda de seu carro batido sem o comprador perceber. Já soube de gente agradecendo a Deus, porque conseguiu se livrar de uma multa de trânsito, quando molhou a mão dos policiais. Tem marido que ora pedindo a Deus livramento do flagrante de adultério, quando está no motel com a amante. Tem crente pedindo a Deus para matar seu vizinho. Soube de crentes invejosos e cheios de cobiça pedindo a Deus que tire o colega do emprego, quebre o carro novo do vizinho, ou termine o namoro ou casamento da pessoa cobiçada.

Será que esse tipo de fé, que reduz Deus apenas a um grande poder impessoal, foi ensinada, usada e aprovada por Jesus? Jesus diria que isso é a fé idólatra, pois reduz Deus a ser igual a qualquer “um deus”, quando o relacionamento com Deus é reduzido a experimentar o poder de Deus sem consultar sua vontade sobre nossas vidas. Isso é atribuir a Deus um poder neutro, e, portanto, despersonalizá-lo de seu caráter, sua soberania e santa vontade moral sobre nós. Esta é a fé deformadora, além da forma e da fôrma da justa medida da Palavra de Jesus. Pois, Jesus ensinou a orar pedindo que “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade (e não a minha), assim na terra como no céu” (Mt 6:10). Jesus revela que Deus é pessoalmente santo e tem sua santa vontade absoluta estabelecida em sua Palavra para nós.

Em resumo, toda fé religiosa é idólatra, porque busca somente os milagres, bênçãos e o poder de Deus sem considerar o caráter de Deus que opera milagres e bênçãos com poder. A fé religiosa adora somente o poder divorciado da pessoa de Deus. A fé de Jesus busca formar discípulos que tem o caráter de Deus. A fé formadora de Jesus busca, antes de tudo, saber a opinião de Deus sobre nossos desejos e pedidos. A fé de Jesus deseja a vontade de Deus em nós. Pense nisso! E deixe de barganhar com Deus.

"É possível ser muito ativo no serviço de Cristo e ainda esquecer de amá-lo". P. T. Forsyth

O milagre da multiplicação de doadores - João 6: 1-14

Introdução

Vivemos no contexto de fome, desemprego, doenças, analfabetismo, injustiça social, sofrimento, pobreza e etc. Também vivemos trancados em nosso mundinho egoísta de prazeres, compromissos, trabalhos e agenda superlotadas. Além disso, quando queremos servir o próximo, sempre encontramos muitos desafios e adversidades no caminho. E o maior deles é a competição, intriga, partidarismo, inimizade e guerra entre as pessoas do mesmo time. Sendo assim, como pode acontecer o milagre da transformação de vidas?

A partir do milagre da multiplicação de sanduiche de peixe (Jo 6:1-11), levanto a tese de que Deus procura parceiros disponíveis a entregarem suas vidas para fazer a obra dele acontecer. Somente assim, pode acontecer o milagre da transformação de vidas.

Contexto inicial: Estamos diante de um drama: o dia está acabando e a multidão está no deserto com fome. E Jesus faz um teste com seus discípulos: incita-os alimentar a multidão. “Ele, porém, lhes disse: Dai-lhe vós mesmos de comer.” (Lucas 9:13a). E perguntou ainda: “Onde compraremos pães para lhes dar a comer?” (Jo 6:5).

QUAIS OS PERSONAGENS ENVOLVIDOS NA OBRA DE DEUS?


1. O DESANIMADOR (FELIPE) – “Manda embora a multidão para que eles possam ir aos campos vizinhos e as povoados, e encontrem comida e pousada, porque aqui estamos em lugar deserto”. (Lucas 9:12). “Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço”. (Jo 6:7). Felipe recebe a tarefa de providenciar comida para a multidão. Mas ele só enxerga o tamanho do desafio: a quantidade de gente faminta e a quantidade de dinheiro gasto. Felipe só olha para as adversidades e não olha para Jesus. Então, ele se desanima diante do tamanho do problema que está diante dele. Assim, o desanimador é aquele que se alimenta de pessimismo e vomita murmuração na cara de todo mundo. Deus não faz parceria com desanimadores em sua obra, porque são cegos para Deus e para a necessidade do povo.

2. O TRABALHADOR AUTÔNOMO (ANDRÉ) – “...mas isto que é para tanta gente?” (Jo 6:9). André surge apresentando a Jesus uma possível solução que conseguiu: cinco pães e dois peixinhos. Ele tem todo o trabalho de conseguir no meio da multidão comida para todo mundo, mas no fim das contas percebe que seu trabalho e esforço são insuficientes para resolver o problema. Quando fazemos a obra de Deus por nossa conta sem pedir e contar com a ajuda de Deus, chegaremos a conclusão que todo esforço autônomo de Deus é insuficiente e inútil. Quando fazemos a obra de Deus sem oração, todo planejamento, trabalho, programa, agenda, atividade, culto fica vazio de graça de Deus e cheio de obra humana. Assim sendo, o milagre de Deus nunca vem, pois, Deus não faz parceria com trabalhadores autônomos em sua obra.


3. O DOADOR (menino anônimo) – “Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos...” Já imaginou o perfil desse rapaz anônimo? Imagine esse rapaz no meio da multidão interessado em conhecer Jesus, saindo de casa com o seu único alimento do dia: sanduíche de peixe. Quando percebe que André está procurando comida, o rapaz logo se prontifica a doar tudo o que tem em prol da necessidade da multidão. Interessante notar é que os discípulos não são usados diretamente nesse milagre, mas sim, um rapaz anônimo. Aqui podemos aprender que Deus usa quem quer que seja para realizar a sua obra no meio do povo. E, além disso, podemos aprender que Deus só faz parceria com pessoas disponíveis a doar tudo o que tem e o que são. Deus deseja usar sua vida para a obra dele acontecer. Deus deseja usar sua disponibilidade e tempo para a obra dele acontecer. Deus deseja usar tudo o que você é e o que você tem para a obra dele acontecer. Então, entregue-se completamente a Deus e o mais ele fará.

4. O SENHOR TRANSFORMADOR (Jesus) – Nesse momento Jesus aparece para realizar o milagre que escolheu fazer em parceria com um menino anônimo. Deus decide intervir por meio de Jesus para alimentar o povo enquanto Jesus ora agradecido. “Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribui-os entre eles, e também igualmente os peixes, quanto queriam”. (Jo 6:11). Fica claro que a obra é de Deus, e sendo de Deus, o maior interessado em realizar milagres na vida do povo é o próprio Deus. Quando entendemos que os resultados no ministério tem origem em Deus, nós ficamos descansados em paz para trabalhar em parceria com Deus, enquanto esperamos a obra de Deus por Deus ser feita.

COMO JESUS FEZ ESSE MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DE PÃES E PEIXES? E QUAIS AS LIÇÕES QUE PODEMOS APRENDER PARA SE ENVOLVER NO MILAGRE DE DEUS?

“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
JESUS CRISTO (Jo 13.15).

1. DEUS ESTÁ CONOSCO. Por isso, SIRVA CONVIVENDO COM TODOS: Todo milagre é possível, porque Jesus se despiu de sua glória e se tornou ser humano e habitou entre nós. Vemos nesse texto que Jesus estava sempre próximo da multidão, dando-lhes acesso por meio de sua convivência na sociedade. Jesus vivia no meio do povo: religiosos e pecadores, fariseus, sacerdotes, prostitutas, romanos, samaritanos, judeus, fenícios, ricos, pobres, fazendeiros, agiotas, lavradores, coletores de impostos, militares, pescadores, revolucionários, leprosos, cegos, aleijados, loucos, possessos, homens e mulheres. Jesus congraça com pervertidos, bêbados, adúlteros, tratantes e prostitutas. Jesus encontrava as pessoas onde elas estavam – seja um cego na beira da estrada, uma mulher no poço, agiota desiludido caminhando. Ele sempre aceitava o convite para passear, jantar, ir a sua casa, conhecer uns amigos, visitar doentes, ler a Bíblia, beber uma jarra de vinho numa festa etc. Assim, saia do templo e conviva com as pessoas. Vá ao encontro das pessoas. Seja você o milagre entre o povo.

2. DEUS SABE NOSSAS NECESSIDADE. Por isso, SIRVA FAZENDO UMA LEITURA DA REALIDADE. Quem olha para a realidade denuncia os problemas e aponta soluções. Olhe para a sociedade e enxergue os problemas do mundo. Jesus “erguendo os olhos e vendo...” a multidão, percebe a condição das pessoas que estavam em sua volta. Jesus não vivia alienado de olhos fechados para a realidade da multidão. O olhar de Jesus era clínico: ele diagnosticou as necessidades da multidão. Assim, também, nós devemos enxergar as pessoas em suas circunstâncias e condições. E quando enxergamos a realidade nua e crua veremos um mundo cruel, injusto e pecaminoso. Assim, é neste contexto que surge a denúncia como o espaço para o serviço acontecer como arma para extinção do mal.

3. DEUS SENTE COMPAIXÃO DE NÓS. Por isso, SIRVA EXERÇENDO COMPAIXÃO: “Quando Jesus saiu do barco e viu tão grande multidão, teve compaixão deles e curou os seus doentes”. (MT 14:14). “Quando Jesus saiu do barco e viu uma grande multidão, teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar muitas coisas”. (Mc 6:34). Compaixão é compreender o estado de espírito e a dor do próximo a fim de agir com socorro. É sentir a dor alheia como se fosse a nossa própria dor e fazer de tudo para acabar com o sofrimento do próximo. Assim, compreenda a importância da sensibilidade de percepção do que está ao redor. Tenha a sensibilidade para observar, ouvir, perceber o que se está ao redor e se prepare para agir. Por isso, é necessário conhecer a situação das pessoas, suas histórias, suas crenças, seu modo de pensar.

4. DEUS VENCE TODAS DAS ADVERSIDADES EM TEU FAVOR. Por isso, SIRVA NO MEIO DAS ADVERSIDADES: As adversidades sempre surgem quando estamos prestes a servir os necessitados. Jesus ouviu palavras que configuravam adversidades difíceis. A. “grande multidão vinha ter com ele”. B. “onde compraremos pães para lhes dar a comer?”. C. “o dia começava a declinar”. D.“estamos em lugar deserto”. Quando arregaçamos as mangas para servir sempre vão surgir muitas pessoas necessitadas, poucos recursos, pouco tempo e emergência, e ainda ninguém para ajudar. Como vencer às adversidade?

5. DEUS PRIORIZA FAZER UM MILAGRE NA TUA VIDA. Por isso, SIRVA PRIORIZANDO AS PESSOAS NA SUA AGENDA. Reveja as prioridades da sua agenda. As pessoas eram priorizadas na agenda de Jesus (Mt 14:13-21; Mc 6:30 – 34; Lc 9:10-17 e Jo 6:1-15). Este é o contexto anterior ao milagre da multiplicação de pães e peixes que Jesus estava inserido: a) O dia havia sido exaustivo. b) Jesus recebe a notícia do assassinato de João Batista. c) Jesus sabe que Herodes perguntava por ele. Jesus respirava ameaças de morte. d) Jesus recebe seus discípulos contando tudo que tinham feito e ensinado, após serem enviados dois a dois. e) Jesus não teve tempo de almoçar e nem de descansar. f) Mas, diante da multidão necessitada, Jesus reviu sua agenda. Ele permitiu que a necessidade da multidão carente se impusesse à sua. A compaixão venceu o luto, a ameaça de morte, a explosão de alegria, o cansaço e a fome. A compaixão é o instrumento de Deus para nos fortalecer para servir os pobres e necessitados. Fuja do ativismo religioso que prioriza templo, coisas, programações. Priorize sempre pessoas.

6. DEUS FAZ O MILAGRE EM TODO O NOSSO SER. Por isso, SIRVA TODOS OS HOMENS E O HOMEM TODO. Jesus enxergava cada ser humano de forma integral e completa. Para Jesus não havia a distinção grega que considera que corpo é mal e o espírito é bom; o corpo deve ser ignorado enquanto só o espírito é abençoado. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, é digno de tratamento integral. Jesus oferecia sanidade emocional e santidade espiritual, justificação e justiça social, pão da vida e pão de fermento, liberdade e libertação. Assim, é necessário servirmos todas as pessoas e a pessoa toda. - “A diaconia protesta contra qualquer idéia que apresenta o ser humano como objeto e que defende uma divisão entre corpo e alma. As pessoas são simultaneamente corpo e alma. Qualquer divisão é contra a dignidade.” KJELL NORDSTOKKE (NORDSTOKKE, Kjell. Diaconia: fé em ação, Editora Sinodal. p. 16).

7. DEUS NOS TORNA MILAGRE NA VIDA DOS PRÓXIMO. Por isso, SIRVA FAZENDO PARCERIAS - “Em seguida deu aos discípulos para que os distribuíssem entre o povo”. (Lucas 9:16b). Agora, Jesus utiliza o princípio da parceria com seus discípulos. Ele chama os seus discípulos para transformarem a compaixão e o poder de Deus em manifestação concreta de serviço por amor aos necessitados. Assim, em cooperação sob a intervenção divina conseguiremos servir todo mundo.


8. DEUS ENTREGA O MILAGRE PARA TODOS IGUALMENTE. Por isso, SIRVA COM A ESTRATÉGIA DA IGUALDADE, JUSTIÇA E MORDOMIA – “Mas ele disse aos seus discípulos: ‘Façam-nos sentar-se em grupos de cinqüenta’”. (Lucas 9:14). E ainda disse: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca”. (Jo 6:12b). Em primeiro lugar, Jesus criou um caminho estratégico para que o pão chegasse a mais de cinco mil pessoas. Em segundo lugar, Jesus promove uma nova forma de organização do povo: em vez de uma multidão de gente se acotovelando e competindo para pegar comida, Jesus forma uma reunião de cerca de duzentas e quarenta comunidades, compostas de cinqüenta pessoas cada. E além do mais, levou a multidão ao status de companheiro que compartilham e dividem o mesmo pão; e ainda cuidam e administram para que nada se perca a fim de compartilhar com os outros que não tem. Assim, só em comunidades de servos as pessoas podem ser alcançadas e alimentadas.

9. DEUS É DONO DE TUDO. Por isso, SIRVA COM GRATIDÃO E CONTENTAMENTO – “Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças...” (Jo 6:11). Ao invés de pedir a Deus um milagre, Jesus agradece a Deus pelo alimento que tem. Assim, aprendemos que quem sabe agradecer a Deus os recursos que tem, verá a multiplicação de Deus. È como se Cristo tivesse dito: “se foi isso que Deus mandou é porque isso é suficiente para fazer um banquete e saciar todo mundo. A gratidão revela o Deus provedor. E o serviço revela o Deus abençoador e solidário.

CONCLUSÃO:

•“Quem não serve para servir, não serve para viver”.
•“ Pregue o evangelho para todo o mundo, se for necessário use palavras” Francisco de Assis, monge medieval.
•“...O que adianta apontar o caminho e seguir outra direção, quando o mundo tenta nos enxergar, será que vê o que realmente somos? Pra falar de amor eu tenho que aprender a repartir o pão, chorar com os que choram, me alegrar com os que cantam senão ninguém vai ouvir....Pra fazer diferença não basta ser diferente. De que modo eu mudo a história? Com discurso ou com ação? ...O que você vê quando me vê? Se o mundo ainda é mau o culpado está diante do espelho...Pra que serve a luz que não acende?Não ilumina a escuridão.
•O verdadeiro sentido da vida está em viver no mundo à serviço do reino de deus a medida que sirvo a Deus e as pessoas.
•Servir é denunciar o erro e anunciar um projeto mais humano do Reino de Deus de se relacionar com o outro, com a natureza e com a sociedade.
•O serviço acontece como uma ponte que liga a palavra do evangelho pregada e a necessidade humana. E os nós, os discípulos de Cristo somos os construtores dessa ponte para transformar as vidas.

Fé demais fede mais

Toda fé religiosa tem o poder de nos conduzir a práticas muito distantes do comportamento de fé de Jesus. Neste sentido quero falar hoje que toda fé religiosa tenta reduzir Deus exclusivamente a um grande poder impessoal numa relação de contrato utilitarista.

Muitas vezes a fé religiosa “cristã” é equivalente a religiões afro-brasileiras. Exemplo: imagine um casal em processo de divórcio. A mulher tem um amante e quer se livrar do marido. E o marido quer a esposa de volta custe o que custar. Os dois procuram separadamente um cara que se diz “pastor” e um pai de santo para que possam realizar seus desejos. Tanto o “pastor” como o pai de santo fazem um contrato utilitarista de fé: faça um sacrifício para a divindade escolhida para receber o milagre isento de juízo de valor. Cada um faz o sacrifício no templo cristão entregando o dízimo e também faz o sacrifício numa encruzilhada com um despacho de macumba. Nestes dois casos, a fé é usada exclusivamente como instrumentalização e manipulação do poder divino. Tanto um pastor como um pai de santo podem, muitas vezes, “amarra” uma união amorosa, bem como desfazê-la, sem fazer juízo moral de valores. Eles são pagos pelo casal por seus serviços religiosos sem consultar a vontade moral de suas divindades. Assim, o pedido do casal e o serviço dos líderes religiosos demonstram a busca do poder divino solicitado independente da vontade de Deus.

Será que esse tipo de fé, que reduz Deus apenas a um grande poder impessoal, foi ensinada, usada e aprovada por Jesus? Jesus diria que isso é a fé idólatra, pois reduz Deus a categoria de “mais um deus” quando o relacionamento com Deus é reduzido a experimentar o poder de Deus sem consultar sua vontade sobre nossas vidas. Isso é atribuir a Deus um poder neutro, e, portanto, despersonalizá-lo de sua soberana e santa vontade moral sobre nós. Esta é a fé demais, além da justa medida de Jesus, e, portanto, é fora e extra-ordem do padrão bíblico. Jesus ensinou a orar pedindo que “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade (e não a minha), assim na terra como no céu”. (Mt 6:10). Jesus revela que Deus é pessoalmente santo e tem sua santa vontade absoluta estabelecida em sua Palavra para nós.

Outro exemplo de fé religiosa que busca exclusivamente o poder impessoal de Deus é o caso de um dos criminosos crucificados ao lado de Jesus. Ele queria a salvação sem o salvador quando insultava Jesus, dizendo: “Você não é o Cristo? Salve-se a se mesmo e a nós!” (Lc 23:39). Enfim, este queria a salvação (sair da cruz), mas não o Salvador e Senhor Jesus (que veio para morrer por nós na cruz para nossa salvação e ser Senhor de nossas vidas).

Em resumo, toda fé religiosa é idólatra porque busca somente os milagres, benção e poder de Deus sem o caráter da pessoa de Deus de milagres, benção e poder. A fé religiosa adora o poder divorciado da pessoa de Deus. A fé de Jesus busca formar discípulos que tem o caráter de Deus. A fé religiosa fede mais porque é fé demais.

Jairo Filho
Bacharel em Teologia e Pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Imbituva

A fé transformadora

Voltando a falar sobre FÉ, quero abordar um aspecto que é muito esquecido ou não é levado em conta pela maioria dos que exercem alguma fé religiosa: A FÉ TEM O PODER DE NOS CONDUZIR Á PRÁTICAS DAQUILO QUE É MORALMENTE CORRETO E/OU INCORRETO.

Como é possível uma pessoa que tem fé religiosa praticar atos que sejam moralmente reprováveis? Podemos citar alguns: Sacrifício de crianças a uma divindade ou entidade espiritual; tentativas de exterminar etnias como atos de “purificar ou exterminar o mal”; o desprezo pela mulher fundamentado, em algumas culturas, na crença de que ela não tinha alma; a escravidão também foi justificada pela fé religiosa – o negro não tinha alma e ser negro era estar debaixo da maldição lançada sobre Caim, e a própria cor preta era a marca sobre os amaldiçoados. Na idade média, endossado até por alguns religiosos, era comum praticar um mal para justificar a tese de que “os fins justificam os meios”. Ainda hoje esta prática é absurdamente exercida - “os homens bombas” dos radicais islâmicos. Ainda podemos citar o “infanticídio” praticado por algumas tribos primitivas, e ainda hoje, entre algumas culturas indígenas no Brasil. Sem contar os absurdos nas chamadas “festas religiosas”, inclusive no Brasil, onde o religioso e o profano se misturam. De um lado, um líder religioso apela para os adeptos serem gente de bem e evitar o pecado; após os atos religiosos ou entre eles, é permitida na festa religiosa a bebida alcoólica à promiscuidade. No final, o que vale é o que se arrecada para a instituição religiosa. Também não podemos esquecer alguns que, dizendo ser “pastor evangélico”, afirmam que fazer uso da medicina é para quem não confia em Deus. Estes dizem que o “homem de fé autêntica” não precisa tomar remédio. Poderíamos citar outros atos e comportamentos absurdos em NOME DA FÉ RELIGIOSA, mas o espaço, aqui, não permite.

Os exemplos acima são evidências de como a fé religiosa pode ser extremamente perniciosa e maléfica. Como, então, podemos encontrar O TIPO DE FÉ que, além de ser benéfica para o próprio crente e aprovada por Deus, é A FÉ TRANFORMADORA PARA O BEM? A resposta é ao mesmo tempo simples e complexa. Simples, quando leio os Evangelhos e encontro uma declaração que afirma que “quem conhece Jesus, conhece a Deus”.(João 8.19). Ora, para eu ter o tipo de fé que é aprovada por Deus, que é viva e transformadora para o bem, SÓ PRECISO OLHAR PARA JESUS E PERGUNTAR SE TAL COMPORTAMENTO OU PRÁTICA É VISTO NA VIDA DELE. Jesus nunca apoiaria os absurdos cometidos em nome da fé religiosa. Assim, preciso aprender só de Jesus a ter a fé que transforma o coração segundo o poder de Deus. Nunca segundo a religião. Olhando para Ele, encontrarei o caminho que é a verdade de Deus que conduz à vida.

No próximo artigo, voltaremos a falar sobre este assunto e discutiremos as razões que fazem com que a fé religiosa possa tornar-se perniciosa e maléfica para quem crer e para quem não tem nada a ver com a dita fé religiosa.


Escrito pelo REV. JAIRO AMARAL –

Ele é meu pai, e Pastor na Igreja Presbiteriana de Prudentópolis-PR. É BACHAREL EM TEOLOGIA E PÓS-GRADUADO EM MINISTÉRIO PASTORAl.
E-MAIL- prjjairo@hotmail.com

10 dicas infalíveis para embaçar no trampo

1. Nunca caminhe sem um documento nas mãos

- Pessoas com documentos em uma das mãos parecem funcionários ocupadíssimos que se dirigem para reuniões importantes.
- As pessoas de mãos vazias parecem que estão se dirigindo para a cafeteria.
- As pessoas com um jornal nas mãos parecem que estão se dirigindo para o banheiro.
- Sobretudo, leve algum material para casa, isso causa a falsa impressão de que você trabalha mais horas do que você costuma trabalhar.

2. Use o computador para parecer ocupado

- Quando você usa um computador, parece que você está 'trabalhando' para quem observa ocasionalmente. Você pode emitir e receber e-mail pessoal, ficar no bate papo ou ter uma explosão sem que isso tenha alguma coisa a ver com trabalho.

3. Mesa bagunçada

- Quando sua mesa está bagunçada parece que você está trabalhando duramente.
- Construa pilhas enormes de documentos em torno de seu espaço de trabalho.
- Ao observador, o trabalho do ano passado parece o mesmo que o trabalho de hoje; é o volume que conta. Se você souber que alguém está vindo à sua sala, finja que está procurando algum papel.

4. O correio de voz

- Nunca responda a seu telefone se você tiver o correio de voz. As pessoas não te ligam para te dar nada além de mais trabalho.
- Selecione todas suas chamadas através do correio de voz.
- Se alguém deixar uma mensagem do correio de voz para você e se for para trabalho, responda durante a hora do almoço quando você sabe que eles não estão lá.

5. Pareça impaciente e irritado.

- Você deve estar sempre parecendo impaciente e irritado, para dar ao seu chefe a impressão de que você está realmente ocupado.

6. Sempre vá embora tarde

- Sempre deixe o escritório mais tarde, especialmente se o seu chefe estiver por perto.
- Sempre passe na frente da sala do seu chefe quando estiver indo embora.
- Escreva e-mails importantes bem tarde (por exemplo 21:35, 6:00, etc...) e durante feriados e finais de semana.

7. Reclame sozinho

- Fale sozinho quando tiver muita gente por perto, dando a impressão de que você está sob pressão extrema.

8. Estratégia de empilhamento.

- Empilhar documentos em cima da mesa não é o bastante.
- Ponha vários livros no chão. (os manuais grossos do computador são melhores ainda)

9. Construa um vocabulário.

- Procure no dicionário palavras difíceis. Construa frases e use-as quando estiver conversando com o seu chefe. Lembre-se: ele não tem que entender o que você diz, desde que o que você diga dê a entender de que você está certo.

10. O MAIS IMPORTANTE:

- Não deixe seu chefe ler esta lista. =)

O Dito e o Implícito

O Dito e o Implícito são irmãos inseparáveis,
porém, contraditórios.
O primeiro diz uma coisa,
o segundo outra.
O Dito é sintético,
o Implícito é antiético.
O Dito faz ouvir,
o Implícito faz pensar.
O Dito fica no chão,
o Implícito fica no ar.
Filhos da mesma mãe,
mas de gênios diferente:
O Dito é covarde,
o Implícito renitente.
O Dito é bonito,
o implícito é medonho.
O Dito vai às festas...
O Implícito às favas.
O Dito se dá com parentes,
o Implícito é transparente.
O Dito é uma benção,
o Implícito uma maldição.
O Dito é menino mimado,
o Implícito campo minado.
O Dito estudou nas melhores escolas,
o Implícito confessou suas colas.
O Dito é a luz que cega,
o Implícito a penumbra que revela.
O Dito mamou nos fartos seios da hipocrisia,
o Implícito na mamadeira requentada da acrasia.

//

Vamos a uns diálogos. A primeira frase é do Dito; a segunda do Implícito.

Marido e mulher:

Ele
-Meu bem, que tal um cineminha hoje?
-Vamos ao cinema hoje, porque no resto da semana estarei envolvido com outras coisas e não poderei dar atenção a você?

Ela
-Eu topo, faz tempo que não vejo um filme.
-Claro, há quanto tempo que não conversamos e esta vai ser uma ótima oportunidade.

Ele
-Legal. O que você quer ver?
-Mas você que escolhe o filme... Estou cheio de ouvir suas críticas ao que escolho.

Ela
-Oba! Ah... Algo bem romântico.
-Ok. Algo que retrate um pouco da nossa situação e você abra seus olhos.

Ele
-Opa! É o que eu quero também.
-Pra mim está ótimo. Quem sabe tenha cenas bem quentes e que te estimule depois...

Ela
-Então me dá um beijo...
-Dá um pouco de carinho vai...

//

Entre Patrão e empregado:

Empregado
-... Sabe o que é... Eu recebi uma proposta de outra empresa.
-... Quero saber se você vai me valorizar agora cobrindo essa oferta...

Patrão
-Que pena, será que não dá pra gente conversar?
-Tá bom, fala logo quanto você quer seu desgraçado.

Empregado
-Claro que dá. Embora a oferta seja irrecusável, eu gosto muito daqui...
-Agora você quer conversar né, seu safado?!

Patrão
-Olha, dá um tempo pra mim até amanhã que eu vou ver o que eu consigo com os diretores.
-Eu vou dar uma enrolada até amanhã e tentar descobrir com seus colegas se é verdade ou se você está blefando.

Empregado
-Tudo bem. Não quero tomar uma atitude precipitada mesmo.
-Por mim... Eu vou sair de qualquer jeito mesmo... Esse joguinho é só pra ver vocês perderem um tempinho comigo.

//

Entre o pastor e a ovelha:

Ovelha
-Meus parabéns pastor, que sermão!
-Veja, sou alguém que te dá apoio, mesmo com os mesmos sermões de sempre.

Pastor
-Muito obrigado minha irmã... Glórias ao Senhor.
-Nossa! Lá vem você de novo... Não tem capacidade para entender meus sermões e vem fazer média.

Ovelha
-Quando o senhor vai à minha casa?
-Quando você vai fazer alguma coisa que justifique seu salário?

Pastor
-Você acha que não estou ansioso por isso?
-Você acha que eu vou procurar sarna pra me coçar?

Ovelha
-Minha família espera pelo senhor, para nos conhecermos melhor.
-O senhor vai ver como somos crentes e tudo que temos pra falar da igreja...

Pastor
-Minha querida, que benção!
-Minha nossa! Que provação!

Ovelha
-Vou esperar eim?!
-Vou esperar sentada viu?!

Pastor
-Não acredita no seu pastor? Se eu falei que vou...
-Que mulher chata você! Se eu falei que vou é só pra me ver livre agora... Ninguém merece!

Ovelha
-Então ta. A Paz do Senhor pastor.
-Ta bom... Deus tenha misericórdia do senhor.

Pastor
-Paz irmã.
-Passa irmã!

//

Bem, mas isso também é só o meu Dito. Descubram o Implícito.

Fonte: http://verticontes.blogspot.com

Qual sua religião?

Sua religião pode ser qualquer uma, todas, inclusive nenhuma; ou sua religião pode ser você mesmo, ou o outro, ou qualquer Outro. Mas o que é religião? Religião é re-ligação. É a iniciativa humana de se relacionar com alguma divindade por meio de conjuntos institucionalizados de discursos e práticas, onde há dependência e obrigação do fiel ao ser adorado. Este conceito revela que os bastidores de toda religião tem a mesma lógica: o fiel obedece e cumpre suas obrigações para receber do seu deus recompensas merecidas e equivalentes ao sacrifício religioso. Assim, o conceito de religião abre espaço para a barganha. Ou seja: toda religião é um negócio onde as partes estão comprometidas pelas algemas do contrato: o fiel obedece e a tal divindade recompensa. Se o fiel desobedecer é castigado. Se o tal deus falhar na premiação é abandonado. Isso quer dizer que nada é de graça na religião. Porque toda religião está baseada na relação de compra e venda de benção e na lógica da retribuição de recompensa e punição por meio de méritos e deméritos morais e espirituais do crente.

É nesse cenário que o Evangelho de Jesus surge como a contra cultura da religião, quando a imerecida graça de Deus, doada aos pecadores, destrói a lógica da justiça religiosa da barganha. O contexto religioso do mundo antigo, até então, só ensinava a religiosidade: Você tem que obedecer para merecer a salvação. Mas surge, em Cristo Jesus, a mais espetacular boa notícia que o mundo precisava conhecer: Você é salvo imerecidamente pela graça para obedecer por amor livre e incondicional. Este é o evangelho: a boa notícia.

Mas é trágico diagnosticar que a boa notícia ainda não foi bem compreendida entre nós. Até mesmo aqueles que dizem crer no Evangelho (sobre)vivem nos moldes da religiosidade. Quando aderimos à lógica da retribuição sempre surge orgulho no coração de quem se sacrifica obedecendo e, culpa e medo em quem falha nos seus cumprimentos religiosos; e chantagem em ambas as partes. E o pior é quando a premiação prometida não chega, o fiel se decepciona com Deus, e ameaça abandoná-lo acusando-o no PROCON celestial por quebrar o contrato utilitarista que o crente criou.

Uma vez que religião é re-ligação, isso significa que o pecado desligou Deus do homem; e agora o homem tenta se re-ligar a Deus por si mesmo. Mas a natureza pecaminosa do homem é incapaz e impossibilitada de se chegar a Deus por si só. (Rm 3:10 e 23). Ou seja, o homem não tem desejo, iniciativa, meios nem méritos para se reconciliar com Deus. por si só. Até mesmo suas motivações para buscar a Deus revelam intenções erradas e malignas. Assim, não há nada que uma pessoa possa fazer para conquistar e merecer a presença, o relacionamento e o favor de Deus.

Mas há a boa notícia: O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo é único, incomparável e irrepetível. Ele não pode ser comprado pelas nossas boas obras, manipulado pelo nosso contrato chantagista nem divide sua glória com os méritos de ninguém. Pois a obra da cruz de Cristo é a plena manifestação da graça de Deus (Ef 2:8, 9). Isso implica que todo aquele que está em Cristo não precisa ter medo da ira de Deus nem precisa mais barganhar com Deus para alcançar o seu favor imerecidamente gratuito. (Rm 8:1 e 32). A cruz de Cristo é a garantia da continua generosidade de Deus em ser e estar do nosso lado nos doando milagres de graça.

A boa notícia da graça de Deus nos liberta da relação de troca que gera orgulho, culpa e medo para nos doar graça, humildade, justificação e paz. De quem obedece a Deus para fugir da sua ira e conquistar meritoriamente a salvação e suas bênçãos; somos agora, aqueles que, com a verdade do Evangelho, recebem imerecidamente a salvação e todos os milagres gerados em torno da cruz de Cristo.

Diante disso, só nos resta abandonar toda e qualquer religisiodade de barganhas para responder positivamente ao evangelho da graça de Deus com gratidão, consagração, obediência e santidade; fazendo a vontade de Deus por amor livre e incondicional, porque ela alcançou e converteu o nosso coração (Ef 2:10).

Em Cristo, que nos libertou das trevas da religião para a maravilhosa luz do Evangelho da graça de Deus.

Jairo Filho

As Igrejas dos Milagres: Como você recebe os milagres de Deus?

Introdução

Você acredita em milagre? Eu acredito em milagres. Você já recebeu milagres de Jesus? É claro que sim. E como você recebeu os milagres de Deus? Quantos milagres você já recebeu de Deus? Como acontecem os milagres de Deus na tua vida? Qual o propósito do milagre na tua vida? Para entender os milagres de Jesus temos que ter dois entendimentos:

(1) Quantos milagres Jesus fez? Jesus fez muitos outros milagres que não foram registrados. "Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos". (Jo 21:25). Além disso, muitos milagres de Jesus não acontecem na mesma proporção em todo o tempo e lugar; porque Jesus curou muitos, mas não curou todos. Exemplo: João 5:1-5 registra o episódio em que havia no tanque de Betesda cegos, mancos e paralíticos esperando a descida de um anjo para agitar as águas e curar aquele que primeiro entrasse no tanque depois de agitada as águas. E diante disso, Jesus curou somente um homem paralítico. Em outros textos, Jesus curou todos os que estavam perto dele naquele determinado momento e circunstância (Exemplo: Mt 8:16). Ou seja: essa conclusão nos conduz a uma interrogação: Por que este e não aquele milagre foi registrado? Esta pergunta nos conduz a uma próxima pergunta.

(2) Qual o propósito do milagre? Gerar fé em Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, e crendo, tenhais a vida eterna. “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. (João 20: 30, 31). Ou seja, os milagres de Jesus não se destinam exclusivamente a oferecer conforto, solução de problemas particulares, satisfação do egoísmo ou bem estar. Mas os milagres de Jesus têm a finalidade de manifestar soberanamente o caráter de Deus, sinalizar o seu Reino (sua presença e vontade entre nós) e atrair glória para o seu nome (Deu é singular e não há outro Deus). Assim, os milagres existem por causa de Deus, que alcança todos, sem exceções, preferências ou méritos de quem quer que seja abençoado, com a sua graça e amor. Por isso que ninguém deve viver caçando curandeiros nem fabricando méritos para comprar milagres de Deus, nem muito menos se considerar esqueçido por Deus por que é um pecador. Pois o poder de Deus é a graça de seu amor. Assim, mais pleno de Deus não é aquele que mais experimenta ou protagoniza milagres, mas aquele que ama a Deus incondicionalmente, sendo capaz de enfrentar o mal em todo lugar e fazer o bem a todos.

Por isso, ouso afirmar, com base no conteúdo do Evangelho, que OS MILAGRES SÃO FEITOS PARA FORMAR DISCÍPULOS DE JESUS.

Em Mateus 16: 13-20, Jesus faz duas perguntas aos seus discípulos: A primeira pergunta foi: “Quem diz o povo ser o Filho do homem?” Jesus queria saber o que o povo pensava dele; ou seja, qual a identidade que o povo atribuía a Jesus. E a segunda pergunta foi: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” Jesus agora quer saber o que os seus discípulos pensavam dele? Porque toda relação com o outro surge a partir da identidade que lhe atribuímos, independente se essa identidade atribuída corresponde ou não com a identidade assumida pelo outro. Estas duas perguntas nos levam a perceber que Jesus considera dois tipos de pessoas: o povo e o discípulo. Jesus quer saber qual sua reputação diante do povo. E como é visto o seu caráter diante dos seus discípulos. Disso, surgem duas igrejas: A igreja da Multidão e a Igreja dos discípulos.

I. IGREJA DA MULTIDÃO

Para a primeira pergunta é respondido que o povo atribuiu ao Senhor Jesus a identidade de um grande profeta, e comparavam Jesus aos marcantes profetas no passado de Israel: Elias, Jeremias e João Batista. Ou seja, Jesus está na mesma categoria e nível de identidade dos profetas e nada mais que isso. O povo errou a identidade de Jesus. Porque o povo tinha um relacionamento distante de Jesus. Na verdade, o povo nem sabia quem era Jesus e nem se importava com sua verdadeira identidade, porque buscava exclusivamente os milagres que podiam receber de Jesus. O povo sempre estava perto de Jesus somente para buscar milagres, tanto que, certa vez, Jesus teve de orientar os discípulos a ter um barquinho à disposição caso ele fosse comprimido pelo povo (Mc 3.9,10). Podemos chamar esse ajuntamento em torno de Jesus de A IGREJA DA MULTIDÃO. Esta igreja não sabe quem é Jesus e nem quer saber, mas só sabe e só se importa em saber como extrair o máximo do poder de Deus para resolver seus problemas. E quais as características da igreja da multidão?

1. A IGREJA DA MULTIDÃO ACREDITA QUE JESUS É APENAS MAIS UMA OPÇÃO DE PODER E MILAGRE.

Jesus era visto pelo povo como mais um semelhante a João Batista, Elias, Jeremias ou algum dos profetas. (Mateus 16: 14). Para muitos, Jesus não passa de mais um curandeiro poderoso, mais um deus no roll das divindades, mais uma opção na prateleira de abençoadores. Ou seja: A multidão enxerga Jesus como mais um e nada mais. Ou, na melhor das hipóteses, Jesus é considerado o maior de todos, mas nunca será o único. Por isso que temos hoje em dia um ciclo de pessoas que encontram Jesus e logo em seguida passam para outros. Ou adicionam Jesus a sua lista de homens de Deus, curandeiros, divindades, anjos e espíritos protetores. A igreja da multidão está aberta ao sincretismo religioso quando relativiza a identidade de Jesus aderindo uma fé genérica, subjetiva e idólatra. Mas não podemos esquecer que Jesus é singular: “Está e a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste”. (João 17:3).

2. A IGREJA DA MULTIDÃO VÊ PARA CRER OU SÓ CRÊ SE VER.

No deserto, o Diabo disse para Jesus: “Se és filho de Deus, ordena que estas pedras se transformem em pães”. (MT 4:3). O Diabo duvida da identidade de Jesus e insinua que Jesus provará que é Deus se fizer um milagre. No monte do calvário, pendurado na cruz, Jesus escuta o eco das dúvidas do Diabo na boca do povo. “E o povo estava li, olhando. E as autoridades o ridicularizavam, dizendo: Salvou os outros, então salve a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus. Os soldados também zombavam, e aproximando-se, ofereciam-lhe vinagre e diziam: Se tu és o rei dos judeus, salva a ti mesmo”. (Lucas 23:35-37). Assim, a igreja da multidão tem origem no Diabo, porque tem que vê para crer, ou crê se ver. A verdadeira fé não se alimenta de milagres extraordinários, visíveis e paupáveis. O povo de Israel cansou de ver milagres quase todo dia, mas mesmo assim, se tornou mimado, murmurador, birrento, incrédulo e idólatra. A igreja da multidão tenta Deus quando tenta provar sua existência e poder através da operação de milagres diante do público incrédulo. Além do mais, a mesma multidão de crentes que vê os milagres de Jesus, logo em seguida, rejeita suas palavras com incredulidade.

3. A IGREJA DA MULTIDÃO SÓ BUSCA JESUS POR CAUSA DOS SEUS MILAGRES.

Logo após a multiplicação dos pães e peixes, Jesus é procurado pela multidão. “Quando o encontram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: Mestre, quando chegaste aqui? Jesus respondeu: A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos”. (João 6:26). Jesus discerne e revela as mais íntimas motivações e intenções da multidão em buscá-lo: Satisfazer seus desejos gulosos e insaciáveis por milagres. Aqui está mais uma característica da igreja da multidão: caçar milagres independe de quem der. Por isso, essa igreja acredita em qualquer meio e esquema para receber a qualquer custo o milagre. Essa igreja descarta a vontade ética de Deus para supervalorizar exclusivamente o poder de Deus. Ou seja, essa igreja ora: seja sempre feita a minha vontade assim na terra como no céu.

4. A IGREJA DA MULTIDÃO QUER A SALVAÇÃO SEM O SALVADOR.

No calvário, “Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: ‘Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também’”.(Lucas 23:39). Este criminoso deseja ser salvo da punição e da dor da cruz. E com isso, provoca Jesus com uma suspeita cínica e maligna quando manda Jesus demonstrar seu poder saindo da cruz e libertando os criminosos. Mas esse criminoso não entendia a necessidade da morte de Jesus; por isso que fez esse pedido absurdo. Se Jesus atendesse esse pedido, haveria milagre da anestesia efêmera da dor, mas não haveria o milagre eterno da salvação para a humanidade. Aqui podemos ver que esse criminoso representa o tipo de petições que a igreja da multidão faz a Jesus. A multidão de nossas igrejas quer ver milagre, mas fecha os olhos para o significado, propósito e efeitos da cruz. Perceba que, por amor, Jesus não faz o milagre pedido por esse criminoso: sair da cruz. Porque o poder de Jesus está no amor que, “...embora sendo Deus, considerou o ser igual a Deus, era algo que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo vindo a ser semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz...” (Fp 2:6-8). Já imaginou se Jesus tentasse provar seu poder saindo da cruz no calvário? Estaríamos diante de um deus poderosamente em extrema fraqueza de caráter. Ainda bem que ele não respondeu a oração daquele criminoso. Porém, o segundo malfeitor deseja o salvador e sua salvação quando pede: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino. Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”.(Lucas23:43). Para esse criminoso Jesus na ficaria morto para sempre, mas entraria no seu Reino Eterno, uma vez que é Rei. E Jesus faz um milagre: Garantir vida eterna ao criminoso. Aqui vemos a revelação da graça de Deus em ação fazendo o milagre da salvação imerecida de um malfeitor. A igreja da multidão é uma criminosa porque blasfema contra Jesus ao querer milagres sem a cruz. Milagres sem cruz é magia, bruxaria, macumba. Milagre de Jesus sempre é pela cruz. E a cruz implica no Senhorio de Jesus. “Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.(Fp 2:9-11).

5. A IGREJA DA MULTIDÃO RECEBE O MILAGRE DE JESUS E LOGO SE ESQUECE DO JESUS DOS MILAGRES.


Certa vez Jesus curou dez leprosos. Mas Jesus se admira pelo fato de que apenas um volta para agradecer quando pergunta: “...‘Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem votasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?’” (Lucas 17:17, 18). A maioria dos que recebem o milagre da cura se esquece de quem os curou. Assim também a igreja da multidão sofre de aminésia espiritual. Quando a multidão recebe o milagre, logo se esquece de agradecer a Deus. Por isso, que a mesma multidão que entra na igreja é a mesma que sai. A igreja da multidão está sempre lotada de gente que recebe milagres pela graça de Deus, porém é uma igreja vazia de adoradores gratos e perseverantes na fé. O propósito de Jesus curar os leprosos é chamá-los a salvação e a adoração. Mas a igreja da multidão está cega para este propósito de Deus.

II - A IGREJA DOS DISCÍPULOS

Em contrapartida há a IGREJA DOS DISCÍPULOS DE JESUS. Vejamos suas características:

1. A IGREJA DOS DISCÍPULOS CONHECE A IDENTIDADE DE JESUS REVELADA PELO PAI.

A segunda pergunta que Jesus faz aos seus discípulos sobre sua identidade é: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis quem eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". (Mateus 16:15, 16). A resposta nos diz que Pedro entendia que Jesus era o messias libertador esperado e o próprio Deus encarnado e presente entre nós para salvar a humanidade. A revelação que Pedro recebe do Pai acerca da verdadeira identidade de Jesus demonstra que Pedro conhecia bem Jesus. “Então, Jesus lhe afirmou: ‘Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que teu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela’. (Mateus 16:17). Jesus aprova a resposta de Pedro e é firmado nesta revelação que a igreja dos discípulos de Jesus é edificada. Assim, essa Igreja é a igreja dos discípulos que conhece quem é Jesus. E o sabe porque o próprio Pai o revelou. A Igreja dos Discípulos é a Igreja que o Pai deu para o Filho, porque pertence a ela aqueles a quem Jesus, pelo Pai, foi apresentado (Jo 6.44).

2. A IGREJA DOS DISCÍPULOS RECONHECE NOS MILAGRES DE JESUS A REVELAÇÃO DA SANTIDADE DE DEUS.


Quando Jesus fez o milagre da grande pescaria, “...Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador”. (Lucas 5:8). Pedro responde ao milagre de Jesus enxergando no milagre da pescaria a revelação da santidade de Deus. Podemos aprender aqui que a Igreja dos Discípulos sabe que a única maneira de relacionar-se corretamente com Jesus é através da adoração. Nós seguimos às metas de um líder, obedecemos às ordens de um chefe, escutamos as pregações de um profeta, aprendemos filosofias de vida de um mestre, mas a Deus a gente adora. E nesta ocasião, Pedro Adorou a Jesus, porque viu a santidade de Deus em Jesus. E a santidade de Jesus o levou a enxergar a miséria de sua própria natureza pecaminosa. Ariovaldo Ramos nos ensina que: “Adorar a Deus é pedir perdão. Tudo o que dizemos a Deus é insuficiente para honrá-lo. Mas quando lhe pedimos perdão, o adoramos, porque admitimos que Ele está certo, não nós. E lhe pedimos perdão, não apenas por nossos desvios morais, mas por nosso jeito de ser e de viver”. Assim, entendo que o perdão recebido nos transforma mais parecidos com Jesus, pois o Espírito Santo vai nos revelando onde estamos desonrando a Deus e nos transformando à imagem do Senhor (2 Co 3.18). E dessa forma a igreja dos discípulos adora a Deus imitando o caráter de Jesus por meio da obra do Espírito Santo.

3. A IGREJA DOS DISCÍPULOS RECONHECE NO MILAGRE DE JESUS O CHAMADO PARA FAZER MAIS DISCÍPULOS.

Após Pedro adorar a Jesus pela sua santidade, “Disse Jesus a Simão: ‘Não temas; doravante serás pescador de homens’. E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram". (Lucas 5:10 e 11). Ou seja, Jesus está dizendo que o milagre que acabara de realizar aponta para outro milagre que estava por vir: O chamado a pescar homens. Da mesma forma que Jesus fez o milagre da grande pescaria de peixes, faria agora o milagre da pescaria de homens do mar das trevas para a superfície da rocha do Reino da maravilhosa luz do amado filho de Deus. E como resposta a este sinal da santidade e chamado de Deus, Pedro e seus companheiros deixam tudo o que tem para seguir a Jesus. Perceba que o barco estava cheio de peixe e da garantia de lucro financeiro. Mas Pedro, Tiago e João deixam tudo o que ganharam para seguir em tempo integral a Jesus. Ou seja, a adoração nos leva à fazer missões. Assim, entendo que ser discípulo de Jesus é morrer para seu próprio egoísmo a fim de viver para servir a Deus com altruísmo. É trocar a falsa fé que tenta mover a mão de Deus para satisfazer seus desejos gulosos e insaciáveis pela fé que move a mão do discípulo para doar a si mesmo e o que tem ao próximo levando-o aos cuidados das mãos de Deus. Resumindo: quando a igreja dos discípulos recebe o milagre da fartura financeira pela providência da graça de Deus, somos chamados a compartilhar tudo o que temos com quem não tem. Como? Fazendo mais discípulos.

4. A IGREJA DOS DISCÍPULOS RECONHECE NO MILAGRE O ALIMENTO DE JESUS E SUA PALAVRA DE VIDA ETERNA.


Após a multiplicação dos pães e peixes, Jesus revela as mais íntimas motivações e intenções do coração da multidão que o seguia: Satisfazer-se de comida material. Mas Jesus adverte dizendo: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará...A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado...Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede...” (João 6:27, 29, 35). Jesus ensina que o verdadeiro alimento que mata a fome da alma humana era ele mesmo e não a comida material que perece. E o verdadeiro significado e propósito da obra de Deus é que creiam em Jesus: o verdadeiro milagre.“Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: “Dura é essa Palavra. Quem pode suportá-la?...Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo”.(João 6:60 e 66). Ou seja, a igreja da multidão muitas vezes está no meio dos discípulos; e é revelada quando escuta palavras de vida eterna, pois não resistem e não suportam a Palavra da verdade, logo apostatam da fé em Jesus. Logo em seguida a apostasia da multidão travestida de discípulos, Jesus coloca seus doze discípulos contra a parede quando perguntou: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde iremos? Tu tens as palavras de vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.” (João 6:27 – 71) Jesus esta revelando que o que vai alimentar e saciar a fome do ser humano é ele mesmo – o pão da vida – e suas palavras de vida eterna. Assim, nem só de pão de fermento viverá o homem, mas de todo o pão da vida que é Jesus. Ou seja, a igreja dos discípulos se alimenta do milagre do pão da vida e da esperança da vida eterna em Cristo Jesus. E vive pregando esse milagre.

5. A IGREJA DOS DISCÍPULOS VIVE DOS MILAGRES GERADOS EM TORNO DA CRUZ DE CRISTO.

Jesus faz referência à cruz quando compara a si mesmo como alimento para gerar vida eterna. Ele diz: “...Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é a verdadeira comida, e o meu sangue é a verdadeira bebida...quem comer este pão viverá eternamente.” (João 6:52 – 58). A igreja dos discípulos vive em torno da verdade da cruz. E a cruz nos leva a morrer para os nossos pecados para ressuscitar como nova criatura em Cristo Jesus. A igreja dos discípulos prioriza se alimentar da vida de Jesus e produzir na própria vida, a vida de Jesus. E para ter a vida de Jesus, a igreja dos discípulos tem que passar pela cruz. E é na cruz que está garantida a continua generosidade de Deus à sua igreja. Pois, Deus "que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?” (Romanos 8:32). Se Deus fez o maior milagre de entregar seu próprio filho em nosso favor para nossa salvação eterna, quando mais, pela cruz, nos dará graciosamente – incondicionalmente do mérito ou demérito de quem quer que seja – todos os milagres pela sua soberana vontade. Assim, a igreja dos discípulos vive dos milagres aqui e agora pelos efeitos da graça da cruz de Cristo. Pois a graça da cruz de Cristo nos garante os milagres em nossa vida.

CONCLUSÃO

Enfim, podemos concluir que os milagres de Jesus são a revelação do caráter e propósito de Deus em salvar o mundo e reproduzir verdadeiros discípulos que vivem imitando a Jesus durante toda a vida. Esta é a verdadeira igreja dos milagres.

Dessa forma, que igreja você está? A igreja da multidão ou a Igreja dos discípulos?

Pense e responda a si mesmo.

Em Cristo, em quem a igreja dos discípulos está edificada para realizar e viver milagres nele.

Jairo Filho.


[Mensagem pregada, como parte da série de mensagens “A espera do meu milagre”, no dia 04 de junho de 2009 na IPB de Imbituva-PR.]